terça-feira

PR1 - Rota do Maroiço (Fafe) - voltei aos trilhos

Obrigado Ana Barroso pela foto espectacular

Voltei aos trilhos, algo que já não fazia desde a longínqua PT281. A Pikinita, depois de algum tempo afastada das lides das corridas em geral e das serras em particular tinha mostrado vontade em voltar à natureza. Foi domingo que voltamos aos nossos passeios com os critérios habituais. Tem que ser uma zona nova para descobrir, percursos marcados e a distância ser no máximo 1 hora de casa. A escolha recaiu na Rota Maroiço, o PR1 das Serras de Fafe – não me perguntem porquê, a escolha foi da Pikinita e já sabem que eu não mando nada em casa 😊

Eu convidei os Pernetas (que me fizeram um manguito) e a Pikinita extendeu o convite aos Montemorrows ou lá como se chamam – num ápice responderam presente a Ana, a Raquel e o Paulinho.

E domingo por volta das nove lá estávamos junto ao Parque de Campismo da Barragem da Queimadela para iniciar os 21km deste PR1 (que é circular) … 21 não, a Raquel tinha sacado um track do Wikiloc com uma variante deste percurso, que oferecia mais 3 ou 4 km de Bónus. Quando arrancamos estávamos longe de imaginar que iria ser a nossa “salvação”.

fomos pelo Monte


olhem que mesmo que não pareca esta malta já tem um CV bem catita para apresentar

O percurso começa por nos levar a percorrer as margens da albufeira da Barragem. Estava tudo muito tranquilo ainda, mas a chegada de alguns veraneantes carregados de lancheiras fazia antever o cenário que iriamos apanhar no regresso … deu para ver alguns recantos bem interessantes como umas mesinhas isoladas ideais para um fim de tarde a dois na companhia de uma garrafinha de maduro branco gelado, um queijo e um pãozinho bom 😊


já viram esta árvore por dentro???

Não demorou muita a deixarmos aquele cenário e seguir mais para interior para começarmos a subir para “conquistar” o alto da Serra de Maroiço. Tinha espreitado o gráfico de altimetria do percurso … basicamente é metade para subir aos quase 900m de altitude para depois descer pelo outro lado e regressar ao ponto de partida.


Pelo que li este percurso baseava-se nos antigos caminhos usados pelos pastores. Íamos alternando estradões de piso “fácil” com alguns caminhos com bastante pedra mais técnicos e difíceis … passamos algumas zonas rurais, intercalando com zonas florestais, praticamente sempre a subir. Estava a gostar muito porque mesmo em pouca distância os cenários iam variando muito, algo que eu aprecio bastante. O que já não abonava nada a favor deste percurso são as marcações … tirando o inicio, agora era raro a marcação visível no caminho … muito espaçadas e algumas praticamente já “comidas” pelo tempo … mesmo em bifurcações (ou mesmo algumas “trifurcações”) marcações nem vê-las … era às sortes, por tentativa e erro ou então a confiar no percurso que a Raquel tinha carregado no relógio. Muito mau.


Aos 5km chegamos a uma localidade chamada Montes … o percurso leva-nos por algumas, 2 ou 3 “maiorzinhas” e uma ou outra apenas com uma ou outra casa. A Raquel preparou bem este passeio … já sabia onde havia cafés (segundo ela, seriam 2 em todo o percurso – e não se enganou, o outro que iriamos visitar não ficava no percurso). 5km e já estava a primeira rodada de cervejas na mesa e depois no bucho … sacamos tb da primeira sandocha … é que agora vamos para o alto da serra … há que prevenir.





