segunda-feira

A vontade está de volta ...

Na semana passada a vontade de correr voltou em força, e nada deteve aqui o amigo Perneta. Estive na Alemanha de 2ª até sábado ... levei com frio, alguma neve, vento, 1500km de carro, muito transito, reuniões difíceis, quase sempre escuro ... luz do dia só a partir das 8h e por volta das 16-16.30 já estava escuro novamente ... detesto o inverno... o facto de andar bastante stressado motivou-me a correr para descontrair, carregar energia para atacar o dia seguinte ... quem não corre não compreende, quem corre sabe o que quero dizer ... corri 5 vezes e fiz mais de 70km ... além das fotos da corrida madrugadora em Colónia não tenho muito mais para mostrar, pois corri quase sempre por entre campos e florestas apenas com a luz do meu frontal ... no sábado de manhã, antes de apanhar o voo de regresso tive oportunidade de correr com luz do dia ...
 
... andei por uns campo agrícolas, na maior parte em alcatrão ...
 
 
... mas tb por uns caminhos em terra a sujar as sapatilhas ;)
 
... 

.. e dei com a Coface Arena ... nada mais, nada menos que o estádio do Mainz 05, uma equipa de futebol que milita na 1.Bundesliga (a 1ª divisão alemã) .. uma equipa da 2ª metade da tabela que mete 35.000 pessoas por jogo em casa ... outras realidades ... o engraçado é encontrar um estádio tão moderno no meio destes campos :)
 
 
Não se preocupem que tb arranjei tempo para comer :):):) ... passar fome é algo que não me assiste. Calma, não vou meter nojo com as fotos da comidinha boa ... só um pormenor interessante ... na 6ª de tarde, estive numa feira num cliente meu ... e lembrei-me de oferecer natas (eu sou do norte, e na minha terra chamamos natas a estas coisas irresistíveis) aos visitantes ... fui a um supermercado português e comprei 250 ... destas comi apenas duas e estavam uma delicia ... o pessoal adorou :):):)
 
 
.. close up ...

 
ahhh ... e andei a fazer troca directa ... só a título de exemplo troquei natas por uma bomboca caseira deliciosa, e por duas destas ... :) ... um gajo não vive de ar não é?

 
Já estou novamente na Alemanha .. esta semana o tempo vai ser mais escasso ainda ... vamos lá ver se dá para umas duas ou três corridas até 6ª feira... vem aí a época das S.Silvestres e eu quero fazer boa figura :)
 
 

quinta-feira

#Colónia#bymadrugada#foda-se#custalevantar#masvaleucadametro

pecado#ontemànoite#nãoresisti#eusei#souumbanana#mastavatãobooooom

 
#pesonaconsciência#tocaamadrugar"
 





















 
#castigovemacavalo#gostasdeprovocar#agoraaguenta#pernetademerda#manboobs
 
 
 

terça-feira

A botar lume ...

Por estas bandas tem-se corrido pouco, quando apetece e como apetece. Na semana passada foram 3 vezitas, mas curiosamente todas a botar bastante lume nas sapatilhas ... tem-me apetecido andar rápido, colocar o coração a mil ...

Esta e a próxima semana estarei pela Alemanha ... queria ver se começo a fazer mais qualquer coisita, apenas para manter uma base de forma que me permita, a partir de Janeiro, "trabalhar" para os objectivos que me vou colocar em 2016 - que ainda não defini - muitas ideias, mas nada de concreto ainda.

Ontem à noite em Mainz, saí para fazer uma horita de corrida descontraída ... estava frio, ca.2 graus. Depois de um primeiro km lento deu-me na cabeça, assim do nada, começar a fazer series de 400m ... fiz 12 com 200m de intervalo a trote, com uma média de 3,36min/km ... fonix, nunca pensei que estivesse assim em tão boa forma ... deve ter sido do frio ... depois continuei até aos 10km relativamente rápido para baixar os 43min (fiz 42,57min) e como ainda não chegava decidi chegar ao Hotel com uma média abaixo dos 4,20min/km ... foram 12km no total e a média deu 4,16/km. Lá está, apeteceu-me ...



