domingo

14º Meia Maratona Manuela Machado - 21-01-2012

O telemóvel desperta para acordar – são 5.45h,  “madrugada” de um domingo onde vou participar em mais uma meia maratona (a 6ª na minha ainda curta “carreira” de atleta de pelotão). A noite como sempre nestas situações, foi mal dormida, sempre a acordar – nem percebo bem porquê, pois nesta prova estava decidido apenas participar, fazer um bom treino, não tinha intenções de tentar o meu recorde pelo que o único stress que tinha era o de acordar a tempo e horas.
Encontrei-me com o pessoal em Fiães no sítio do costume, não sem antes ter ido tomar o cafezinho da praxe no Beto. Havia uma particularidade – havia uma estreia a ir connosco, um gajo chamado Bruno – normalmente este caro amigo atrasa-se um bocadinho (muito) e a questão era saber se desta vez o atraso seria o suficiente para o deixar a pé. Foi por pouco que isso não aconteceu, para não variar atrasou-se, a saída em vez de ser às 7.15h como combinado,  foi quase às 7.30h por causa dele (a desculpa desta vez foi que o pessoal lá de casa lhe tinha fechado as portas e ele não podia sair…enfim). A sorte dele é que era eu a levar o carro e eu tenho um coração de manteiga.
A viagem até Viana do Castelo foi tranquila, em menos de uma hora já lá estávamos a perguntar a um pessoal da organização onde era a partida…..com a explicação do homem ficamos a saber o mesmo, apenas que ficava perto da biblioteca – pelo tom de voz agressivo do senhor nem me atrevi a perguntar mais nada. Não fosse outra alma caridosa ainda hoje andávamos lá às voltas. Estava um frio de rachar pelas ruas de Viana, um ventinho que parecia que cortava. Já na zona de partida encontramo-nos com o Nuno (o atleta mais rápido do nosso clube – um dia quando for grande vou dar-lhe luta, vão ver:D) que já nos tinha levantado os dorsais. Decidimos procurar o “Zé Natário” – não, não é um colega atleta com nome esquisito, supostamente seria uma pastelaria muito famosa pelas suas bolas de Berlim com creme – lá chegados era vê-las (ás bolas) a rirem-se para mim, mas decidi resistir não vá aquele creme me dar a volta durante a corrida. Entramos para tomar um cafezinho e qual não é o meu espanto quando o meu amigo Badolas decide comer uma bolinha……ai meu Deus, eu sou o maior lambareiro que existe á face da terra e só eu sei o esforço que estava a fazer para resistir (era um cheirinho á bolos) e este gajo amigo da onça decide comer uma bolinha cheiinha de creme….que aspecto delicioso, tive que desviar o olhar, contar carneiros e mais um sem fim de técnicas para voltar a resistir, ainda pensei em pedir também uma para mim mas consegui segurar a vontade (o que viria a ser um erro fatal como explicarei mais á frente). Depois deu-se um episódio ao qual eu felizmente não assisti (fugi a tempo) mas que me contaram – o amigo da bola de Berlim decidiu ir esvaziar o intestino na WC da pastelaria – isto contado por uma testemunha credível (o Bruno claro) – dizem que o sniff que deixou era tão horrível que o Sr.Natário teve que fechar o resto do dia, chamar uma equipa especial de desratização e desinfecção e a sorte deles é que a ASAE não trabalha ao domingo, se não ainda tinham o azar de ter que fechar o negócio e lá ia uma família inteira para o desemprego, (mais uns 10 a receber subsídios e rendimentos mínimos – já temos poucos)  e os fans das bolas de Berlim ficavam sem as bolas do Sr.Natário (salvo seja claro). Depois deste episódio fugimos de fininho, mas não sem antes do gajo mais inteligente da malta (não, não sou eu, é o Bruno – o gajo é do Porto carago, é da cidade, não como o resto do pessoal que é da aldeia) comprar uma caixa cheia de bolas de Berlim.

Ó para eles tão contentes com os dorsais no Natário:

 Quando saímos da pastelaria faltavam pouco mais de 30 minutos para o início da corrida, pelo que estava na hora equipar e fazer um aquecimento. Tivemos que voltar ao carro e volto a frisar que estava uma brisa do caraças – só ao sol se estava bem.

Tudo pronto para o aquecimento – magrinhos e espadaúdos:

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O aquecimento foi normal, primeiro uma ida á casa de banho (ou arbusto mais próximo) para largar as águas, umas corridinhas e uns alongamentos. Um de nós (não digo nomes) teve que ir duas vezes em 10 minutos á casinha (e já tinha ido no Natário - terá sido da bola de Berlim?). Lá nos colocamos na zona de partida – estavam inscritos 2.200 atletas para correr a meia – muitos espanhóis, uma grande parte galegos (segundo a organização deveriam ser uns 800). O ambiente era bom, e o tempo estava um espectáculo para dar uma corridinha – o sol brilhava mas a temperatura estava amena. O tiro de partida foi dado por volta das 10.30h e lá fomos nós…..aqui ainda todo contente….

