Nas últimas semanas fiz 2 tentativas de regresso à corrida,
devidamente autorizadas. A primeira acabou aos 2km com a dor a voltar ao gémeo
direito. Uma semana depois nova tentativa em que a história se repetiu quase
tipo fotocópia … depois de um início sem qualquer indício da lesão aos 2km a
dor veio do nada … parei imediatamente e regressei a casa a caminhar. Única
diferença é que não doía tanto … voltei aos tratamentos e levei a maior tareia
de sempre na marquesa do Rui – isto foi na 5ª da semana passada. Como a dor
voltou a desaparecer tive novamente ordem de regressar à corrida no fim de
semana. Não o fiz porque tive uma vida social muito activa J
E 2ª viajei para a Alemanha, mais concretamente para o
norte. Na mala 4 mudas de equipamentos – é o que se chama vontade e confiança J. E mal cheguei ao Hotel, equipei-me e sigaaa … com 30
graus de temperatura. Nunca tinha ficado nesta zona mas sabia que não estaria
longe do Mar do Norte – analisando o Google maps seriam uns 5km … demais para
um primeiro teste. E não havia tempo disponível. Só ia estar ali 1 noite e
tinha que aproveitar… e fui …
em todas as 3 tentativas usei a mesma camisola … teimoso ...
a caminho do Mar do Norte
pelo caminho encontrei coisa giras
hmmm … maré baixa :( lá ao fuuundo, bem ao fundo está o Mar do Norte
ainda tentei lá chegar …
mas esbarrei nestas superfícies argilosas que enterravam os pés acima dos tornozelos
o que vi do Mar do Norte resume-se a estas canais, criados para a entrada e saída dos barcos de recreio
Apenas no regresso, aos 8,5km me deu uma picada no gémeo.
Parei imediatamente, fiz uns alongamentos e caminhei durante 1km. A dor não era
tão forte como habitualmente e fiquei com dúvidas se era a lesão ou se não
seria eu demasiado sensível à coisa. Dos 9,5km até ao fim fui a trote sem
problemas, a não ser o facto de estar completamente fora de forma … arrastei-me
literalmente e não foi só pelo calor – mesma a ritmos lentos as pernas pura e
simplesmente não andam. Uma miséria – não me lembro de estar assim, numa forma
tão lastimosa. Mas pelo menos a lesão parecia estar debelada.
a ideia era abrir a preparação das Maratonas de Outubro com uma maratona
No dia seguinte estava empenado – como é que este corpo
fez os Caminhos do Tejo há 1 mês atrás? Parece impossível!
Ao fim do dia, ainda pelo norte da Alemanha mas já na
antiga RDA estive em mais um local onde nunca tinha estado … um Hotel a 50m do
maior lago interior da Alemanha (o Müritz). E embora continuasse com uns calhaus
no lugar das pernas decidi ir dar uma corridinha curta junto ao lago – tenho
que aproveitar a zona, quem sabe se volto aqui. Vou à descoberta, novamente com
30 graus às 18.30h (isto anda mesmo trocado). A ideia era não passar dos 5 ou
6km. Mas como era tudo tão espectacular só aos 4km é que dei a volta e por
estar já muito cansado … da lesão nenhum sinal até que aos 6,5km a picada
voltou. Parei, mas agora não tive dúvidas que era a lesão que ainda cá
está,não tão forte mas cá continua L
não é todos os dias que se fica num hotel assim..
logo por trás, no máximo a 100m
espectacular não é?
30graus … valeram as sombras das árvores da floresta que circundava o lago em parte
pelo meio estas vistas …
quando o percurso saia da floresta era cá um bafo …
A diferença é que poucas horas depois já não a sinto. Talvez
por parar mal sinto a dor. Ontem não corri embora me apetecesse. Mas hoje de
manha bem cedinho levantei-me e saí com a ideia de fazer 5km – inicio com
dificuldades apenas por continuar empenado, depois soltei-me mas continuei a
trote … aos 3,5km voltou a dor, mais uma vez parei e caminhei até ao Hotel L
ainda não tá em condições … fodaice
Não há dúvidas … ainda cá está. Estou melhor mas não dá
para forçar. Não tenho hipótese de votar aos tratamentos porque na próxima
semana estarei novamente na Alemanha. Vou continuar com os exercícios de alongamentos
e parar mais uns dias. Se me sentir bem melhor talvez tente novamente. Começa a
ficar muito apertado perseguir os objectivos que tinha na 2ª metade de 2018.
