terça-feira

GR60 - Conclusões & Agradecimentos

 

Foi brutal ...

E já se passou quase um mês … o tempo voa, essa é que é a verdade.

Faltava este post para encerrar a Aventura que foi fazer o GR60 com amigos, faltava registar as conclusões e fazer os agradecimentos devidos.

Resumindo a GR60 foi brutal em todos os sentidos …

… foi brutal como percurso, com 14 etapas muito diferentes umas das outras. Houve muitos km feitos durante as noites em que com certeza ficaram paisagens e locais maravilhosos por ver – por outro lado o que tivemos oportunidade de ver à luz do dia foi fantástico com algumas zonas absolutamente arrebatadoras. E tivemos direito a uns pôr e nascer do sol indescritivelmente belos e impossíveis de explicar por palavras ou de captar em fotografia. Tivemos oportunidade de passar por muitos pontos de interesse, povoações, umas maiores, outras mais pequenas, igrejas, capelas, rios, tascos, cafés, jardins … fica sempre algum conhecimento novo em cada uma destas visitas, a isso chama-se descoberta, conhecimento.





…foi brutal como desafio físico e psicológico … a distância mete respeito, são quase 300km. O desnível é bruto, com quase 20.000m de desnível acumulado que já não é brincadeira nenhuma. Embora muito seja feito em estradões, mesmo algum alcatrão, tb existem zonas mais técnicas, empedradas que aumentam a dificuldade, ainda mais com o acumular dos km nas pernas. Eu costumo dizer que nestas maluqueiras uma boa preparação física naturalmente ajuda (e muito), mas a partir de certo momento é a mente que te carrega … a diferença entre uma boa preparação fisica e uma menos boa, é que provavelmente em vez de precisares de apelar à força mental aos 80km, só precisas dela lá para os 120km 😉. Como sempre passamos por altos e baixos, chegamos a entrar no tal poço mais profundo, mas com a entre ajuda que existiu, lá fomos escalando os muros para sair desses poços e continuarmos o nosso caminho. Se caminhamos muito? Claro que sim … o ritmo médio total ligeiramente acima dos 15min/km demonstra isso … mas descontando os tempos de descanso que parecem muitos a quem vê de fora e são poucos para quem está lá “dentro” tb demonstram que se correu muito … aliás … eu na minha visão romântica da coisa, imaginava-nos constantemente parados em tascos a beber cerveja e a dar mergulhos em todos os rios e riachos que aparecessem pela frente. A realidade foi bem diferente e bem mais dura … paramos em tascos, bebemos as nossas bejecas, mas tivemos sempre que andar da perna se queríamos cumprir e chegar no sábado a Arouca.





a tentar sair do mais fundo dos poços ...

.. foi brutal pelas pessoas … e quando refiro pessoas refiro-me ao grupinho que se juntou para a aventura, os que correram, os que estiveram no apoio. Refiro-me às pessoas que fomos encontrando pelo caminho, personificados naquele casal que à saída de Cinfães, com um calor abrasador nos foi buscar umas garrafas de água gelada ao seu frigorifico ou daquela familia do restaurante na Gralheira que a nosso pedido nos fez umas pratadas de massa que souberam pela vida, ou ainda aquele guineense sipático que num banco de jardim meteu conversa comigo. Refiro-me também ao pessoal que nos acompanhou à distância, fosse pelas redes sociais, fosse por mensagens ou telefonemas. Obrigado a todos.

estas duas canitas eram do casal que nos deu a água ... gente boa

Não consigo deixar de comparar esta aventura à minha participação na PT281 há uns poucos anitos atrás. Há semelhanças na distância, na duração, por ambas terem sido no mês de Julho. No entanto tb há diferenças, logo começando por uma ter sido em prova e esta ter sido assim à “pirata”, embora tivessemos um objectivo concreto. Considero o percurso da GR60 bem mais dificil, pela altimetria muito superior, em parte pelo tipo de trilhos mais técnicos que apanhamos – tb se torna mais complicado de gerir a GR60, pois não sendo uma prova, estamos à mercê dos tascos, dos pontos de água (felizmente muitos) e da ajuda exterior de apoio que possamos ter. Num prova sabemos que em determinados sitios tens os abastecimentos e as bases de vida com os teus saquinhos à espera. Por outro lado a PT281 foi de um calor extremo, muito mais dificil de gerir que a GR60 que tirando alguns poucos troços tem bastantes pontos de água pelo caminho. A GR60 não foi uma prova, a medalha é o que te fica na memória, as fotos e no meu caso estes registos no blogue – não conta como prova oficial. A PT281 além das memórias, dos registos no blogue é uma prova e tem uma medalha oficial, fica no teu CV gravado a ouro e tem um T-Shirt toda catita para encheres o peito de vaidade sempre que a vestes. Resumindo vale muito a pena fazer ambas as duas, se me deixassem escolher uma teria que mandar a moeda ao ar 😊

Vamos aos agradecimentos que isto já vai longo …

Flávia e Pai do Leandro – obrigado pelo apoio durante boa parte desta aventura. Muito importante saber que estavam lá quando foi preciso, não só por transportarem as nossas coisas mas pelos miminhos, por organizarem o jantar, pelos sorrisos e boa disposição. Ahh … obrigado tb pela roupa lavada e cheirosa 😉

Flávia, Pai do Leandro e Pumba 

Minha rica mãezinha – por muito que me dê cabo da cabeça para não me meter em alhadas deste calibre, depois apoia como ninguém. A aletria enviada pela Dora para nos encher as baterias na Fraguinha prova isso mesmo. Obrigadoooo.

