Caminhos de Santiago - como e porquê?

… vimos esta frase escrita numa vieira no inicio da 2ª etapa … 

Ora vamos lá aos Caminhos de Santiago. Como é que eu me meti nisto antes da Maratona de Berlim? Ora bem … se já me acompanham neste cantinho ou me conhecem pessoalmente já é sabido que não sou muito bom a planear provas – e que sobreponho as coisas conforme vão surgindo. Maluqueira minha … J

Eu tinha os Caminhos de Santiago como algo que gostava de fazer um dia – não tinha data marcada mas certo é que um dia iria faze-los – o Caminho Português claro. Mas não havia assim uma data no horizonte até que as coisas há uns 2 mesitos se proporcionaram.

Isto faz-me lembrar a minha ida ao Mont-Blanc que por estes dias fez 2 anos – tb era algo que tinha em mente, mas sem data – até que a Anabela me liga um dia e diz “ó Perneta, e UTMB??? Bora connosco?” … e passado pouco mais de 8 meses estava a concluir o CCC.

Desta vez foi a Dora – penso que foi em Junho que o tema veio à baila e surgiu o convite – “e se fizéssemos os Caminhos de Santiago em Agosto?“… uma breve análise às férias já marcadas dava ali um espaço de 9 dias … é apertado, mas se conseguir 2 dias de férias extra deve dar. E assim foi … uns dias depois estava decidido … Caminhos Português da Costa esperam-nos em meados de Agosto.

A escolha dos Caminhos da Costa em detrimento do Caminho Primitivo prendeu-se com 2 factores: em Agosto caminhar junto às praias seria teoricamente mais fresco e permitia uns mergulhos de mar J e a Dora já tinha feito o Primitivo … assim seria novidade para ambos.

o plano era começar na Sé do Porto e seguir o Caminho da Costa até Redondela onde entraríamos no Caminho Primitivo até Santiago

Os meses passaram rápido e planeamento foi pouco ou nenhum. Pouco por parte da Dora, nenhum da minha parte J. Contei com a experiência da moça (2 caminhos entre muitos outros trilhos) que deu uma certa confiança. Além da logística, preparação física especifica tb não houve nenhuma, além das (poucas) corridas dos últimos meses e de uma ou outra caminhada de fim de tarde.

Que dificuldade poderiam ser uns quase 300km em 10 dias para um Ultramaratonista “experiente” como eu J … nenhumas, certo? 

Falta referir que para mim os Caminhos de Santiago nada tinham de religioso, nenhum objectivo, nenhuma missão em concreto por mim ou por outra pessoa. Para mim seriam férias, apenas isso … 10 dias para conhecer a pé as costas do Norte de Portugal e da Galiza, as aldeias e as cidades por onde iriamos passar. Conhecer pessoas, tasquinhos e desfrutar da companhia da Dora. 

Mesmo não sendo verdadeiramente um peregrino fiz o caminho com uma Credencial de Peregrino … eu sei, eu sei, não bate a cara com a careta mas achei piada ao sistema de ir registando com carimbos numa espécie de passaporte os locais por onde íamos passando.

Não tendo nada a ver com corrida foi uma aventura grande que pretendo registar neste meu cantinho para memória futura e partilhar com quem quiser – se acharem interessante podem seguir também, se não, ficam desde já perdoados J … vai ter que ser dividido em vários artigos, caso contrário sai daqui um testamento quase sem fim … vou fazendo e publicando.

Vamos até Santiago “a butes”??? Querem vir? Oupas …