Veremos …
Esta posta surgiu no seguimento da anterior, do Pernetas
On Tour pelo Alive deste ano. Quando ia abrir um parêntesis para explicar a
minha paixão pelos Pearl Jam comecei aqui a desbobinar e o texto ficou
demasiado longo. Por isso, fica aqui à parte … quem não gostar de música é
melhor ficar por aqui. Este é um texto de partilha da minha viagem por uma
outra paixão que tenho mas que está adormecida há muitos anos – não totalmente
– não há tempo para tudo e há outras prioridades. Tenho a perfeita noção que me vou expor bastante, encontrarão aqui material para um bullying mais que justificado, mas como a ideia é contar a verdade e a reputação já não é o que nunca foi, aqui vai... J
*mesmo não sendo um conhecedor profundo gosto de música
desde que me lembro. Mesmo muito. Ainda como criança, emigrado na Alemanha com
os meus paizinhos, dedicava muito do meu tempo a ouvir rádio, cassetes e
discos. E nunca fui muito influenciado por pais, irmãos ou amigos. Fiz o meu caminho
sozinho, bem ou mal dependendo do ponto de vista mas como se costuma dizer
“gostos não se discutem” e ainda bem. Só para terem uma ideia, o meu grupo
preferido quando eu deveria ter uns 7 ou 8 anos era um grupo chamado “Truck
Stop”, um grupo de música Country alemão (sim leram bem …e cantavam em alemão … querem rir, pesquisem no
youtube, deve haver alguma coisa perdida por lá J) … pedi o álbum
como prenda de Natal e sabia as músicas todas de cor e salteado (ainda hoje,
passados quase 40 anos consigo lembrar-me das letras quase todas se a música
começar a rolar, o que felizmente só acontece mesmo muito de longe a longe, como por exemplo escrevinhar um post destes J), adorava os chapéus e as calças de couro (podia ter
sido o inicio de uma incursão no sado-maso mas descansem, não foi J).
para vos facilitar a pesquisa … e não tem que agradecer, esta é oferta da casa
Gostei de Abba (álbum “Super Trouper” – quem não adorou
que atire a primeira pedra – prontooo, já chega de calhaus que isso magoa a
sério J), de Boney M e coisas assim (podem continuar a atirar pedras que eu mereço) – era o
que havia, ou ao que eu tinha de alguma forma acesso na altura. Os famosos 80´s começaram pela Alemanha (até 1981 apenas) e acabaram em Portugal, foram
muito intensos a nível de música e começaram a encarreirar o gosto do
Perneta-Mor acabando a década com uma onda mais Rockeira que se veio a manter
até à data… a sequência de bandas preferidas foi mais ou menos esta – CultureClub (sim, sim, Boy George), Duran Duran (Simon Le Bon e seu amigos) e DireStraits (ofereceram-me o Brothers in Arms e acho que andei um ano seguido em
que não ouvi mais nada J) …tenho
episódios que ainda hoje me envergonham … (é mentira, foi preciso ir conhecer “o outro
lado” para saber que não era isto que queria para mim), gostei muito de um
grupo chamado “Bros” (até comprei um single e queria ter a mesma pinta dos
gajos - espero que as minhas filhas não leiam isto) mas em minha defesa nunca gostei dos Modern Talking … mas gostei e de outros alemães, os Alphaville (quem não começa a cantarolar o “Forever young” quando começa a
tocar nos carrinhos de choque? Bem me parecia J) e adorei uma
banda que se chamava Transvision Vamp (olhando para trás só podia ser por causa
da vocalista … a maioria da malta gostava mais da Samanta Fox (que concorria com outra estrela chamada Sabrina e o mítico vídeo "Boys" que ainda hoje se vê bem mas sem som) .. e eu tinha uma
paixoneta pela Wendy James – mas tb tinha posters da Samanta Fox e da Sabrina e não era por
causa das músicas - que foi? se até os bichinhos gostam J)
hmmm … são gostos ...