Depois é que "estraguei" tudo ... tirando as batatinhas que estavam um espectáculo, o hamburger não era nada de especial :( ... agora vou andar o resto da semana a saladas, legumes e água, ou não ;)



ouvi dizer que emagrece e previne alzheimer .. pelo sim pelo não, não custa experimentar .. só por causa disso ... PROST!! 


 Vamos lá ver o que esta semana ainda me proporciona em corridas ... eu vou dando noticias :) ...


quarta-feira

Trilhos do Perneta - edição Natal 2015

Pois é ... os Pernetas este ano decidiram festejar o Natal a correr pelos trilhos de Canedo City. Ainda não definimos os percursos ao certo, mas deverá ser bastante aproximado do que fizemos em Maio deste ano, talvez acrescentando uma parte nova que será de improviso junto à ponte do Inha, pois desconheço essa parte - uma parte de aventura à descoberta para apimentar a coisa - o máximo que pode acontecer é qualquer coisa dentro disto ;)

No total deverá dar qualquer coisa entre 30 a 35km na versão total com uns 1500m D+. Para quem ainda não se sentir confortável com esta distância, poderá participar na mesma, pois terá oportunidade de colocar um carro por volta dos 10km (ca.300mD+) do percurso para regressar à casa partida.

Não haverá abastecimentos, nem banhos ... nada ... cada um será responsável pelo seu próprios abastecimentos sólidos e líquidos. O mítico tasco da Dª Alice fica sensivelmente aos 22-25km do percurso - a ideia é parar por ali para comer uma sandes de presunto com ovo a cavalo e beber uma(s) mini(s). Mas isto terá que ser encomendado antecipadamente para quando lá chegarmos estar tudo pronto.

Por isso, precisamos de saber quantos somos. Se alguém por aí estiver interessado em participar nesta festa de Natal, que mande um mail para casc1972@hotmail.com , com indicação de nome, contacto telefónico, qual a distância que pretende fazer e no caso de participar no longo, se quer a sandocha e a mini no tasco da Dª Alice.

E já sabem ... espirito Perneta Natalício com fartura ... ninguém fica para trás.

E agora?

Não sei ... para já ando sem grande vontade em correr. Tinha previsto um período de descanso activo após a Maratona do Porto e é isso que estou a fazer. Por quanto tempo não sei. Estou numa fase de muito trabalho com várias viagens à mistura. A ideia é ir correndo por aí para manter uma base de forma que me permita depois treinar conforme os objectivos que me venha a colocar.
 
Provas para já só a S.Silvestre do Porto lá mais para final do ano, mas não ponho de parte a participação em mais uma ou outra aqui pela zona (Ovar, Espinho são hipóteses). Tudo sem grandes objectivos.
 
 
E também queria voltar ao meu quintal, organizar um treininho pelos Trilhos do Perneta com quem se quiser juntar, para uma manhã de trilhos, convívio, sandes de presunto com ovo a cavalo e minis ... sobre isto depois informo quando houver data.
 
Inté...

segunda-feira

Maratona do porto 2015 - by Luis Lobo

 
Já tenho referido aqui um amigo alentejano que a corrida me deu ... chama-se Luís Lobo - o autointitulado atleta de baixa competição :) ... só para que conste, 5 Maratonas, 4 delas abaixo das 3h e a melhor em 2h54min ... pfff ... coisa pouca, quem não consegue? Bem ... além de correr pra caraças, este moço escreve umas crónicas de vez em quando no facebook, as chamadas crónicas de um atleta de "baixa competição" ... como esteve presente na Maratona do Porto, tb deixou uns escritos sobre a prova e tudo o que girou à volta ... eu gosto mesmo muito do que ele escreve, é diferente do que se lê por aí e tem piada, muita ... já o desafiei a criar um blogue, mas ele manda-me às urtigas para não dizer outra coisa ... desta vez decidi partilhar um texto aqui no PK, com a devida autorização do autor evidentemente ....
 
