segunda-feira

Ulfilanis Run 2025 - correr em casa

 

Já se passaram uns dias.. entretanto meteu-se a organização e realização dos Trilhos dos Pernetas 7.10 pelo meio e agora está na hora de registar esta prova aqui no meu cantinho.

Fiães é a minha terra …  é a terra dos meus pais, de ambos. Era para Fiães e para casa dos meus avôs maternos que eu vinha de férias quando estive na Alemanha. Foi para Fiães que eu vim viver quando regressamos, vim fazer 11 anos e fiquei até casar, ali pelos 28… noves fora, há uma dúzia de anos ... hehehehe

Por isso, quando vi que a Ulfilanis Run se ia realizar este ano inscrevi-me … seria a minha 4ª participação … as 3 anteriores tinham tido sempre percursos diferentes, mas sempre com algo em comum … a prova é “fodida”, não há outro termo… tb foi neste prova que saquei os meus primeiros prémios monetários, por ter feito pódio de escalão … uma vez 5 e outra vez 20 euritos … a última participação tinha sido em 2019 ... o tempo voa ...

Quando anunciaram o percurso vi que era praticamente igual à minha última participação … praticamente 4 km a descer, 2km de passadiços planinhos e depois subir tudo em 3km…. Vai dar estouro … e deu …

Ahh .. esqueci-me de referir que inscrevi a Pikinita, não vá ela fugir para a prova de Custoias, clássica alusiva ao 25 de Abril e que ela adora 😉… para o ano vou ter que lá ir com ela, não há escapatória possível. O problema é que ela não corria desde a Meia da Primavera, há mais de um mês … a rapariga anda desmotivada e sem vontade. E sem vontade tb estava em ir a esta prova …

De tal forma que se esqueceu do dorsal em casa … nada que a organização não resolveu de pronto com um dorsal novo … se achas que te escapavas assim, nem penses 😉

Com isto já não houve tempo para o aquecimento que queria fazer … deu para dar uma volta ao campo de futebol e estava na hora de ir para a partida onde estava um pelotão com 170 inscritos na corrida. Também tinha intenção de me chegar mais à frente na partida, mas fiquei a meio.

mais um da nossa equipa a correr em casa ... o Castro

ainda demos uma volta ao campo...

Mal se deu a partida quis arrancar forte … mas não deu, porque a saída era estreita, passávamos do campo de treinos para dentro do estádio do Bolhão, para dar meia volta no relvado e depois sair para as ruas de Fiães. Fiquei ali um pouco encurralado nestes primeiros 300m e apenas quando saímos para a rua conseguiu acelerar mais a sério … ainda consegui fazer o primeiro km a 3,52m/km  …. Mas não me sentia confortável, sentia-me cansado …. 

O percurso agora seguia por Sanguedo até à Tabuaça para entrar nos passadiços … mesmo desconfortável decidi não baixar a guarda … na primeira descida para Sanguedo consigo ver que os primeiros já levam uns bons 200/300m de avanço e mesmo uma malta que é mais das minhas “lutas” tb já levavam bem mais que o comprimento de um campo de futebol de vantagem … é a diferença entre partir na linha da frente e a meio como foi o meu caso. O 2º km foi mais rápido e senti-me melhor  … 3,45m/km … já no 3º, que foi feito em plano até um pouco depois da Igreja de Sanguedo voltou a ser bastante sofrido e mais lento 3,59m/km … mas o próximo km eu sabia que era sempre a descer e continuei a forçar, aproveitando boleias de outros atletas que iam ali comigo … fiz o km mais rápido da prova … 3,42m/km. E entramos no passadiço … desde a partida que vinha a passar gente, salvo uma ou duas excepcões.

No passadiço tentei estabilizar o ritmo … tinha entrado lá com 4km à média de 3,50m/km … agora seriam 2km de passadiço mais ou menos planos … neste local o meu relógio entra sempre em parafuso … marca sempre um ritmo mais lento do que efectivamente vou a fazer … deve ser da densidade das árvores, não faço ideia … sei que não baixei tanto o ritmo e o 5º km deu 4,29m/km e o km 6 foi a 4,31m/km … não pode ser … devo ter baixado ligeiramente mas nunca na vida tanto… que se lixe ..

Saí dos passadiços bem cansado e com a perfeita noção do que vinha a seguir .. já ali não passo há algum tempo, mas já passei lá muitas vezes em treinos … até à meta vão ser rampas consecutivas, umas mais curtas e inclinadas e outras mais longas e com menos inclinação. Pelo meio vamos ter uma ou outra recta para tentar meter os pulmões e coração para "dentro"…

ri-te .. ri-te ... já vais ver...