… tudo bastante soft ainda até que descobri um álbum
chamado “Apetite for Destruction” de uns desconhecidos chamados Guns&Roses
que me deram uma marretada tal que me tornei obtuso, fechado num casulo onde
não entrava nada que não tivesse guitarras poderosas, letras agressivas e mosh
(sim, este vosso pacato e pacifico amigo caixa de óculos foi dos mais terríveis
caceteiros nos poucos concertos de rock a que tinha hipótese de assistir a
partir da segunda metade dos 80´s, coisa que se prolongou nos 90´s). Não
cheguei a ter cabelo comprido, as poucas tentativas esbarravam sempre num
cabelo fino e com tendência a encaracolar sempre que passava os 3 ou 4 cm de
comprimento e ta,bem de um pai que achava que todos os que usavam cabelo maior que pente 1 eram drogados, e como era ele que punha pão na mesa era ele que mandava lá em casa (quando a minha mãe não estava)… mas tb não era preciso. cabelo comprido. A partir do “Apetite for Destruction” e
com a chegada das prendas de aniversários e natal em dinheiro (em detrimento
dos brinquedos) por já ser “grande”, um pouco mais tarde com os primeiros
trabalhos de verão, os primeiros salários no futebol e logo de seguida com um
trabalho mais a sério começaram as incursões no passado … a verdadeira descoberta
do que eu realmente queria ouvir usando as fontes a que tinha acesso numa
“aldeia” apenas a 20km do Porto mas onde a cultura musical mais alternativa não
existia muito para um miúdo normal, com um grupo de amigos normais – viajei aos
60, 70 e 80 – descobri os Stones (outra das tais vozes que me fascinam e o grupo que mais gosto a par dos Pearl Jam e mais vezes vi ao vivo), a
era Punk e New Wave com Sex Pistols e Clash à cabeça, os Pogues com o seu Folkrock irlandês (impossível não gostar do Shane McGowen), o Alice Cooper com uma
cena mais melódica, os Cult (que vi no Coliseu do Porto o que ainda hoje é um
dos melhores concertos que vi de sempre) entre muitos outros. E um dia ouvi uma
música (não sei onde) que se chama “I wanna be adored” de um grupo inglês
chamado The Stone Roses e encomendei o álbum com o mesmo nome na papelaria da
terra – demorou umas semanas porque tinha que ser importado mas valeu cada segundo de
espera. Haveria de aprofundar uns anos mais tarde, quando me passasse a onda
mais punk/rock/grunge americana.
o que eu dava para ver estes gajos ao vivo
Na papelaria lá da aldeia havia uma revista chamada
“Metal Hammer” que eu comprava e lia - lia sobra as novas bandas que apareciam
e era influenciado pelas criticas (e pelo aspecto mais ou menos “in” dos
respectivos elementos das bandas”) … foi assim com Axl Rose e Slash … foi assim
com Megadeth e um álbum fenomenal chamado “Countdown to Extinction”, os
Metallica, Body Count (uma cena meio estranha, banda de negros liderada por
Ice-T a tocar um rock bastante pesado misturado com um cena tipo RAP, letras
mais pesadas ainda (nunca o “explicit lyrics” tinha feito tanto sentido), não
era normal) ou Suicidal Tendencies, Sonic Youth e afins.
… eu via e lia, se gostava e tivesse dinheiro pedia ao
senhor da Papelaria para me arranjar o álbum … alguns ainda em vinil (era o fim
desta era e o inicio dos cd’s – tou velho, eu sei J), depois já em CD porque já tinha comprado a minha
primeira “aparelhagem” (era assim que se chamavam – todos que me estão a ler
agora, nascidos nos 90´devem achar que eu devo estar com os pés para a cova de
tão velho), com gira discos, duplo-deck de cassetes (muitas gravei eu para os
meus amigos) e claro, leitor de cd’s (era da Sony, custou-me 165 contos na
altura, andei um ano a juntar o ordenado do futebol – penso que o ordenado
mínimo nacional rondava os 35 contos na altura só para terem uma ideia do
dinheiro investido) – só gastava dinheiro numas francesinhas de longe a longe e
a jogar bilhar no café – de resto era muito canalizado para o “vicio da
música”.
Foi através da Metal Hammer que cheguei aos Pearl Jam
(acho eu, sei que foi com uma revista daí deduzo que só possa ter sido por aí).
Já conhecia e adorava Nirvana, com aquele som cru a que chamavam “Grunge”.