... o PK tem honra de vos apresentar, A MARATONA DO PORTO - by Luis Lobo aka Atleta de baixa competição
 
"A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Maratona à moda do Porto!
Haverá sempre um antes e um depois da Maratona do Porto.
A corrida nunca mais será a mesma!
Já que vou falar de receitas convém dar o exemplo com o prato mais famoso da cidade, ao lado da francesinha. As tripas à moda do Porto!
Nunca provei as tripas à moda do Porto e não faço a mínima ideia como se preparam!
No entanto como em qualquer receita, deverá ser preciso arranjar com antecedência os ingredientes necessários à sua confecção. Acredito que até aqui não haja novidade!
Já a obtenção do prato final terá sempre o cunho de cada executante. Dependerá do tempo de mistura dos ingredientes, da qualidade dos mesmos, do tempo e forma de cozedura. E principalmente da entrega!
Tenho alguma propriedade para defender que o melhor ingrediente que existe na cozinha é a entrega!
A definição de entrega pode ser sempre subjectiva, deixo uma pitada da minha! Atenção, dedicação, improviso, paciência, carinho, gosto e tempo. Com isto raramente um prato sai mal!
Vou ter que falar disto outra vez, não consigo não falar.
Finalmente temos um governo estável, não esperava que fosse tão rápido!!!
Mas alguém se lembra já quando é que foram as eleições e para que serviam, nem sei se as pessoas se querem lembrar!
A nossa classe política é um verdadeiro espectáculo!
Será que eu tinha preparado com a devida antecedência todos os ingredientes necessários para a minha receita de Maratona?
O facto de a preparação não ter corrido da melhor forma, devido às lesões nunca poderá servir de desculpa. Eu tinha na minha posse todos os dados, logo não era um factor surpresa!
Faltava um ingrediente, e não foi por displicência da minha parte!
Vamos lá então à primeira crítica à organização!
Nas outras maratonas que concluí, sempre tive acesso ao mapa de altimetria das provas com antecedência. No Porto não existia, este atleta de baixa competição acha isso muito importante!
Na falta de um ingrediente podemos então apelar a um dos componentes da entrega, o improviso?
Como um todo não podemos!
Na receita da maratona o improviso só pode ser utilizado nos últimos 195 metros!
Se dúvidas existirem é só perguntarem a um maratonista.
Nas palavras da Sara Moreira (que orgulho aquela prestação em Nova Iorque), só agora é que entrei para a categoria dos maratonistas, eu e um colega de prova, o Gil (curiosamente disse-me que foi também a que mais sofreu!!!).
Segundo a Sara só depois de concluir 5 maratonas é que podemos ostentar o título de maratonistas!
Tenho uma secreta esperança que ela (ainda só fez três) antes de ser maratonista traga uma medalha do Rio 2016. Na maratona como é óbvio!
A Sara é grande!
Não havia mapa de altimetria, mas nada de grandes improvisos, era ir com um pouco mais de cautela!
Vamos lá a mais uma variante, ensinou-me o Manel Ferraz em Quarteira!
"Então mas tu no dias das provas estás sempre nos teus dias?! Claro que não estás! Há sempre um dia que corre mal!"
Foi com este ensinamento que sarei as feridas de ter desistido (embora por lesão) das 24 horas a correr. Andava com a mania que tinha que estar sempre nos dias bons e sempre a correr tudo bem!
Esta variante é dedicada, ao que considero o meu padrinho das Maratonas, ao grande Carlos. Os relatos do Papa Kilometros contribuíram e muito para eu querer experimentar a prova rainha do atletismo. E sim, ele já era maratonista antes desta prova!