A primeira rampa até a fiz benzinho, mas logo a seguir, numa de paralelos fui abaixo a primeira vez e vi-me e desejei-me para a concluir a correr… as pernas tremiam e não havia força … depois veio uma ligeira descida, um pequeno plano para as duas rampas mais inclinadas do percurso (abaixo do Monte de Pedreiras) … são apenas uns 200m, mas devem ter uns 20% de inclinação …. Resultado … pior km da toda a prova, de longe …km 7 a 5,09m/km … 

... a seguir mais uma subida, do Canas Bar até ao antigo Pavilhão para depois “descansar” num plano até à Galp e a descer até às Modas, para depois voltar a subir até ao café Centro  … estava “roto” mas a arranjar motivação com uns 3 ou 4 atletas que via à minha frente e que estavam “alcançáveis” … consegui deixar um para trás ainda antes do Monte Carlo e colei-me noutro na subida para o Café centro … km 8 a 4,23m/km … 

... agora entravamos no km final, primeiro com uma ligeira descida de uns 150m onde o atleta que vinha comigo volta a passar … depois quando entramos à direita, para o ataque final que será sempre a subir, consigo ganhar outra vez a frente e já sem muitas forças consigo manter o ritmo e consigo ganhar uma vantagem confortável até à fonte bufas … este já não me apanha mais...

... faltam uns 400m sempre a subir e vejo dois atletas à minha frente, um a 50m e outro um pouco mais à frente mas em claras dificuldades e a perder à grande.. ainda tento mas já não tenho forças para mais… vou encurtar até ficar quase colado aos dois mas já não os vou conseguir alcançar … corto a meta com 37mi13s a uma média de 4,17m/km o que não é nada mau.

Deu para um 20º lugar à geral e um 5º no escalão M50.

Fiquei satisfeito, bastante até … faltam ainda umas boas semanas até à Meia Maratona do Douro Vinhateiro 😉

A Pikinita sofreu a bom sofrer … mas mesmo sem treinos nenhuns não se saiu nada mal. Estivesse ela numa fase normal disputava os pódios nesta prova. Ver se lhe arranjo uma prova para se motivar … isso e disponibilidade para treinar …

aqui vem ela ....


a cerveja tava no ponto ....

Agora falta o post sobra os Trilhos dos Pernetas 7.10 e o tasco fica actualizado … vamos ver se consigo até final desta semana …

Trilhos Termais 2025 - luta na lama

 

Este ano voltei aos Trilhos Termais e novamente na distância mais longa de 20km.

A decisão de participar deu-se apenas há duas semanas … neste momento ando focado em estrada e nuns objectivos que tenho até final do ano. Praticamente não tenho feito nada em trilhos a não ser uma ou outra investida no nosso quintal para preparar os Trilhos dos Pernetasdo próximo dia 1 de Maio.

Mas andava com os Trilhos Termais na mira … se tivesse disponibilidade ia … e há duas semanas falei com o meu “Mister” para ver o que ele achava. “Aquilo é bastante corrivel e pouco técnico, não vejo porque não …” … não foi preciso dizer mais nada, nesse mesmo dia inscrevi-me e paguei logo para não haver cá desculpas.

No ano passado tinha lá feito uma prova muito boa e este ano, achando que estou em melhor forma, a ideia era de melhorar um pouco. A grande questão seriam as subidas … quem treina em Santa Maria da Feira faz desnível nem que não queira, mas assim umas rampas jeitosas não tenho feito nada … essa era uma das minhas dúvidas… como é que iria reagir ao carrossel de sobe e desce do percurso. Este ano o Lopes decidiu inverter o percurso … a distância e a altimetria são iguais, mas as subidas e descidas irão ser diferentes … para mim o que iria contar seria a média km/h … no ano passado fiz 5,29m/km … este ano gostava de conseguir um pouco melhor, o que não é nada fácil para mim … acreditem.

Não houve grandes poupanças no treino da semana anterior, uma adaptaçãozita ou outra mas pouco mais. E que belo treino de series fiz na 4ª feira … saiu muito bem.