Paixão à primeira vista – ideal e na altura certa para substituir a paixão
pelos Guns&Roses que já andava pelas ruas da amargura com álbuns cada vez
mais comerciais (a ruptura final foi com os Use Your Ilussion 1 e 2, mais
especificamente com o “November Rain” – agora, passados quase 30 anos já
consigo ouvir essa coisa outra vez) – voltando ao Grunge, curiosamente só comprei o Nevermind já em cd
bem mais tarde – arranjei uma cassete gravada na altura em que saiu que servia
muito bem – o $$$ não abundava e como Pearl Jam ninguém conhecia ou tinha, lá
tive que ser eu a comprar o “Ten”, em vinil, importado – é páh … aquela voz,
aquelas guitarras … fiquei agarrado de imediato… o Alive foi o que mais me
prendeu de início, mas adorava (e adoro) o álbum todo, sem excepção – aquilo é
só pérolas de principio ao fim. Escusado dizer que o “Grunge” era a partir dali
(do Nevermind e do Ten) o que dominava a cena musical do Perneta. Ouvia tudo o
que surgia desta cena e foram muitos, mas poucos ficaram até hoje – apenas os
dois aqui mencionados, mais os Alice in Chains (acho que desde o Alive deste
sábado tb morreram definitivamente) e claro os Soundgarden (com outra daquelas
vozes únicas e que me arrepiam, a do Chris Cornell).
quando o gajo se foi fiquei mesmo triste … esta faz parte da minha playlist de corrida - deveria ser obrigatório quando se corre com música
Em meados dos anos 90’s e com o Grunge a começar a
desaparecer mudei de continente, para terras de sua Majestade, mais
concretamente para Manchester. Voltei a “pegar” em força nos Stone Roses (já
tinham acabado provavelmente nessa altura) e descobri Oasis dos manos Gallagher
e do seu Britpop (o que prova que não é preciso gostar dos músicos para gostar
das músicas que fazem) – estava a ficar mais soft? Talvez J Viajei muito pelos UK durante o resto da década de 90
descobrindo várias bandas que faziam e fazem as minhas delícias, os Blur ou
Verve (o bittersweet symphony é uma música perfeita) entre outros … entre eles um grupo onde o líder é outra daquelas vozes
que fazem toda a diferença para mim … Tom Yorke e os “seus” Radiohead … quem
não conhece o “Creep” do início daquela década? – gostei na altura mas era na
época apenas mais um grupo com um (ou dois com o “Bends”) álbum fixe, apenas
isso. Só em 1997 (o wikipedia de vez em quando faz jeito J) sou verdadeiramente agarrado pelos Radiohead … foi um
monstruoso “OK Computer” que me fez apaixonar por esta banda e pela melancolia
da voz do Tom (somos compinchas tb – não há outra voz igual ou sequer parecida
para mim).
fechem as persianas, as portas dos vossos quartos, desliguem todas as luzes … deitem-se na cama … fechem os olhos e curtam este som e esta voz no silêncio total … boa viagem …
A viagem dos 90’ foi um vaivém entre os Estates e os UK … nos 90’s
tive mais dinheiro para aprofundar bandas que já vinham dos 80’s e passei a
gostar muito … Depeche Mode, RHCP (ainda hoje gosto muito, cada um é um personagem daqueles. o meu preferido vai e vem), U2, Cure (aproveitem para ver o Robert Smith sem arbusto na cabeça), Smashing Pumpkins ou Janes Addiction
(Perry Farrel é outra das vozes inigualáveis e estrondosas da minha lista) entre muitos outros.