Já li dezenas e dezenas de histórias de corrida no Papa Kilometros, já li inúmeros comentários acerca dessas histórias, felizmente já participámos em três provas, já testemunhei a sua postura e reconhecimento no pelotão da corrida!
À parte de pormenores. Esta é apenas a minha opinião, depois de uma preparação como deve ser da parte dele, quem merecia fazer a prova desejada era o Carlos!
Mas como me disse o Manel, que é algarvio!
"Móóçço! Nem sempre tás num dia bom, deb...!"
E também como me disse o Zé Coelho não faltarão maratonas!
Vá lá mais uma palavrinha para o Zé Coelho.
O Zé nas semanas de maior volume de treinos teve semanas que quase fez 10 Kms. Zé cuidado com o excesso de treino, não é benéfico! Que espírito, muito bom!
Não havia plano de altimetria e havia a mudança de percurso anunciada pela organização, com o objectivo de tornar o percurso mais fácil. Posso considerar que começavam a haver muitas variantes!
Eu ainda hoje sei tempos e formas de cozinhar convencionais (bicos de fogão), que de nada servem na placa de vitroceramica!
A juntar às tais variantes tivemos que somar mais outro aspecto relevante, o calor fora de época!
Como cheguei a dizer, se até para um alentejano estava muito calor, imagino para os comuns mortais!
Já ouvi dizer inúmeras vezes.
"Mais vale uma rua do Porto c' a Gaia toda"!
Então e não é que a organização quis levar isso à letra. A maior parte dos kms feitos do outro lado da ponte foram feitos em paralelos horríveis, próprios para consumir joelhos como se não houvesse amanhã!
Gaia nesse aspecto (e só nesse) não me deixou saudades!
A organização com o objectivo de tornar o percurso mais rápido fez alterações em relação aos últimos anos.
Só que de acordo com a generalidade de opiniões que tive acesso, ficou mais difícil. Como é óbvio acredito que a intenção não era essa, aconteceu!
Bem até agora parece que foi a pior maratona do mundo, que estava tudo mal!
Antes pelo contrário, foi a que mais gostei de participar!
A feira de exposições e recolha de dorsais muito bom. Pasta party à maneira. Recepção na manhã da prova com direito a chá, café e bolinhos. Abastecimentos ao longo da prova como deve ser, água, isótonico, geis, bananas, laranjas e muita simpatia!
Maçãs, imperial e água à chegada!
Bem, não fosse o desgaste que a provazita provoca, dava para engordar nessa manhã de Domingo!
Alguns pontos ao longo da prova com muita gente no público a incentivar, coisa que pelo menos para mim ajuda bastante nos momentos mais difíceis!
E depois a beleza da paisagem da bela cidade do Porto. Só por isso já valeu a pena o esforço, que em determinadas alturas, foi desumano!
O que dizer da cidade do Porto em si.
Fiquei hospedado no centro e como tive algum tempo andei por ali a deambular, entenda-se deambular entrar num ou noutro sitio sempre com a perspectiva de encontrar uma história, uma forma diferente de ver as mesmas coisas, arranjar forma de poder ter uma opinião!
Gosto muito de deambular em sitios!
A minha opinião é que a cidade do Porto está um pouco fechada sobre si mesma, as pessoas melhor dizendo!
A cidade em questões monumentais e paisagísticos é brutal!
Já os portuenses, (de certeza que há muitas excepções) são um pouco fechados, bairristas!
Não acho que ser bairrista seja um defeito, as pessoas são super simpáticas, somos atendidos em qualquer prestação de serviço de uma forma exemplar!
Só que quer-me parecer que são profissionais e exemplares de mais, depois não sobra muito para o improviso!