A previsão do tempo para a hora da prova apontava para um cocktail explosivo de chuva e vento. É o que é … e nos dias anteriores tb não houve tréguas. Vai estar tudo bem encharcado … ainda questionei quem treina por lá se havia zonas muito escorregadias – o meu cérebro bloqueia quando começo a escorregar muito – mas sossegaram-me … tirando as pontes em madeira o resto seria mais ou menos tranquilo. Maravilha … vai ser para dar tudo!!!

No dia cheguei cedo para fazer o meu aquecimento … uma corridita, uns sprints e sigaaa para a zona de partida. Nada de grandes convívios … não chovia àquela hora mas era apenas uma questão de tempo. Eram 19h … céu carregado, pouca luz … levo já o frontal na cabeça … não deve demorar muito a precisar dele.

Encontrei alguma malta conhecida e enfiei-me na box de partida mais ou menos a meio. Deixa cá ver quem é que está cá do meu escalão … vi o Renato do Caldas, o Bastos do Ronda … bem, sendo assim, na melhor das hipóteses só se for 3º 😉 … mas estava ali muita gente que eu não conhecia com cara de velho como eu, e mais magros, e bem equipados … vou dar ao pedal e no fim logo se fazem as contas.

Ainda “fui encontrado” pelo Bruno e pela Raquel com quem fiz um treininho fixe pela Marão há uns anitos atrás e pouco depois estávamos a arrancar para dar uma primeira volta ao quarteirão antes de nos enfiarmos nos trilhos junto ao rio.

Tentei não perder muito tempo e mesmo não exagerando fiz o primeiro km a 4,30m/km e fui ultrapassando alguns atletas. Sabia que ali perto do 2ª km iriamos enfrentar talvez a maior subida de todo o percurso. Fiz 5,04m/km no 2º km a incluir já alguma dessa subida.

máximo cuidado nas pontes para não me esbardalhar

Entre o km 2 e o 6 vamos subir quase 200m em duas rampas … pelo meio algumas zonas planas e uma ou outra descida íngreme onde mais uma vez levava uma abada com quem vinha comigo na altura. Estas subidas estavam a custar mais do que eu esperava, mas eu metia um serra trote e aguentei firme … não há milagres, ou se treina e sofre, ou não se treino e sofre-se na mesma. A média ao fim dos 6km estava dentro do “objectivo” … ali perto dos 5,30m/km … se conseguir aguentar assim ou até um pouco mais alto até por volta dos 12/13km a parte final será muito mais rolante e posso recuperar. Pois … mas há factores que não controlas.

Tinha começado a chover copiosamente … com isso, a já fraca visibilidade ficou ainda pior … levar com a chuva nos olhos não ajuda nada. Estava naquela fase em que ligar o frontal não adiantava de nada pois havia ainda alguma luz … o que vale é que o piso, apesar de estar alagado, ainda era estável na maior parte dos sítios.

Entre o km 7 e 11/12 foi um carroçel autêntico … ora subia, ora descia … não de forma muito prolongada, mas sempre bem inclinado … intercalado com rectas onde dava para abrir os pulmões e a passada. Nesta fase já ia sozinho … de vez em quando via alguém à minha frente mas sempre a 150-200m de distância  e para trás deveria ter a mesma vantagem em relação ao seguinte. Curiosamente já estava no lugar onde iria ficar no fim.

Ali por volta dos 8km reconheço à minha frente uma camisola dos Bravos e pelo estilo de corrida era o Nelson. Anda Perneta … ou ele está muito mal, ou hoje afinal estou uma máquina … era a primeira opção … quando o apanhei ele estava agarrado à barriga com uma dor de burro daquelas … mas veio comigo, começou a melhorar e não tardou a zarpar por ali fora e nunca mais o veria … como sempre 😉

A partir daqui fui sempre sozinho … a chuva não dava tréguas … o piso já estava a ficar demasiado alagado, muitas zonas enlameadas …. a tracção das minhas Asics Trabucco não era nada má, mas era preciso estar muito atento, levantar mais as pernas do que o habitual e fazer um esforço extra de estabilização. Tinha que travar em algumas zonas e depois voltar a acelerar … isso baixava a média mas estava a sentir-me bem e ainda assim não muito longe do objectivo. Lembro-me de estar ali nos 5,36m/km na zona onde corremos junto à via rápida que dá acesso à A32.

Agora teoricamente vinha a parte onde podemos fazer uns km a abrir … tirando a parte dos single-tracks junto ao rio em Pigeiros e o último monte 2km antes da meta era para ser sempre a dar gás. Pois …só que não ...