Agora aos meus companheiros de aventura … obrigado por alinharem nestas maluqueiras .. isto sozinho era giro, mas acompanhado com “familia” tem um saber diferente:

Bruno – meu menino, isto começou por tua causa … porque querias voltar a fazer 3 dígitos e eu andava com vontade de fazer uma aventura grande. Depois, deu-te a malandrice e preparação zero, acabou por ser o Afonso a te “salvar” de um estouro monumental - agradece-lhe 😉 … na próxima não falha, o “estouro” fica guardado.

safaste-te de boa moço

Leandro – és um gajo de tomates caralhes!!! Meteres os pés ao caminho, numa aventura desta envergadura, sem ter experiência é de coragem. Volto a repetir, que estiveste muito bem e que te deves orgulhar dos teus primeiros 3 digitos e de mais uma ultra distância feita no dia seguinte. Ficam as experiências que vão ser muito úteis em aventuras futuras. Ainda te vou ouvir dizer que “o raio do velhinho é que tinha razão” 😉

e cuidado com os touros ...

Domingos – estiveste no nascimento desta brincadeira … foste o gajo que escolheu a GR60 por entre as várias opções, por ser mais perto de casa. Já nos conhecemos há uns anitos das organizações de eventos, para mim és o pai do trail no nosso Concelho, o grande impulsionador da modalidade por estas bandas. Além de um maquinão do caralho acima de tudo és um gajo à maneira, daqueles que estão sempre lá quando é preciso. Não me esqueço de teres partilhado a tua manta térmica comigo em Sever do Vouga, quando não estavas em muito melhor estado do que eu. Esse gesto mostra quem é o Domingos e mais não preciso de dizer. Obrigado companheiro!!

Sir Domingos

Luis Teixeira – já nos conheciamos mas só de nos vermos por aí. Não deu para grandes confraternizações pois fizeste a tua “GR60” e muito bem. Que és uma maquina já sabia, faltava confirmar o que tb já desconfiava e para mim é mais importante que ser ou não máquina. És um gajo à maneira, passaste com distinção na “recruta” … voltar a Arouca depois de tantos km e horas nas pernas, à noite para nos receber é de gajo à maneira, não é para qualquer um. Agora depende de ti se queres voltar a entrar neste grupinho em aventuras futuras, se arranjas a paciência para isso 😉 … ahhh … só ainda não consegui perceber um pormenor … se ao nivel de beber cevadas estás ao nivel do resto da malta 😊

agora aguenta ...

Luis Lobo – costumamos dizer que somos os irmãos que a corrida nos deu. Dificil dizer algo mais acertado por muito estranho que possa parecer. Como é que duas almas penadas, que vivem a quase 500km de distância, que se falam poucas vezes durante o ano, tem uma afinidade tão grande. Deve ser por ambos os dois terem uma apetência natural para se meter em alhadas como esta. Nunca pensei que fosses aceitar participar nesta maluqueira por motivos profissionais, mas como me disseste …”eu é que decido a minha vida” … e ainda bem que decidiste vir. Já sei … numa próxima vais ter um compromisso 😉

vem um gajo do Alentejo para isto ...

Nuno Lima – o meu velhinho é o maior!! Meu companheiro de aventuras!! E querias tu ir a Santiago em vez da GR60 😉… para mim, se tivesse que escolher o MVP desta aventura eras tu!!! Eu vi com estes olhinhos a fibra de que és feito!!! Fonix … incrivel velhinho … sou um menino à tua beira! És o meu herói!! E vou-te convidar e obrigar sempre a estar presente nestas aventuras … mas só porque assim o mais velho és tu 😉

o meu velhinho ...

Deixo o meu agradecimento final para a minha Pikinita. A Dora foi um anjo da guarda para todos nesta aventura, desde que “pegou” em nós na Fraguinha, nunca mais nos deixou, foi um tal de apaparicar a malta com mimo. Tinha um quarto alugado e anulou para nos acompanhar durante o período mais difícil da aventura que foi a 2ª noite, decisão que me deixou de sentimentos opostos … por um lado não me agradava minimamente ela andar pelas serras de carro sozinha durante a noite, por outro, numa altura de difícil gestão saber que tínhamos alguém por perto deixou-nos bem mais descansados. Foi ela que descobriu um café que nos “salvou” a vida e um restaurante onde pudemos carregar as baterias com comida a sério antes de atacar as etapas finais. Eu já sabia que tinha um “anjo”, agora o resto da malta tb ficou a saber 😉 ... ahh... e aquele bilhetinho para mim? Fez-me suar dos olhos ...

a Pikinita ... apoio vital

Bem … agora já chega de GR60 … este ano não, mas quem sabe se para o ano não nos metemos noutra … eu provavelmente não posso nessa data, mesmo sendo eu a marcar 😊

4 comentários:

  1. Que grande aventura e belo relato :) parabéns a todos gente rija!

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    1. Rijo dos anos em cima ;) ...obrigado. Aquele abraço

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  2. Opah, que aventura!
    Que grupo fantástico.
    Parabéns a todos.

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