Eu imagino a cidade do Porto e com o que ela "tem" nas mãos dos Algarvios.
Então mas eu tinha conseguido sair do Porto sem umas réplicas da "Clérigos Tower", ou da "São Luis Bridge", entre outras?!
O algarvio é o extremo oposto do portuense. O algarvio é capaz de alugar a parte de baixo de um beliche e "viver" na parte de cima!
Já de certeza ouviram falar, de vender a alma ao Diabo. O Diabo teve que abandonar o Algarve, porque os algarvios achavam que o Diabo não estava a pagar um preço justo pelas suas almas!
Aquela história que se conta que quando o homem chegou à Lua já lá estava um algarvio, é a mais pura das verdades!
Quando se fala da alunagem da Apollo 11 é comum ouvir-se aquela gravação.
"... one small step for man... "!
Mas essa é a versão censurada, eu fui das poucas pessoas que teve acesso à versão na íntegra, que é a seguinte.
"...one small step for man... Mó, vê lá maje é onde ponje os pés... ainda me pisas os figos todos, Deb!"
Como disse antes eu fui das poucas pessoas que teve acesso a esta gravação. Das muito poucas!
Longe de achar que o Porto tenha que ser o Algarve, nem perto disso. Mas acho que deviam de pegar no bairrismo (e nunca deixar de ser bairristas) e não ter medo de o mostrar ao mundo. A cidade e os portuenses teriam mais a ganhar do que a perder!
Um sorriso fácil e sincero não faz mal a ninguém. Ninguém leva fisicamente o Porto para lado nenhum, mas convinha haver mais pessoas a desfrutar da sua beleza e levá-lo na bagagem das emoções!
Isto é apenas uma observação de sentido construtivo. Observação de um alentejano, que por sua vez também é algarvio e consequentemente cidadão do mundo. No fundo um ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Por exemplo os meus colegas de corrida podiam ser mandatários dessa campanha, super expansivos, sempre com uma conversa fácil no melhor dos sentidos e diversão no discurso garantida. A tal abertura que falo!
Tenho que fazer um agradecimento à extraordinária forma como sou recebido, sinto-me em casa!
À mesa da pasta party e durante a prova, uma equipa fortíssima!
Por ordem dos mais velhos para os mais novos, peço desculpa se me esquecer de alguém!
Carlos, Zé Coelho, Zé Moreira, Américo, Gil, Felipe, Susana, Andreia (bem a ordem pode não ser bem esta)!
Muito obrigado por tudo!
Iria deixar para o fim um comentário e uma pequena brincadeira em relação à próxima maratona mas quer a conjuntura que brincadeiras seja mesmo a última coisa que se possa fazer!
Estou inscrito à 8 meses na Maratona da cidade que infelizmente é a capital do mundo nos últimos dias. Paris!
Será a minha próxima aventura, mas em relação a Paris hoje, só é tempo de deixar um voto de pesar em relação aos inocentes que perderam a vida. E a todos os que vai influenciar directa ou indirectamente. Na minha opinião acho que vai influenciar toda a gente!
Tenho que comentar o que se passou entre o Km 32 e o Km 38 desta maratona.
Não faço a mínima ideia do que se passou!
Sofrimento em doses nunca experimentadas, foi transcendental!
Reflexão técnica/científica:
Tive que esperar uns dias para perceber minimamente o que se tinha passado.
O que se passou foi que eu não era o cozinheiro desta refeição. Eu era apenas um simples ingrediente!
E como grande parte dos bons pratos fui cozinhado em lume brando!
Tenho também a certeza que foi por muito, muito pouco que não me queimei!
Agora a esta distância considero que foi a minha Maratona Gourmet!
Haverá sempre um antes e um depois da Maratona do Porto.
A corrida nunca mais será a mesma!
Boas corridas!
 