é este o meu preferido dos RHCP (quer dizer, neste momento não pertence … por um lado ainda bem que assim faz umas coisitas a solo)
E os Tugas? Até esta altura e muito sinceramente não
tinha nenhuma banda ou artista português que gostasse mesmo. Nem Xutos …
gostava de ir a um ou outro concerto, mas comprar discos, ouvir até à exaustão,
até gastar as fitas das cassetes ou riscar o vinil de tal forma que a agulha
saltava? Nenhum, nem perto. Talvez a fase inicial dos Blind Zero (seria por
haver a comparação e colagem aos Pearl Jam?) J Em português, na
altura gostei muito dos Mamonas Assassinas … quem não gostou? J
Em 95, com apenas vinte e poucos anos, totalmente
inexperiente decido abrir uma loja de música … a “Curtisom” … nome catita,
confessem J … andava a matutar que nome dar à
criança e surgiu assim do nada … a meio de uma noite acordo com o nome na
cabeça. Com os artistas deve ser assim tb, sejam eles músicos, pintores, escritores
acredito que as ideias surjam assim do nada – a mim foi a dormir, algo que
naquela altura sabia fazer muito bem J … acho que foi a
única vez em que fui verdadeiramente “artista” J … continuo a
achar o nome uma obra de arte … juntar “curtir” a “som” é de valor JJJ … esta minha
aventura durou apenas 2 anos e pouco. A loja era por baixo da casa dos meus
pais, tive que me endividar na banca e é lógico que a era do CD estava a
começar a dar sinais de fraqueza com a internet a surgir ainda tímida, com os
primeiros programas e aparelhos que possibilitavam as produção de cds piratas
.. eu era um chavalo e não tive essa visão. Depois as grandes superfícies
vendiam ao preço que eu comprava às distribuidoras. E outro “problema” é que eu
comprava o que gostava … e os Top’s vendiam outras coisas … mas foi uma
experiência de vida, entrei no negócio e dei-lhe saída. Não ganhei dinheiro mas
também não perdi nem fiquei a dever nada a ninguém. E fiquei a conhecer muitos
mais artistas e bandas de tantos outros géneros que serviu para ver que afinal
tb gostava de outros tipos de múscica. Mas também foi a partir dos finais de 90
que deixei a música para outras núpcias. Deixou de ser uma “prioridade”. Um
emprego cada vez mais exigente, a família e o desporto (sempre) tomaram as 24h
do meu dia. Até hoje.
Continuo a ouvir música … sempre que conduzo, ou nas
minhas viagens, de vez em quando em casa e pouco mais. Há tanta mas tanta
coisa, muita música mesmo má mas também muita coisa boa … continuo a ter
preferência pelas guitarras, pelo rock em muitas das suas vertentes e pelos
artistas anglo-saxónicos, mas também já existem alguns de outros países, tugas,
franceses, alemães que despertam o meu interesse. E vou mais a concertos …
no ano passado vi provavelmente o melhor concerto até à data, em Paredes de Coura … o artista, a música, o ambiente, o local e a companhia …perfect!!!
Quando comecei a correr, a música era sempre a minha
companhia. Com o tempo passei cada vez menos a levar o meu mp3 e hoje já nem me
lembro da última vez que o levei comigo. Umas series ao som de umas malhas que
eu cá sei até ajudam as pernas a voar, ou um longo, sozinho, apenas com a
companhia de umas certas músicas nem damos o tempo passar J
uma dica para um intervalo a passo acelerado … eu uso e funciona bem … atenção!!! não exagerar de inicio porque ainda dura quase 5min
Adoro música – não sei se já disse … ia comparar com a
corrida, mas na corrida sou melhor, ainda consigo coordenar um pé à frente do
outro e ando pelo meio do pelotão. Em todas as vertentes da música não sirvo
para nada, ando mesmo à frente do carro vassoura J … cantar
esqueçam, cana rachada é pouco J … tocar
instrumentos? Nem ferrinhos J … e dançar???
Lol … se quiserem morrer a rir peçam para eu dançar … ainda bem que existem os
copos, porque um copo na mão é sempre a desculpa ideal para não ter que abanar
muito o capacete, além de saber o que fazer às mãos (agarrar o copo J) se abanar muito pode entornar não é? J
E pronto, acaba por aqui a incursão aos temas que não tem
a ver com corridas neste tasquinho … tive ordens de soltura para voltar a
correr. Ontem experimentei mas ao fim de 2km voltei a sentir o problema no
gémeo … está melhor mas não dá para correr L … 4ª volto para
a maca e vamos tendo paciência.
P.S. Voz Nr.6 da minha lista de vozes que até arrepiam?
Inigualável? Adivinhem lá … Eddie Vedder, Chris Cornell, Mick Jagger, Tom Yorke e Perry Farell … admito que todos estes poderão ser discutíveis, dependendo do
gosto e da paixão que cada um de nós tem a nível de música, mas o meu nr.6 deve
estar na lista de todos nós. Quem será?
