Depois da Maratona de Sevilha
descansei uns dias. Como seria de esperar fiquei com um andar novo, e daqueles
estranhos que só de olhar para um degrau já me doía tudo😉. Só na 5ª
feira seguinte é que voltei a corrinhar uns 20min na companhia da Pikinita ...
era para ser meia hora, mas como a passada era tudo menos natural acabamos com
o treino mais cedo porque caso contrário ainda me lesionava 😊.
Estava inscrito na Meia de Viana que
tinha sido adiada por causa da pandemia de Janeiro para 6 de Marҫo. A ideia inicial era ir
lá apenas curtir com a malta do clube mas uma conversa com o Mister mudou o
chip para o de competiҫão.
Na semana anterior já corri alguns
dias, corridas curtas e descontraídas para rolar. Apenas na 4ª feira foi dia de
teste ... umas series curtas para ver como estavam as pernas ... e correu muito
bem, quase perfeito se no dia seguinte os meus adutores não se tivessem
queixado um pouco – nada por aí além. Na Meia é para dar o máximo, aproveitar a
preparaҫão da maratona. E não era apenas para atacar o recorde pessoal, era
mesmo para lhe dar uma machadada grande. Pelo menos tentar, se não conseguir
que se lixe ... nada tenho a provar e não 😉
E domingo lá estava eu com mais 16 compinchas do CAL na zona de partida. O dia estava excelente, seco e fresco. A intenҫão de fazer um bom aquecimento e ir cedo para a linha de partida não passou disso mesmo ... uma intenҫão ... que fazer quando ao fim de tanto tempo se volta a ir a uma prova com a familia (quase) toda junta 😊.
Parti de trás do pelotão e pronto ...
stress logo no primeiro km que foi feito quase a 4,30. Eram já 30s para
recuperar até aos 10km onde pretendia chegar abaixo dos 40min. A táctica
suicida era essa ... 40min até à viragem dos 10km que inclui a subida mais
longa do percurso de ida e volta. Na 2ª parte era aguentar o que conseguisse,
aproveitar agora a descida mais longa no regresso para manter o ritmo e os
últimos 4km logo se veria como poderiam ser feitos. Fácil 😉
Recuperei 22s logo no 2º km que foi
feito a 3,38m/km ... sentia-me bem, bastante solto e a respiraҫão controlada.
Continuou assim nos próximos km o que me permitiu baixar a média para 3,56m/km
aos 4km. Tudo estava bem se não fossem os adutores que se estavam a queixar
mais do que eu queria. Na longa subida até aos 7/8 km fizeram-se notar ainda
mais e deixaram-me preocupado ... foi aqui em Viana, com algo parecido, que eu
há 5 anos tive o meu momento de fama 😉... o ritmo reduziu
um pouco por ser a subir mas tb pq a subir os adutores esticavam mais e doíam.
Comecei a descer para os 10km com a média a 4,03m/km e fiz um forcing para
tentar ganhar ainda alguns segundos. A minha ideia era conseguir ficar dentro
da 1h25 e estava no objectivo. Dou a volta ao bidão dos 10km com poucos
segundos acima dos 40min, um pouco desgastado mas ainda bastante bem para
atacar a 2ª parte ... mas ia preocupado.
Depois da virada temos umas centenas
de metros em plano e depois vem uma subida com uns 500m bastante acentuada ...
normalmente ataco essa subida com forҫa porque sei que a seguir consegue-se
recuperar na descida. Era essa a intenҫão mas gorou-se logo nos primeiros
metros ... é que mal comecei a subir os adutores (ambos os dois) prendiam já
bastante o movimento e tive medo.
Não precisei de muito mais para
decidir abrandar bastante o ritmo ... que se lixe o recorde ... Perneta
ajuizado!!! A verdade é que a decisão não nem me custou assim tanto, ia bem,
provavelmente faria o meu melhor tempo de sempre à meia mas entre o não arriscar
uma paragem longa ou fazer um RP escolho a primeira ... no passado já foi bem
diferente a minha forma de pensar ... chamem-lhe juizo 😉
Os ritmos baixaram entre 20 a 30s por
km. O coraҫão agradeceu ... baixaram as bpm ... as pernas também deixaram de
“arder” ... estaria tudo tranquilo não fossem os adutores.