"
 
Então o que acharam?
 
Grande abraço Luis ... em meu nome e do resto dos Calenses agradeço as palavras simpáticas. Sentes-te bem no nosso meio porque és da mesma estirpe ... serás sempre bem-vindo e quem sabe não começas a correr com a nossa camisola? ;) ... pensando bem, não sei se consegues os mínimos :):):) ... e como prometido, em 2016 havemos de nos aventurar num trail juntos:
 
 

sábado

Maratona do Porto 2015 - o relato


Para correr uma Maratona no limite não me basta uma boa preparação, treinar bem. Existem outros factores que são tão importantes como o treino de corrida … a mente é uma delas … tb a treino, especialmente nos longos. Depois ainda existem outros factores que não posso influenciar, como o tempo que vai fazer no dia, só a título de exemplo.

Para esta Maratona eu tinha um objectivo muito concreto, baixar as 3h20 … e com os últimos treinos fiquei convencido que umas 3.15h poderiam ser possíveis. A decisão deixei-a para o dia.

Como manda a tradição, no sábado fui levantar os dorsais da malta e participar na Pasta Party. Encontrei-me com o Luis Lobo, atleta alentejano de baixa competição J e futuro presidente da delegação do CAL no Alentejo J … tudo impecável como sempre, levantamento dos dorsais, a feira onde aproveitei as promoções da compressport e comprei uma Sweatband e umas perneiras alusivas ao Porto. Mas também tive uma grande desilusão … “então e a garrafa de vinho do Porto? É no fim?” … “este ano não há vinho” L L L … não entendo, a sério … era uma das imagens de marca desta Maratona … as minhas são sempre abertas nos Trilhos do Perneta, mas guardei sempre as garrafas vazias que tenho em casa. Este ano não haverá vinho do Porto da Maratona nos Pernetas L  Na Pasta Party, a mesma ementa habitual … e calor … cheguei às 11.30h e já estava um calor daqueles … isto amanhã vai ser bonito …

No domingo, encontramo-nos no Beto pelas 6.30h, para o tradicional café … pessoal do CAL e alguns amigos do BTT-Sanguedo. Chegamos facilmente ao Queimódromo em Matosinhos, uma das novidades para esta 12ª edição da Maratona do Porto – a partida e chegada no Queimódromo iria substituir a partida junto ao Palácio Cristal/Pavilhão Rosa Mota e a chegada na entrada norte do Parque da Cidade. Por isso a primeira parte da Maratona assim como o final iriam ser diferentes das outras 4 edições que corri – estava um pouco apreensivo, pois embora ouvisse dizer que as alterações tinham como objectivo melhorar o tempo desta Maratona, conhecia algumas das zonas e sabia que o início não iria ser fácil por causa das subidas. Muito fácil estacionar bem perto da partida. Encontramo-nos com o restante pessoal do CAL para tirar a foto da praxe junto à rotunda da anémona.

Com a ida ao carro para equipar o grupo do CAL partiu-se em 2 … comigo ficou o Gil, o Américo e o Luis Lobo que entretanto se juntou à malta. Entramos no Queimódromo faltavam ca. meia hora para o inicio da prova. Ficamos por ali no convívio … milhares de atletas coloridos de um lado para o outro … belo ambiente … conheci finalmente a Elisabete pessoalmente (aproveito para agradecer todo o apoio e as fotos que tirou – não deu para correr mas arranjaste maneira de participar na festa e deixar a tua marca J) …pouco depois fui com o Gil para a zona de partida A – sub 3h15 … ali estava eu, prestes a iniciar esta Maratona para a qual me tinha preparado o melhor que sei e pude. Fisicamente sabia que estava bem, problema era o sol e calor que se fazia sentir já às 9h … outro problema, ainda maior, é que a minha cabeça não queria correr esta Maratona … mas as minhas pernas queriam …

A partida foi dada a horas e o arranque, mesmo no grupo A é lento … 200m e o pelotão sai do Queimódromo para a rua, por um portão claramente insuficiente para escoar devidamente aquelas milhares de pessoas – se já foi assim connosco que íamos mais à frente, nem imagino como seria mais para trás … ia ali ao lado do balão das 3h15 porque calhou … deixei o Gil “fugir” um bocadinho … queria fazer a Maratona “sozinho”...

 … ao fim de 2 km decidi que não ia tentar os sub3h15 … o ritmo do balão estava muito forte e o calor já me estava a incomodar … o que também não ajudou foi o percurso inicial … subir metade da Av. Da Boavista foi fácil porque estamos no inicio, mas desgasta … volta e voltinhas e passamos novamente em frente ao Queimódromo, agora a descer … a vantagem é que está muito público, que não se poupam a incentivar-nos … muito bom … vou com 4,40min/km de média quando entramos no percurso habitual, percorrendo Matosinhos de uma ponta à outra num percurso de ida e volta. Esta parte custa-me sempre, não sei dizer porquê … primeiros 10km em 47,10min, a respiração controlada, bpm também … vou bem, fisicamente e estou a conseguir obrigar a mente a manter-se focada no objectivo … aproveito todos os abastecimentos para me refrescar a cabeça e cumpro o plano que deliniei como alimentação … 1 gel de 7 em 7 km.
Não demoro a chegar aos 15km, já na Foz um pouco depois do Castelo do Queijo … o melhor de tudo é o público … muito mais gente na rua e desde o primeiro km, e não apenas estrangeiros … muitos portugueses J … vou com 4,38min/km, demasiado rápido mas também já levo 250m a mais em relação às placas … o calor já está a fazer mossa … tal como no meu melhor longo de sempre da semana passada, divido a distância de 10 em 10km … decido manter o ritmo até aos 20km para depois me poupar um pouco nos próximos 10 … segundos 10km em 47,16min ... passo a meia Maratona com ca.1h39 e em melhores condições físicas que no ano anterior … normalmente seria o suficiente para uma injecção de confiança daquelas, mas não …
 