Sobre a corrida posso dizer que quando começou estava apenas com ideia de fazer entre 1h40 e 1h 45min – um treininho mais forte para as minhas capacidades – não me sentia com motivação para fazer melhor e pelo que me tinham dito, esta não seria a prova ideal para fazer bons tempos (tinha muitas subidas). Mas à medida que os primeiros quilómetros iam passando ia em bom ritmo e a aguentar muito bem. Para isso muito contribuía a presença de 2 colegas (Zé Miguel e Badolas), pois íamos puxando uns pelos outros. Por volta do KM 7 o Zé Miguel ficou ligeiramente para trás. Eu e o Badolas lá fomos andando a excelente ritmo até á zona de viragem (10km – ca.46 min. – foi aqui que pela primeira vez tive noção que poderia dar para bater o meu recorde pessoal 1h.36min34) – sentia-me bem - um pouco mais á frente decidimos baixar ligeiramente o ritmo para nos pouparmos um pouco para as subidas que aí vinham. Foi aqui que me surgiu algo que até á data nunca me tinha acontecido – ca. km 11-12 comecei a sentir uma dor intensa em ambos os pés, na parte da frente – então no pé esquerdo era como se me estivessem a cortar os dedos – só podia ser das sapatilhas novas (já tinha feito uns 30kms com elas em treinos, mas nunca mais de 10km seguidos, ainda não estão adaptadas aos meus pés) - ainda aguentei mais um km com a esperança de que passasse, mas cada vez estava pior o que me obrigou a parar pela primeira vez numa prova – disse ao Badolas para continuar e encostei – tirei as sapatilhas, massajei os pés e andei um bocadinho descalço – entretanto passou o Zé Miguel e eu pouco depois voltei a fazer-me á estrada – já estava bem melhor, estava tudo quase normal com os meus pés mas tinha perdido 3 minutos e já não consegui mais entrar no ritmo com que vinha até ali. Aproximadamente 100m á minha frente ia o Zé Miguel, eu via-o e queria chegar á beira dele mas não conseguia e lá fui indo no meu ritmo – a 2km da meta voltaram as dores nos pés, decidi baixar um pouquinho mais o ritmo para ver se conseguia chegar ao fim sem ter que parar novamente, coisa que consegui com muito esforço. O tempo final oficial foi de 1h40min35seg, o que deu 1h39min46seg limpinho (tiraram-me 49seg que foi o tempo que demorei a passar a linha de partida desde que se deu o tiro de partida no inicio). Olhando ao que se passou fiquei satisfeito com o resultado, mas ao mesmo tempo fiquei com um “amargo de boca” e com a consciência de que se não tivesse acontecido a história com as sapatilhas tinha batido o meu recorde pessoal. Ao ritmo que vinha, com a força que estava a sentir e em conjunto com o meu amigo Badolas estou convicto que 1h35min tinha sido possível nesta prova. Paciência, fica para a próxima.

Quanto aos meus colegas do CAL (Clube de Atletismo de Lamas) mais uma vez todos estiveram muito bem, finalizando todos sem excepção as suas corridas com boas prestações:

Nome
Apelido
Sexo
País
Dorsal
Equipa
Geral
Escalão
Escalão
Lugar
Tempo
Checkpoint
NUNO
SILVA
M
PT
1617
Individual
99
M20
44
01:20:11
00:39:13
HUGO
FERNANDES
M
PT
1612
Individual
488
M35
86
01:32:14
00:44:22
JOSÉ
COELHO
M
PT
1614
Individual
722
M20
163
01:37:03
00:46:16
JOSÉ
MARTINS
M
PT
1615
Individual
865
M20
196
01:39:48
00:46:42
CARLOS
CARDOSO
M
PT
1607
Individual
915
M35
171
01:40:35
00:46:16
BRUNO
PINHO
M
PT
1606
Individual
1347
M20
305
01:50:00
00:52:38
JOAQUIM
PAULINO
M
PT
1613
Individual
1366
M50
274
01:50:23
00:52:32
JOSÉ
PALMA
M
PT
1616
Individual
1367
M35
253
01:50:23
00:52:38

Especial destaque para os colegas que fizeram a viagem comigo (Nr.1614, 1615 e 1606) - todos fizeram grandes corridas e bateram os seus recordes pessoais e por larga escala. Nota de maior destaque para o atleta com o dorsal nr.1614, que bateu o recorde dele por mais de 3 minutos – estamos convictos que foi por causa da bola de Berlim antes da prova – devia ter comido a bola antes da corrida (arrependi-me) – experiência que todos vamos fazer numa próxima oportunidade. PARABÉNS PESSOAL!!!

Aqui umas fotos da chegada do pessoal do CAL:






Digam lá se não é a melhor equipa do mundo!!! Só é pena o equipamento ser vermelho, acho que azul nos ficava muito melhor, mas já diz o ditado “não se pode ter tudo”.
Depois da prova, de uns minutinhos de descanso, lá voltamos ao nosso balneário (leia-se carro) para carregar as baterias, desta vez de uma forma especial – de notar que as bolas eram boas, mas tinham um ligeiro sabor a “pato” (obrigado Bruno):









Mais um domingo de manhã bem passado na companhia de amigos! Venha a próxima (em principio em Ilhavo em Fevereiro).
Ahhh…e dia 30.01.2012 começo o plano de treinos para a Maratona de Madrid que se realiza a 22 Abril deste ano. Vai ser duro.