Comecei a ser ultrapassado por muitos
atletas ... ali por volta dos 13km, quando comeҫa a parte do percurso melhor de
se fazer (descida ligeira bastante prolongada), senti a dor nos adutores mais
controlada ... olhei para o relógio e a média estava nos 4,07m/km e voltei a
pensar num recorde pessoal. “Ainda é possivel” ... e acelerei ... durou apenas
um km esta vontade porque voltaram os movimentos presos e as dores mais fortes.
Ganha Juizo Perneta. ã
A partir daqui decidi apenas deixar-me
ir ... nas “calmas” para chegar o melhor possivel ao fim. Passei as meninas
Pernetas que fizeram a festa dentro da festa ali pelos 17km 😊
Aos 18km chego à periferia de Viana novamente ... lembro-me de a média
estar a chegar aos 4,11m/km e eu pensar que ia fazer praticamente o mesmo tempo
que à meia da Maratona de Sevilha há duas semanas atrás (foram 4,12 de média na
altura).
Foi a motivaҫão que precisei para não
deixar que o ritmo baixasse muito mais. Queria ser mais rápido que há duas
semanas atrás nem que fosse por um segundo. Outro objectivo de que fazia
questão era não passar da 1h30. Não me perguntem porquê 😉
Passo no centro de Viana ... excelente o ambiente ... vejo a meta, mas ainda falta 1km, ainda vamos dar a volta à rotunda do outro lado da cidade antes de regressar. No regresso passo no local onde fiquei deitado na berma há 5 anos atrás, a 300m da meta ... não há como não lembrar ... hoje “fintei” essa possibilidade, tive juizo ... faҫo a última curva e ali está a meta ... passo a meta com 1.29,31 e está muito bem assim.
Água, Medalha, Retirar o chip da sapatilha (já não me lembro de correr com um chip na sapatilha), saco com ofertas, vaso de coentros e siga para a zona de meta onde me juntei às claque calense/perneta para fazer a festa 😊
Seguiu-se o almoҫo de familia em Dem, onde o Alvaro (filho desta região) nos levou a comer sabem o quê? Adivinhem lá? Papas de sarrabulho, rojões ou um assado??? Nahhhhh ... muito frioooo .... levou-nos a comer francesinha, segundo ele as melhores que já comeu. Confesso que são muito boas, se são as melhores não sei mas que soube que nem ginjas lá isso soube. Tb experimentei o Champarimão (não sei se é assim que se escreve), uma especie de receita com várias bebidas e canela (acho eu). Bem bom 😊
Mas melhor que tudo, que a corrida, que o almoҫo, sabem o que foi? Foi
termos ao fim de tanto tempo voltado a juntar assim um grupo grande para ir a
uma prova, e termos tirado o tempo para confraternizarmos no fim. Para mim foi
isso o ponto alto desta ida à Meia de Viana. Aquele bocadinho de normalidade
que sabe tão bem ao fim de tanto tempo ... ainda por cima com o regresso do
nosso “primo” Filipe Fontes que tanta falta fazia ao grupo.
Esperemos que seja o ponto de partida para outros convivios. Já nos estamos a organizar para as próximas aventuras. Pelo meio a organizaҫão dos Trilhos dos Pernetas que são já daqui a mês e meio.
Fizeste bem em não arriscar. O record podes bater noutra ocasião, o risco duma paragem prolongada não compensava. E teres feito abaixo da hora e meia é sempre brutal e digno dos maiores aplausos!
ResponderExcluirGostei das cores da claque, gostei da cor dos óculos e gostei da medalha.
Grande abraço e um excelente fim-de-semana
Obrigado Joao. Sabes que a gente vai aprendendo ;). Forte abraco
ExcluirOlhÓÒÓÓ ajuizado!
ResponderExcluirFizeste bem!
Ainda hei-de ir a Viana (correr).
Abraços!