... entretanto chegamos a uma das minhas partes preferidas … a incursão na zona da ribeira, bem junto ao rio … muito menos público nesta zona do que habitual … ao contrário de todo o restante percurso … curioso … a subida para o tabuleiro inferior da ponte D.Luis custa-me pra caraças e é o primeiro verdadeiro sinal de cansaço … passagem para o lado de Gaia … aproveito a descida para a marginal de Gaia para recuperar um pouco … chego ao empedrado que tanto me destrói o meu joelho direito … não, desta vez faço como os outros e vou pelo passeio … cum caraças, este ano a organização colocou pessoal a barrar a passagem e a fazer-nos voltar a estrada principal … ok, tem que ser tem que ser … agora já tenho que me forçar mesmo a manter o ritmo, as pernas até que estão mais ou menos bem, os bpm também mas a cabeça começava a ganhar este jogo … vou tentando usar as artimanhas habituais, como ver os colegas que já estão de regresso, sei lá, contar carneirinhos … não está a resultar … vejo o Luis Trigo em cima de um muro a tirar fotos … animou-me um pouco vê-lo ali …
 

 
 
... e lá fui aguentando o ritmo, um pouquinho mais lento como tinha previsto … 4,40min/km de média o que dava uma boa vantagem ainda para as 3h20 … retorno mais cedo do que o habitual e pouco depois chegava aos 30km … últimos 10km em 48,21 …

… vou tentando reconhecer alguns amigos do pessoal que vem em sentido contrário mas não vi praticamente ninguém … as pernas ficaram mais pesadas nos últimos km … controlar é a palavra de ordem e baixo um pouquinho o ritmo, afinal tenho alguma vantagem para o meu objectivo … lá está como todos os anos o Nuno Silva com reforços … Joel, Sérgio e Fernando … High-Five … o Nuno ainda correu uns metros comigo … nunca falha J … pouco depois chego à zona das Caves Ferreira, que tem uma pequena rampa de uns 30 ou 40m … uiii… custou-me tanto subir aquilo, mesmo com o Bruno, a Samanta e o Renatinho a puxar por mim … “vais bem?” … nem consegui responder ao Bruno … empedrado novamente … vou despejando água pela cabeça abaixo sempre que apanho um abastecimento, e aproveito todas as esponjas … na subida para o tabuleiro da ponte muita gente a caminhar (aliás, desde os 20km que já vejo muita gente a caminhar … o calor a fazer mossa) … a cabeça está a dizer-me para caminhar tb, mas eu não cedo … subo a trote … chego cá acima com as pernas a tremer e a respiração completamente descontrolada (mais tarde, quando descarregar a corrida no movescount vou saber que os meus bpm chegaram aos 204 neste ponto) … preciso de todo o tabuleiro da ponte para voltar a entrar num ritmo abaixo de 5min/km, muito público à saída da ponte o que ajuda … cheguei à parte que mais detesto … ir pelo marginal até um pouco antes da ponte D.Maria para mais um retorno … é uma zona exposta ao sol, já levamos muitos km nas pernas e público praticamente não tem … reduzo um pouco mais o ritmo, mesmo assim sempre abaixo de 5min/km … mas não está fácil … sempre que vejo alguém a caminhar (e eram muitos) a minha cabeça manda-me caminhar também … e eu vou resistindo à tentação como posso … as pernas vão pesadas mas nada de anormal, cansaço sim mas nada de extremo …