Este tasco é sobre corrida!!! O que não quer dizer que
não se possa abrir excepções que confirmem a regra, certo? Já cá tinha estado, sozinho, há dois anos atrás englobado no "estágio" para o Mont-Blanc e tinha sido um sucesso. Pensando melhor e
assim mais em profundidade, assim mesmo profundo profundo, nas profundidades do
nosso ser mais profundo, esta posta tem tudo a ver com corrida!!! Porque este capítulo
foi escrito na companhia de amigos que a corrida juntou. Metendo Pernetas no
barulho tem a ver com corrida, porque foi a corrida que fez surgir os Pernetas!!!
Capisce!!!
Posto isto … siga para mais um episódio dos “Pernetas on
Tour”!!!
Os Pernetas surgiram porque tem gostos em comum. A
corrida é apenas um, talvez o elo de ligação de todos os outros, a agregador de
tantos gostos diferentes mas comuns. Há o gostar de “festa”, todo o tipo de
festa J. Há o comer e beber em exagero o
que acaba muitas vezes em grandes tainadas. Há a parvoíce natural que é comum a
todos mas que se multiplica infinitamente quando dois ou mais elementos se
juntam. Há o viver de um lema “Quando corre um corremos todos” que não se
explica, sente-se. E há os Pearl Jam!!!
E os Pearl Jam vieram a Portugal, consta-se que pela
oitava vez. E reza a lenda que aqui o vosso amigo Perneta-Mor é uma grande fã
do Eddie Vedder e companhia. Mesmo grande fã – não tendo assim uma banda
preferida existem umas 5 vozes no mundo que eu simplesmente adoro, não por
serem as melhores mas porque são diferentes de todas as outras, porque as
consigo identificar nem que estejam a cantar o malhão e me arrepiam tanto ou
mais que a Maria Leal com o “Verão Chegououououou” mas ao contrário. O Eddie
(trato assim porque somos compinchas de longa data, ele e as músicas dele acompanha-me já há uma
catrefada de anos (pelo menos desde 1992*)
*ia explicar esta paixão pelos Pearl Jam, e até comecei a
escrevinhar ..mas entusiasmei-me tanto que escrevi sobre todo o meu “percurso
musical” e ficou bué grande. Agora estou na dúvida se publique aqui mais tarde
ou guarde para mim. Talvez publique se me pedirem com jeitinho ou me mandarem
uma nota de 5 euros para beber umas minis na Dª Alice porque no Alive mal dá
para uma bejeca de 0,5lt.
Onde é que eu ia? Ahh .. Pearl Jam no Alive 2018. Nunca
tinha tido a oportunidade de ver os Pearl Jam ao vivo. Das bandas que mais
gosto só faltavam eles, os Nirvana (com o Cobain) e os Soundgarden (com o Cornell) …
mas espero que alguma organização se dê ao trabalho de trazer os outros cá
também – não quero ir desta para melhor sem os ver.
Quando anunciaram que os Pearl Jam vinham cá estava
dentro de um carro, de um agente meu, de viagem na zona de Frankfurt na
Alemanha. Precisei apenas de alguns minutos para fazer a reserva dos bilhetes
online e pagar (benditos Smartphones e net na europa a custo normal). Passados
uns minutos recebo mail de confirmação com os vouchers dos bilhetes …
arrepiei-me todo, eu ia ver os Pearl Jam!!! E partilhei no grupo com a malta.
Passado uns dias já eramos uns quantos com bilhetes comprados. E se alguns não
tivessem comido sono, no sábado tínhamos sido mais.
E sábado de manhã cedinho lá nos pusemos a caminhos de
Lisboa de autocarro – foi a forma mais económica que encontramos. Como os
transportes para Algés funcionavam bem, foi o ideal. E funcionou bem.
