Isto de assistir a uma Maratona do Porto de fora é como
diz o outro, “uma faca de dois legumes” J
Já passou uma semana e já estava para escrever sobre este
tema há uns dias, mas entretanto fui para a Alemanha em trabalho e a falta de
tempo ditou o resto.
Há umas semana atrás tinha deitado a toalha ao chão – ia
falhar a primeira vez a Maratona do Porto desde a minha estreia na distância
rainha em 2011. O que me pareceu que iria ser uma dor de cabeça até que nem foi
assim tão difícil – eu tenho uma qualidade (por incrível que possa parecer encontrar
uma qualidade em mim J) – tenho uma
certa facilidade em andar para a frente, de ver o copo meio cheio e arranjar
outra motivação que me obrigue a andar e não a ficar a remoer nos assuntos. E
assim foi … não ia haver Maratona para mim por dentro mas iria estar presente por
fora a apoiar os muitos amigos que iam marcar presença.
A ideia inicial incluía a família Perneta – íamos montar
um abastecimento extra entre o km 39 e 41 com cerveja, bifanas entre outras
coisas – além de vuvuzelas, buzinas, gaitas, tarjas, bandeiras planeamos umas vestimentas
pretas da “morte” e uns cartazes a dizer “o FIM está próximo” J … íamos ajudar a malta a enfrentar o bocadinho que
faltava e carrega-los se fosse preciso. Infelizmente as previsões de tempo de
chuva e frio inviabilizarem este plano – não dá para estar parados tantas horas
por ali. Fica para uma próxima.
Fiz o programa habitual, todo … passei grande parte de
sábado de manhã na Feira da Maratona e fui como sempre à Pasta Party. Ao
estacionar junto da Alfândega e ao ver aquela azáfama habitual dos atletas para
levantar os dorsais começou a “cheirar” a Maratona e ao mesmo tempo a dar-me
aquela tristeza de saber que amanhã por aquela hora não ia estar a passar ali
naquelas ruas. O que vale é que comecei a encontrar muita gente conhecida que
me distraíram na maior parte do tempo. Havia outra coisa que me deixou um pouco
saudosista – faltavam ali os meus compinchas do CAL – aquele núcleo duro que
durante anos fazia uma festa por ali não estava – eu era o único. Mandei uma
mensagem para o grupo “para o ano isto tem que mudar – tenho saudades nossas
aqui”. Estava com a outra família, a dos Montemorrows ou lá como se chamam e
onde me sinto em casa também – mas os meus fizeram-me falta J
Á noite voltou a tradição de um jantar de bloggers em
minha casa. No ano passado tinha falhado (nem sei bem porquê), mas este ano lá
estivemos a conviver um pouco entre comes e bebes entre malta que gosta de dar
à perna e escrever sobre isso. De salientar que o pessoal do sul fica muito em
conta nestas coisas de jantares de véspera de Maratona J … gostamos muito de vos receber lá em casa João,
Mafalda, Isa, Vitor, Inês e Rui J
Gente boa :)
Boa gente :)
No domingo pouco passava das 8h e lá estava eu junto da
Anémona, no meio de centenas de pessoas devidamente equipadas para correr. Que
sorte, gostava tanto!!! Enquanto estive
com a malta a coisa até que foi pacifica, a partir do momento em que me despedi
deles e fiquei “sozinho” é que a coisa ficou meia difícil. Senti-me sozinho no meio de uma multidão tão grande – é a única forma de explicar o que
estava a sentir.
se virem um destes éspecimens fujam, se tiverem o azar de os encontrar aos 3 juntos é o fim
3 pra Maratona, 3 pra family race e um pró passeio … a Familia CAL (falta o Joel que não gosta de se misturar ou então teve que ir cag… - era só para rimar)
Familia Montemorrow ou lá como se chamam … muito gostam de tirar fotos com a gente
isso … aturem-na … um bocadinho a cada um não custa nada
Faltavam apenas uns minutos … posicionei-me à entrada da
rotundo do Castelo do Queijo para ver a partida.
Quando se deu a partida o chip mudou para um estado meio eufórico
e parvalhão … ver aquela multidão a iniciar uma Maratona teve esse condão,
vesti a farda do “apoio à malta” e comecei a deambular entre Castelo do Queijo,
Zona do Queimódromo, Rotunda da Anémona e a baixa de Matosinhos. Tive pena não
me ter lembrado de ligar o meu relógio … não fiz uma Maratona, nem perto, mas
acho que não terei andado muito longe de uma Family Race J
com a neura ...
começouuuuuu….