 ... volto a dizer que o ano passado por esta altura ia a morrer … 32km … a cabeça vai ganhar o jogo … não paro de correr porque quero passar a zona com muito público junto à ponte com a esperança que os incentivos me devolvam a confiança … ainda vou com uma boa vantagem em relação aos sub-3h20 … passo o público que é incansável, mas mal entro no túnel paro … primeiro caminho um pouco e depois paro mesmo … tomo um gel, faço uns alongamentos … o pessoal da organização que está por ali incentiva-me a continuar, a não desistir … nem reagi … estava na minha, apático … não estava minimamente preocupado com aquilo … e continuei a caminhar … agora que estou a recordar este momento, é estranho, mas mesmo não estando com pachorra para correr nunca me passou pela cabeça desistir … à medida que ia chegando à saída do túnel voltei a ganhar vontade de correr, o que fiz … olha, as pernas estão bem melhores … mais uma vez muita gente a aplaudir os atletas … olho para o relógio … 4,47min/km de média … ainda dá para bater o meu recorde pessoal por uma boa margem … vamos lá …

… mas foi sol de pouca dura … pouco depois da Alfandega deu-me nova crise mental e voltei a caminhar … iria ser assim por toda a marginal do Douro, na Foz e na Avenida Brasília até ao km 40 … ora corria e até ia bem, como ficava farto daquilo e caminhava um pouco … constantemente a ser ultrapassado …

… no abastecimento do km 40 parei para beber e refrescar a cabeça … estes últimos 10km foram feitos em 1h06 … “ok Perneta, agora corres o que falta sem parar” … e assim fiz, devagarinho mas sempre a correr … passei o castelo do queijo, a rotunda da anémona e subi para  a meta … muita gente nas últimas centenas de metros, mas um pouco pró calados …


... foi das poucas alturas desta corrida em que fui ferrado pelo espirito da Maratona … várias vezes fui eu a puxar pelo pessoal que estava a assistir para que aplaudissem os atletas … e funcionou … subi aqueles últimos metros em bom ritmo, sinal que ainda tinha bastante energia e cortei a meta, a minha 8ª de 42,195m … 3h37m57seg …


... não era isso que tinha em mente, fiquei muito longe mas paciência. Recebi a medalha, a camisola de finisher (e um colete) e fui ter com o Luis Lobo e o Gil que estavam à minha espera para uma cervejinha, voltar ao carro e regressar a casa.

A organização esteve muito bem, como sempre, a nível do desenrolar da prova, desde o levantar dos dorsais, da Pasta-Party, a feira da corrida, a prova em si. Tudo funcionou às mil maravilhas, nada a apontar nestes aspectos. No entanto junto-me a algumas críticas que fui lendo por aí em alguns aspectos. A partida e a chegada no Queimódromo descaracterizou a Maratona do Porto – muito espaçoso mas feio … partir junto ao Palácio Cristal, passar a Rotunda da Boavista, descer a Avenida da Boavista e depois acabar a junto ao Parque da Cidade nada tem a ver com andar ali às voltas, esquerda, direita, mais uma voltinha além de ter de subir metade da Boavista. Não é a mesma coisa … a questão do vinho do Porto pode parecer um pormenor sem importância, mas para mim tem … era um prémio coleccionável e eu fazia-o com gosto. Espero que para o ano voltem à forma antiga.

O que mais gostei este ano foi a nível do público … muito mais gente na rua a assistir, desde os incansáveis laranjinhas do movimento “Todos para a rua” criado pelo Ricardo Bomtempo, a tantos outros que em grupo ou individualmente saíram para a rua para festejar a Maratona … este ano os tugas estiveram ao nível dos apoiantes estrangeiros. Estamos no bom caminho, de ano para ano crescem os participantes mas também o público … e acredito que assim vai continuar nas próximas edições.

Quanto a mim, está-se bem … fica provado que é preciso conjugar todos os factores que referi logo ao início para se conseguir um tempo no seu limite. Fisicamente estava preparado, a cabeça não ajudou, consegui contrariar enquanto não entrei em dificuldade, depois falhei quando é preciso a mente entrar verdadeiramente em acção. Desta vez não dei tudo. Paciência … não fiquei triste com isto … há dias assim, e a minha maior pena foi não ter curtido o ambiente como devia – esta é a minha prova preferida. Haverá mais Maratonas no futuro.

Queria ainda agradecer todo o apoio antes, durante e depois da Maratona. Vocês são os maiores J Um agradecimento grande também aos tantos fotógrafos que estiveram presentes, e que por amor à camisola nos deram excelentes recordações desta empreitada.