Eu quis ir cedo para experimentar o ambiente … eram 16.30
estávamos lá dentro a dar uma voltinha, ver o que havia e coiso e tal. A minha
ideia era abancar em frente ao palco principal desde as 18.10h até ao fim do
concerto dos Pearl Jam. E foi quase cumprida.
antes de entrar foi preciso abastecer … 0,33ltr bem fresquinha a € 1,50 … não era barato mas justo …
vou dar uma de rebelde e entrar em território "inimigo" de Super Bock em punho (digo já que correu mal, não me deixaram entrar, podia ser considerado um objecto de arremesso, cortante, o liquido podia ser uma mistura qualquer que desse para fazer uma bomba ou algo do género … compreendo … not :( ) … mas não desperdicei nada, bebi o resto e as garrafas de água que levava comigo antes de entrar … fiquei com a barriga inchada e a pesar mais 3kg mas não importa :P
acho que 98% dos 55.000 que entraram todos os dias tem uma foto neste local … a malta adora espelhos … tarados
Tinha alguma expectativa com os Alice in Chains – tenho
os 2 primeiros álbuns deles dos quais gosto bastante. Passaram 25 anos e
faltavam 2 elementos que faleceram nos entretantos, um deles a cara e voz do
grupo – o carismático Layne Staley. Desliguei-me completamente deste grupo e
para ser sincero até pensei que já não existissem. Quando os vi no cartaz
fiquei contente. Uma rápida pesquisa no youtube pelos últimos concertos já com
este novo vocalista colocou as minhas expectativas em baixo – o homem não canta
mal, até chega a ter uma voz parecida com o Staley mas não é a mesma coisa. E
assim foi o concerto … o facto de ser em plena luz do dia tb não ajuda, e mesmo
com alguns milhares de saudosistas como eu, muitos a enveredar orgulhosamente camisolas
dos Alice in Chains não conseguiram fazer muito melhor do que arrebatar a
atenção da malta com as músicas mais conhecidas. Nada de especial. Agora posso
dizer que já os vi ao vivo – a continuar assim acho que não duram muito mais.
até estava muita gente mas tudo muito sossegadinho …
Não perderam nada …
Seguiam-se os Franz Ferdinand, concerto no qual eu
depositava grandes esperanças. Nunca vi ao vivo (aliás, eram tudo estreias para
mim naquele dia) mas já tinha visto alguns concertos na tv e costumavam
arrebentar com tudo. Aproveitamos o intervalo para ir comprar uns hambúrgueres
e ir à casa de banho – a ideia era alapar o traseiro por ali e não mais sair
para não perder lugar. Entretanto chega a tropa fandango- Badolas, Andreia, Zé e Ana. Pronto .. falta
só o alentejano J. O concerto dos
Franz Ferdinand não só não defraudou nadinha, como ainda superou as minhas
expectactivas. Eles te reportório para manter uma plateia ao rubro e energia
para dar e vender – o vocalista (Alex Kapranos – bem haja wikipedia) é um
animal de palco, aspecto “direitinho”, nada ar de rockeiro engana bem e ainda
bem J Foi um espectáculo e passado estes
dias todos os acordes do “Take me out” não me saem da cabeça J … já tinha valido o Alive!!! Pelo menos para mim.
acabou o sossego …
estava "compostinho"
Enche o bucho homem que já não sais mais daqui!!!
Fez-se história … um destes dois bebeu cerveja pela primeira vez na vida!!!
estes gajos … só querem selfies …
ALTO!!! Parou tudo … chegou.
e veio acompanhado de umas loiras :)
EQUIPA COMPLETA!!!!
"This Fire" arrebentou com a malta … achei piada a uma miúda que estava ali ao lado… quando o vocalista pediu para toda a gente se baixar ela aos saltos toda contente porque era a primeira vez que estava a conseguir ver o gajo :)
Seguiu-se Jack White … completos já com o Lobo junto da “matilha”,
envergando a camisola do CAL – Valente J!!! Não sou um profundo conhecedor da discografia
do homem (do Jack, não do Lobo J) – conheço as “malhas”
mais estrondosas do tempo dos White Stripes e Raconteurs e andei a ouvir umas
coisas do último álbum dele a solo, onde destaco o “over and over” que é de uma
potência que Deus nos livre. E Deus não nos livrou pq foi exactamente com o “Over and Over” que ele abriu as hostilidades para agarrar a malta logo de inicio.