Fartei-me de bater palmas, de tentar incentivar o pelotão,
individualizando sempre que via alguém conhecido … por falar nisso, não é nada
fácil encontrar quem se quer no meio do pelotão … vocês correm muito rápido páh
J … tb me fartei de levar “troco”, a
Maratona dos 11km continua bem viva J
Mas lá ia vendo quem queria e eram muitos, entre eles a
Pikinita que andava lá no meio a divertir-se. Já corre sem grandes problemas,
está recuperada mas também teve juízo – não tinha treinos para fazer uma
Maratona confortável e foi correr a Family Race em modo “chagar os outros” J
festa é festa...
grande João … mais uma :)
Isa e Vitor … depois dos 100km de Abrantes de há duas semanas isto pareceu um aquecimento
Depois da malta passar novamente no Castelo do Queijo a
coisa acalmou … os Maratonistas foram dar uma volta grande pelas margens do Douro no Porto e
Gaia antes de voltar, enquanto que a malta da Family Race se preparava para
acabar as suas provas. Houve ali um vazio … e voltou aquele sentimento estranho
de saudades de correr esta Maratona. Fui tomar um café para passar o tempo e
fui-me colocar no final da Avenida Brasil para ver passar os primeiros.
quando os amigos não se esquecem de ti
outro que este ano teve que faltar à chamada mas não se esqueceu de mim ..
eu próprio não me esqueci de mim :)
O tempinho estava excelente para correr, estava fresco
mas seco. Achei pouca gente a assistir … lembro-me de passar ali nas edições
anteriores e ter muito mais gente, pelo menos foi essa a minha impressão.
Continuava meio abatido …
… sabem que no inicio do ano tinha um grande objectivo
para esta Maratona, não costumo treinar especificamente para a Maratona, só o
fiz nas primeiras duas ou três … desde aí que a Maratona está sempre no meio de
uma montanha de outros desafios que impossibilitam tentar ver o que valho mesmo
nesta distância. Num mundo perfeito teria estado a treinar com afinco desde Agosto, e num mundo perfeito daqui a menos de uma hora estaria a
passar onde estava naquele momento, a cerrar os dentes e a voar para um tempo muito próximo das 3h. Mas o mundo não é perfeito J
Fui “salvo” pelo Xico Rebelo, que andava como eu a
deambular pelo percurso da Maratona a apoiar os amigos. E ali estivemos a ver
passar os primeiros “cavalos” … aqueles pés mal tocam no chão … aqui já se passava
muito espaçado entre atletas, raramente eram mais do que um ou dois … muitos
tinham “lebres”, amigos que os puxavam nestes últimos km para ajudar a atingir
os objectivos … foi giro.
Entretanto o Xico foi-se embora e eu fiquei ali outra
vez “sozinho” entregue aos meus pensamentos … agora estava nervoso … aguardava
o balão das 3h com ansiedade … aquele balão (ou bandeira neste caso) representa
o que eu acho ser o meu limite, isto num mundo perfeito que dificilmente
existirá mas que eu um dia gostaria de tentar conseguir … mas não era por
isso que eu estava ansioso … estava um pouco antes do km 41 e tinha alguns
amigos que hoje estavam a tentar conseguir baixar as 3h pela primeira vez …
entre eles dois Joões, o Sousa e o Moreira … tinham treinado bem, tudo indicava
que iria ser possível … tinha visto o Sousa muito bem à frente do balão, mas
isso foi aos 12 ou 13km. O outro, o Moreira tb o tinha visto mas ligeiramente atrás
do balão por volta dos 8km. Era muito cedo …
Lá vem o "balão" ali ao fundo com alguns poucos atletas em
redor … vejo mal ao longe mas a silhueta e a forma de correr do Sousa é inconfundível, devo reconhecer … infelizmente não o vejo nesse grupo, o Moreira tb não … aquilo mexeu comigo,
eu estava convicto que iam conseguir … nem cheguei a ficar triste, não tive tempo … lá vinha o
Sousa, um pouco atrasado, a dar tudo o que tinha e que naquela altura já não
era muito … incentivei o máximo que pude, nem sei bem o que lhe disse e ele nem
pestanejou … sabia que não iria conseguir mas ia ficar perto … foram 3h02 o que
é fantástico numa 2ª Maratona … na próxima é de certeza meu menino. Mais azar
teve o Moreira … achei estranho não o ver, quando passou o balão das 3h30
comecei a deslocar-me para a meta, sempre de costas … a ver a malta passar e a
incentivar sempre que possível - lá passou o Américo e um monte de Montemorrows, cada um ao seu ritmo.