Se algum dos meus companheiros deste passeio vos contar que eu fiquei “alegre” com uma bejeca de 0,33ltr eu nego tudo!!! É mentira … fiquei apenas bem-disposto e refilão … é muito diferente de “alegre” … bebo 10 minis e nada … bebo uma de 0,33 e fico que já nem sei para que lado tenho que ir. Por falar em não saber para onde ir …as marcações ou a falta delas neste percurso são uma vergonha … aproveito para dizer que foi assim até ao fim para não ter que me repetir a cada parágrafo. Safou-nos o track da Raquel …

acho que tinhamos acabado isto em metade do tempo se não fossem estas coisas


Não demorou muito e entramos mais naquele cenário típico de serra, pouca vegetação, muita pedra e as eólicas ali em cima a chamarem por nós. O tempo estava quentinho, mas corria uma brisa que ajudava … e olhando ao que passei há pouco mais de um mesito atrás estava muito bom assim, um casaquinho para não me constipar teria dado jeito 😊




A parte do topo da Serra do Maroiço foi a que mais gostei … foi aqui que fizemos alguns dos km extra do track sacado do Wikiloc, os outros foram devido a alguns enganos … ainda andamos algum tempo ali na crista da serra, de Marco Geodésico em Marco Geodésico, passando de Eólica em Eólica. Destaque para a Laje Branca de onde as vistas são deslumbrantes … spot ideal para uma paragem de 5 minutos sentados numa grande pedra para apreciar as vistas … o dia estava excelente e permitia ver muito longe … albufeira do Ermal, vale do Rio Ave e lá ao fundo as Serras do Gerês. Estamos a praticamente 900m de altitude … 12km feitos com ca.700m D+. Está noa hora de voltar para baixo…







que dupla!!!







O regresso é basicamente sempre a descer pelo outro lado da serra, mas os cenários mudaram um pouco … os caminhos eram um pouco mais técnicos, muitos desses caminhos eram murados e os muros estavam carregados de musgo … faz lembrar um pouco o Gerês … muito bonito. Já apetecia uma bejeca e uma bucha … segundo a Raquel o próximo café seria em Luílhas … e foi mesmo … eu por precaução bebi uma Coca Cola Zero e uma mini para empurrar a sandes nr.2 … tou mesmo a ficar velhinho, mas a cola soube-me que nem ginjas.

dica importante: fica sempre com a chave do carro, eles esperam por ti




já não é o que nunca foi


ah bom ... ainda bem que está tão bem protejida e avisam

Siga a camioneta … de vez em quando lá aparecia uma marcação, mas só nos guiávamos pelo track da Raquel. Em alguns cruzamentos tínhamos que experimentar as várias direcções para saber o caminho certo a tomar e nos últimos 5km tivemos alguns troços sem manutenção a obrigar-nos a abrir caminho entre silvas e urtigas. Mesmo assim continuava a gostar daquilo, continuava a ser muito diversificado, esta parte já tinha alguns single-tracks junto a riachos, e levava-nos por campos em cenários 100% rurais.


uma das poucas marcas bem visiveis e bem colocadas no percurso


Ainda conhecemos uma Mula muito simpática que nos “adoptou” e se fartou de trocar mimos com todos. “Apetecia mesmo mais uma cervejinha” … Paulinho saca de tlm e diz … “há um tasco a 400m, fora do percurso” … sigaaa… a mini soube bem mas o preço que pagamos foi alto … tivemos que aturar um velho bêbado chato … normalmente gosto de colecionar personagens pelo caminho … mas este não obrigado .. metediço, chato e inconveniente … graças a ele foi beber à pressa e seguir caminho.




Já perto do fim o percurso leva-nos a passar a Aldeia de Pontido, uma aldeia de Portugal que se resume a 3 ou 4 casas pequenas em Pedra, um ou outro Moinho, um Restaurante, um Bar e uma ponte em Pedra para passar o rio Fafe … muito bonito. Ainda olhei com ar guloso para um fino “a estalar” acabadinho de tirar e que estava assim como que meio abandonado numa mesa à espera que o “dono” voltasse de uma ida à casa de banho … mas contive-me …


um caçou o ratito e este finório gamou-lhe o almoço

1 km depois estávamos a chegar ao ponto de partida e o cenário era “dantesco”  .. pronto, “dantesco” é um bocadinho exagerado … mas era gente aos magotes, na praia, nas mesas de pic-nic, nos insufláveis montados na albufeira, no bar de praia, nas escadarias de acesso … umas centenas largas de pessoas a aproveitar o calor de um domingo à tarde. Procuramos um cantinho livre para um mergulho refrescante numas águas turvas que não me deixam saudades … rápido e siga embora que se faz tarde.



