Estou um bocadinho atrasado
com esta coisa de registar as minhas aventuras na corrida neste tasquinho. É
como se pode, não como se quer.
No passado dia 16 de Junho
voltei a uma corrida de que gosto muito e que se realiza na terra onde vivo – a
Corrida Urbana em Santa Maria da Feira.
Foi a minha 3ª participação … as
outras duas tinham sido sempre mais ou menos feitas na desportiva, a acompanhar
a Pikinita. Tinha uma noção do percurso mas já não me lembrava muito bem … nem
me preocupei muito. Inscrevi-me e pronto …
O treino tem continuado com
algumas rotinas, muitas vezes bastante curtos com tempo contado mas em
quantidade interessante, 4 a 5x por semana. O objectivo nesta fase era ganhar
um pouco de forma para os 70km da UR70 que se realizaria a 30/6 (ou seja, foi
domingo passado .. mas isso é para o próximo post) … estava a conseguir fazer
alguns treinos longos e lentos aos fins de semana …
O que vou fazer? Longe estão
os meus tempos áureos (se é que alguma vez existiram 😉) mas
iria dar o litro … a prova era sábado à noite e como domingo não tinha hipótese
de fazer novo treino longo decidi ir correr antes da prova para fazer mais
alguns km … saí de casa ca. 40min antes da partida, devidamente equipado com o
dorsal colocado e tudo … e fui assim correr pela minha urbanização, antes de ir
para a zona da prova onde cheguei praticamente em cima da hora, quase com 7km
feitos e já bem quentinho e suadinho … bem bom.
Partida da Box A o que em principio seria bom porque normalmente é malta que corre bués e assim não iria ficar parado num local estreito qualquer. Já se partiu com o inicio do anoitecer pelo que os frontais já iam ligados.
Esta corrida começa
muito rápida, pois a avenida da biblioteca é larga e a descer … parti rápido
mas sem exageros … afinal havia ali tb muita gente bem menos rápida do que eu e
depois de cortarmos à esquerda por umas ruas e ruelas nas traseiras do pavilhão
da Lavandeira a coisa estreitou o que ajudou a refrear os ânimos … e ainda bem,
porque logo de seguida tivemos que enfrentar uma subida daquelas boas de por os
bofes de fora … aí forcei o andamento e tentei passar o máximo de gente
possível … um pouco antes do Inatel cortas à direita para descer a grande
velocidade até praticamente à zona de onde tínhamos partido … na rotunda ouço
chamar por mim … era o nosso presidente, o grande Xô Dias …
Entramos pela parte velha da
Feira para passar em frente à Camara Municipal e descer para o Rossio … agora
era enfrentar os primeiros escadórios do percurso … e logo os do Convento dos
Lóios que depois passamos por dentro … a Corrida Urbana é isto mesmo … uma
viagem ao que de melhor Santa Maria da Feira tem para oferecer, que é muito …
só que a correr …
Saí do convento com as pernas
a tremer … não me sentia particularmente inspirado, desde que tinha saído de
casa que a coisa parecia não querer andar … mas pronto … era insistir …
… mesmo com as pernas a tremer
não havia descanso, agora era enfrentar a subida até ao Castelo… passando pela
quinta do Castelo com as suas rampas super ingremes, e pelo interior das grutas
com mais escadas super estreitas e ingremes. Aqui foi a primeira (e única) vez
que caminhei … a malta à minha frente caminhou e eu fui obrigado a fazê-lo tb porque
não dava para passar. Se por um lado consegui recuperar um pouco a respiração,
por outro eu queria era correr, nem que fosse a trote por ali acima. Paciência.
Passagem por dentro do Castelo
e siga de volta ao Rossio, agora em grande parte pela estrada principal em
paralelos, antes de desviar por mais uma escada para entrar no parque onde se
realiza a feira medieval (e já agora as 24h de P ) ….
Pensava que agora seriam 1,5km
a rolar quase em plano … já desde a parte velha da cidade que não havia
multidões … o pelotão estava esticado e eu vinha a fazer uma prova de trás para
a frente. Problema é que antes ainda tivemos que passar pelo interior da
piscina municipal, com mais sobe e desce de escadas e um calor estranho no
interior do prédio … ufa … não havia forma de “descansar” as pernas …
Mesmo não me sentindo com
força fui tentando concentrar no atleta que ia à minha frente … usando-o como
motivação … primeiro para aproximar, depois para ir um pouco na corda e depois
para passar … e estava a funcionar … passei alguns assim …
… depois de passar pelos
pátios da escola Fernando Pessoa, e para não variar, mais um escadório … ora
tentava subir dois degraus de cada vez, ora só dava para um .. mas tentei
sempre não deixar de correr ..
Agora era ir pela variante
quase até ao Pingo Doce para o retorno final … é a subir … continuo a não me
sentir bem mas forço … e é já no retorno que consigo encostar a um grupo de 4
ou 5 atletas um bocadinho espaçados … e ia ser com eles a “luta” nestes últimos
pouco mais de 2km finais, seriam eles a minha motivação para não me deixar
afrouxar (muito 😉).
Uma última subida junto à
Fernando Pessoa não me deixa outra solução a não ser trotar … mas há quem
esteja pior do que eu …
Voltamos a entrar no centro da
cidade … mas não pensem que vai ser fácil … mais umas voltas nas traseira de
uns prédios para enfrentar mais umas escadarias ingremes para depois entrar no
Estádio Marcolino de Castro do Feirense para a voltinha ao estádio … saímos do
estádio a grande velocidade … está quase … agora uma escadório a descer … antes
de subir e descer as escadas da Igreja da Misericórdia ..
… tenho as pernas a tremer mas
sei que já não falta tudo … vou ali no meio do tal grupinho de 4 ou 5 separados
por uns meros metros entre uns e outros … acelero o mais que posso logo que
saio do escadório … é a subir, em paralelos e consigo ganhar uma dezena de
metros … o suficiente para nos últimos 200m não ser ultrapassado … mais uns
metros e não teria hipótese com esta velocidade toda que me caracteriza 😉😉😉 …
Foram pouco mais de 9km … fiz 43,28 o que não foi mau de todo. Quando passei a linha de partida era 350º (58º escalão) … na viragem no Pingo Doce ca. dos 6,5km ia em 53º geral (8º escalão) e na meta cheguei em 43º e 7º no escalão. A chamada prova de trás para a frente …
Acho que poderia ter feito um tempo melhor num dia bom … facto é que nunca me senti à vontade, desde o inicio que me senti cansado e tudo saiu com grande esforço … mas fico contente porque tive força em contrariar isso tudo e de alguma forma sinto que consegui.
A prova em si voltou a estar
num excelente nível de organização. É um percurso duro (muito para quem acha
que vai fazer uma prova de estrada normal), muito sobe e desce, muita escadaria
que nos coloca as pernas a tremer, muita quebra de ritmo … mas isso é que tb
tem piada … uma viagem pela interior da cidade onde vivo e que tem muito para
mostrar … excelente cartão de visita. Parabéns ao Rui Lopes e equipa!!!
Na meta à minha espera estava
a Pikinita, a Bé, a Sara e o Sr.Dias … uma excelente recepção que aproveito
para agradecer … acho que foi a primeira chegada do Pai que a Sara “assistiu” 😊. Neste
momento já assistiu a outra … mas isso fica para o próximo post.
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