Espectacular!!! Já era de noite o que ajuda à festa … acho que estamos todos de
acordo se afirmar que um concerto à noite tem outro encanto. À medida que ele
ia debitando músicas que eu não conhecia, ia-me distraindo mais com outras
coisas … fiquei mais atento à performance dele em palco … um “animal” à solta e
enorme guitarrista (digo eu que não percebo nada disto) … hmmm … a bexiga
começa a apertar já o concerto vai a meio … “volto já” … sair do meio da
multidão foi fácil … até batem palmas e abrem alas quando um gajo quer sair dali
(menos um não é? J) … voltar é que
foi pior… uma selva de malta que consegui passar para voltar para junto da
nossa matilha, não evitando alguns olhares fulminantes e até uma boquitas. Sem
stress!!! Ainda cheguei a tempo do “Seven Nation Army” e prontos .. foi fixe,
gostei mas não adorei. Precisava de ser mais conhecedor para chegar ao ponto de
adorar. Por um grupo de chavalos que estava à nossa frente o concerto só pode
ter sido bom, cantaram, saltaram e curtiram o tempo todo – ou foi da
performance do Jack, ou das bejecas e das ganzas ou tudo junto J Venha mas é o momento para o qual viemos ao estrangeiro J
Entre as bandas costuma haver aquele movimento de a malta
sair para ir comer, beber, à casinha. Agora esse movimento quase não existe.
Quem ganhou o lugar mais à frente não quer sair para não ter que ficar lá atrás.
É justo!!! Nós tb não. Nas corridas normalmente evito este tipo de confusão –
aqui não – luto pelo meu lugar. O tempo de espera é longo e os 15 min que
passam da hora anunciada para os Pearl Jam ainda demoram mais …
cá está a camisola mai linda do mundo e do lourosa tb
voltou tudo à normalidade…
Roubar o caralho …
nunca mais começa …
se tivesse que fazer uma legenda a esta foto seria "o entusiasmo"
… e finalmente ali estão eles, ali está o Eddie e
Companhia … uns 100m à minha frente em carne e osso e projectado em 2 ecrãs
gigantes. Dou graças a Deus por ter 1,86cm J … não vou entrar
em grandes pormenores (a net está inundada de textos, relatos e criticas muito positivas
sobre este concerto) – iria repetir o que foi escrito. Foi espectacular … tinha
grandes expectivas e foram superadas. Não dei pelas ca.2 horas passar - como
diz o Lobo, pareciam uma banda no início de carreira a querer mostrar serviço –
energia brutal colocada em palco, o Eddie ao fim de 2 ou 3 músicas já estava
encharcado em suor – o som e a voz ao vivo são como se ouvem em disco – muito muito
bom – valeu cada cêntimo gasto, mesmo o que se gastou na cerveja**… podemos discutir o alinhamento, haveria sempre quem desejasse outras músicas (eu adoraria ter ouvido o "Off he goes", o "Yellow Ledbetter" ou o "Nothingman" mas prontos … eles só tinham 2 horas)…
só um cheirinho…
**um roubo à descarada é o que se pratica dentro do
recinto. 0,25ltr a € 2,50 e 0,5ltr de cerveja a 4 €. Água 0,5ltr a 2 euros. Vão
roubar o caralho!!! Á entrada barraram todas as bebidas que levávamos – meio copo
de cerveja num copo de plástico que levava na mão (ainda perguntei ao segurança
se era por ser Super Bock?) e duas garrafas de água que poderíamos levar se tirássemos
a tampa. Mas lá dentro, compradas a preço de ouro com tampa já não havia
problema. Enfim … não há alternativa … quer dizer, haver há … é não ir, mas
prontos. Já as comidas tenho a dizer que são em conta – pagamos 7 € por um
grande e saboroso hambúrguer feito na hora com batatas fritas – achei justo!!!
Justo tb seriam as finanças controlarem estas vendas das cervejas, porque se
pagamos uma fortuna destas espero que pelo menos a parte dos impostos seja
paga. Ponham os olhos na festa do Avante!!!
Tal como a grande maioria da malta já não ficamos para os
MGTM, TMGT, VBGT ou lá como se chamam - tenho pena deles, não devia haver concertos a seguir a uma Banda como os Pearl Jam. Já não havia forças e vontade para
continuar por ali. E os autocarros de volta ao Alegro eram assegurados apenas
até às 3h da matina.
Foi uma Pernetada diferente e valeu a pena, foi um bom estágio J …
“Quando corre um corremos todos” …
… para o ano tragam
os Stone Roses por favor … para o Alive ou outro festival qualquer.
Pleaaaaseeeeeee …..