Isto cansa meus amigos … as minhas palmas das
mãos já doíam pra caraças … nem sinal do Moreira … mais tarde fiquei a saber
que uma lesão no Aquiles o obrigou a desistir … é pena, mas pelo menos parece
não ser nada de muito grave – é recuperar bem e apostar numa próxima.
Fiquei o resto do tempo na subida final antes de a malta
entrar no Queimódromo para acabar a prova … espectacular ver a malta a chegar,
aqueles rostos que misturam sofrimento, prazer e uma alegria imensa são
fantásticos e várias vezes me deram aquele friozinho na espinha e obrigaram-me
a travar o suor dos olhos … ali sim, já havia muita gente a assistir, embora
continue a achar o público tuga muito apático … a grande maioria está ali só a
ver.
Destaco o meu menino, o Bruno … decidiu correr a Maratona
umas 3 semanas antes e sem treinos praticamente nenhuns … utilizou a estratégia
perneta em que tem um mestrado e acabou, um bocado fodido (desculpem mas é o
termo certo), mas acabou … havia dúvidas??? É o maior o meu menino J
o Bruno ia-me mantendo ao corrente da prova dele, que além das idas à casinha meteu paragens para beber finos
Fiquei até ca.das 5h20 da Maratona … gostava de ter
ficado mais, gostava de ter visto chegar o João Lima, o Serafim, a Isa e o
Vitor mas tive que abalar. Tinha compromissos, primeiro um almoço rápido com os
Montemorrows e depois ainda havia trabalhos (quando mudas de casa não há fins
de semana) e uma mala de viagem por fazer – no dia seguinte levantei-me às 3h
da manhã para abalar para a Alemanha em trabalho.
Lembrei-me muitas vezes da Maratona que não fiz … por
muito que me custasse, gostaria tanto de fazer rir as pessoas a subir e descer
as escadas do avião J
Pese embora a montanha russa de emoções, gostei desta
experiência de “correr” a Maratona por fora. Mas não troco por faze-la por
dentro – aliás, o meu lugar é lá dentro.
Em Dezembro inscrevo-me novamente, podem ter a certeza!!!
JJJ
Como é possível escrever um testamento destes quando nem sequer corri???
não se correu mas aproveitou-se o preço de promoção para comprar estas meninas ... agora é estar a 100% para a gastar com montanhas de km
Foste incansável! Muito obrigado por todo o apoio!
ResponderExcluirQuando tenho que ficar de fora duma prova, o momento que custa é depois do pelotão desaparecer após a partida e ficarmos ali...
Grande abraço e que tudo entre nos eixos para um sensacional feito no final de Julho! (até cansa só de pensar na distância! eh eh)
Já vi que sofremos todos mais ou menos do mesmo :)
ExcluirObrigado. Aquele abraço
é isso mesmo.
ResponderExcluirCusta muito estar de fora, não é?
Desta vez, também estive a vê-los passar.
Mas, para o ano lá estaremos.
Só quero ver quem será o primeiro a se inscrever :)
Abraço
MIKE
Pró ano lá estaremos sim senhor!!! Eu inscrevo-me logo em Dezembro para aproveitar o preço especial :)
ExcluirAquele abraço
Bem, antes de mais nada, obrigada novamente pelo jantar :) A malta do sul dá pouca despesa, e a malta do norte sabe bem receber :)
ResponderExcluirQuanto à prova... Já passei por isso várias vezes, e sei bem o vazio que fica e o que custa. No teu caso então, dadas as circunstâncias, nem imagino. Se soubesse, tinha-te chateado mais e feito companhia, dado que também não corri grande coisa!
Acho que fizeste a festa na mesma, tenho a certeza de que foste um grande ânimo para muitos atletas, e também sei que para o ano lá estarás :)
Põe-te fino!
Obrigado :) … correste o que te apeteceu :). Eu em Dezembro inscrevo-me logo para 2020 :) … devias fazer o mesmo :P
ExcluirQuando perder 3 ou 4 Kg fico fininho ...
A malta do sul agradece o jantar =)
ResponderExcluirFoi um excelente jantar convívio! Obrigada por nos receberem tão bem.
Não é fácil ficar de fora mas foste um excelente apoio para muitos atletas incluindo nós. Obrigada =)
E agora siga que pra frente é o caminho!
Beijinhos e abraços e bons treinos