Adorei o percurso … a sério … a companhia ajudou, mas o percurso é mesmo bonito e muito diversificado Dificuldade média. Nada de pinhais com eucaliptos e coisas assim. Muito rural, animais, água, serra pura e dura, estradões, vistas deslumbrantes, single-tracks, empedrados … fizemos 27km no total com 800m D+ e outro tanto de D- … é um percurso excelente para se treinar, pois, tem de tudo um pouco. Mas levem um track carregado num relógio ou num GPS de mão. As marcações (ou a falta delas) são uma vergonha … são poucas e muitas das que existem estão colocadas em sítios que não lembra o diabo, nada visíveis … já fiz muitos PR e este é de longe o mais mal marcado que alguma vez fiz. Algumas marcações são tão antigas que ou já desapareceram em grande parte ou então estão tapados por musgo ou outro tipo de vegetação. Não entendo como se promovem PR’s e não se faz alguma manutenção … o mesmo com alguns pequenos troços com vegetação que torna difícil passares sem te arranhares todo … estes eram poucos.

alguns exemplos ... marcação tapada por vegetação, apenas visivel com muita atenção e quando já estás mesmo em cima.. isto numa "trifurcação"... antes

depois de limpa pelo Paulinho

esta praticamente não se vê ... comida pelo tempo

outro "bom" exemplo como estão as poucas marcações deste percurso

Aconselho este trilho a todos, mas levem o track para se safarem. Nós tínhamos a Raquel 😊 … se tivesse ido sozinho tinha ido às Eólicas às sortes e regressado com a função “voltar” do meu relógio.

Srs.Autarcas … não é só definir uns percursos e colocar umas marcas coloridas nas rochas e árvores e assim … com o passar do tempo é preciso cuidar dessas marcas e do percurso. E não é difícil nem dispendioso… e se calhar convinha ser alguém com experiência a dizer onde se devem colocar as marcas … cruzamentos são por demais importantes terem as marcas ou placas bem visíveis.

Aproveito para agradecer aos meus companheiros de aventura por mais um dia bem passado. Venha o próximo 😊

8 comentários:

  1. belas fotos. conheço a barragem da queimadela e é um bem agradável.

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    1. Obrigado. Sim, é uma zona agradável, mas da forma como estava a "abarrotar" de gente já não era. Mas é uma questão de nos deslocarmos umas poucas centenas de metros em volta da Albufeira que se encontram spots muito interessantes "longe" das confusões.

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  2. Uma rica manhã! Isso é que ninguém vos tira :)
    Grande abraço

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    1. Manhã e parte da tarde que isto foi tudo muito nas calmas, a maior parte a caminhar :)
      Aquele abraço

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  3. Bela volta, belo passeio, boa companhia ;)

    Estou ali na tasca do Paulo Pires a seguir a viagem dele por aquele selvagem que é a Suiça e ele queixa-se do mesmo em relação às marcações, espera, não.

    E é isto e é como escreves, fazer, inaugurar é um espectáculo, agora manter, pfff.

    Já tivemos esta conversa quando fizeram aquela outra para os lados de Braga, acho.

    Abraço.

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    1. ...Braga ao lado deste está espectacularmente bem marcada. A sério, em Braga consegues safar-te, o maior problema ainda é a vegetação em alguns troços. Aqui não te safas. Impossivel.
      Forte Abraço

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  4. Belo treino!
    Sem dúvida que se devia investir mais na manutenção das marcações destes percursos.
    Continuação de bons treinos =)

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    1. Pois ... fazer é muito bonito, agora manter tá quieto ... Beijinhos

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