quinta-feira
de "Cemitério de Pianos" de José Luis Peixoto
“…quando ia treinar passava pelas ruas a correr e ninguém podia imaginar o mundo de palavras que levava comigo. Correr é estar absolutamente sozinho. Sei desde o início: na solidão é-me impossível fugir de mim próprio. Logo após as primeiras passadas, levantam-se muros negros à minha volta. Inofensivo o mundo afasta-se. Enquanto corro, fico parado dentro de mim e espero. Fico finalmente à minha mercê. No início, tinha treze anos e corria porque encontrava o silêncio de uma paz que julgava não me pertencer. Não sabia ainda que era apenas o reflexo da minha própria paz. Depois, quando a vida se complicou, era tarde demais para conseguir parar. Correr fazia parte de mim como o meu nome…”
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Se não e é da estou enganado este magnifico texto é da autoria do escritor Jose Luis Peixoto
ResponderExcluiré uma sensação incrivel ,é mesmo assim ,quando se começa jamais se pode parar.
Maravilhosa reflexão !
ResponderExcluirIvana, concordo, por isso é que postei.
ResponderExcluirJoaquim, nem mais, não dá para explicar a sensação, é um click que faz e depois não dá para parar. Existem algumas pessoas que o conseguem "quase" explicar como neste texto, reflexão,poema....muito bom.
ResponderExcluirComo já referiram, este excerto é de JLP, do livro "Cemitério de Pianos". É um dos meus excertos preferidos de corrida.(http://vaicorrerlonge.blogspot.pt/2012/08/correr-e-estar-absolutamente-sozinho.html)
ResponderExcluirBons treinos e boa maratona!
Agradeço a informação - vou alterar o título.
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