Grande parte dos estradões estavam completamente alagados, muito enlameados … a chuva continuava a não dar tréguas. Já levava o frontal ligado há algum tempo, mas como ainda não tinha escurecido completamente a visão não era grande coisa e a chuva coma a luz do frontal eram mais uma dificuldade.

Aos 13km mandei um tralho daqueles … quando me aparecia uma poça de água eu optava por atravessar pelo meio, reduzia a passada e com algum cuidado, as travessias lá se faziam bem… não me perguntem porquê, mas houve uma poça grande em que vi pela direita uma zona “seca” onde decidi colocar o pé … nem tive tempo de dizer ai …  escorreguei e dei um grande mergulho numa poça de água suja … o braço direito ficou ali meio para trás e podia ter corrido mal … sacudi a água e sigaaa … tudo bem …

O que era para ter sido a parte mais fácil tornou-se numa luta de concentração, equilíbrio e força para manter mais ou menos o ritmo e não me esbardalhar novamente. Mesmo tentando forçar nas zonas onde ainda conseguia correr a bom ritmo, a média mantinha-se nuns teimosos 5,36m/km … já não vai dar. ... Csafoda …

Foi ali por volta dos 16km em que “atirei a toalha ao chão” … foi na junção de provas … apanhei primeiro a malta mais atrasada dos 13km, logo no single track antes do Parque de lazer de Pigeiros … e fomos ali em filinha indiana a 6,30 … e ainda bem … aquilo não estava para brincadeiras … tudo enlameado, cheio de raízes e muito perigoso … apesar de alguns sustos consegui manter-me sempre de pé.

Na ponte do parque aparece vindo de trás o Domingos do Guisande … “tenho que aproveitar a vossa luz” … o frontal dele estava com uma luz muito fraca. Parecia eu em Sicó 😉

olha que dupla....

Finalmente um trilho em terra onde dava para correr … e como ainda tinha força .. aproveita Perneta … mas não era fácil … tb ia ali muita malta da caminhada … tudo junto, a ritmos muito diferentes … “com licença” …. “direita” …. “esquerda” … a malta até coopera, mas não se evitam travagens, desvios e até um ou outro encontrão … um deles não me mandou ao chão por sorte.

Entrava agora na última subida para depois descer para a meta … já não olhava para o relógio, a média já não me interessava, mas queria gastar a energia que ainda tinha e chegar o mais rapidamente possível à meta. “Vou fazer esta subida a trote ….” … não demorei muito a desistir da ideia … porra que esta merda é inclinada …e as forças nas perninhas afinal tb já não eram assim tantas … mesmo assim alternei caminhada vigorosa com passos de corrida …. e começou a descer … muita lama escorregadia, muita gente da caminhada e corrida curta no trilho …. alguns sustos a colocar um travão na vontade em zarpar por ali abaixo … mesmo assim desci a correr … acredito que se a minha visão fosse a 100% iria descer a caminhar … como não via um caralho onde metia os pés, olha, que seja o que Deus quiser … mais ou menos 😉

Quando me vi cá em baixo novamente junto ao rio a faltar menos de 1km para a meta, piso mais ou menos estável, nem queria acreditar … safaste-te Perneta … acelerei a fundo … era até não dar mais … só que …

… ali antes de passar por baixo da ponte, num sitio onde teoricamente não havia perigo nenhum, aqui o vosso amigo esbardalhou-se feio … não sei a que velocidade iria … mas perto dos 4min/km, talvez … mais uns 50m e os fotógrafos tinham de certeza apanhado o “voo” … “foda-se” …. novamente a asa direita na zona do ombro muito dorida … levantei-me e segui, agora com mais cuidado a tentar sentir se me tinha lixado muito ou pouco …

Último pontão em madeira e estava de volta ao à zona das termas das Caldas … acelera até á meta e tá feito …. 1h59 e uns pozinhos para 20,7km … média 5,45m/km …. com as peripécias dos últimos 7km pensava que iria ser bem pior. Olha … foi o possível …

Nem me lembrei de ir à mesa da lap2go ver em que lugar fiquei no meu escalão … que se lixe … tentei sacar do telefone para ligar para casa e avisar que tinha chegado como combinado com a Pikinita. Mas tinha o telefone bloqueado por 47min …ora fodaice.

Estava todo molhado, cheio de lama e com frio … ela não me deixa entrar em casa assim … vou tomar banho cá … e fui. Tomei dois banhos … um ainda com água quente, vestido para tirar o máximo de lama possível da roupa … e outro nú, mas com a água já fria … caralhes páh … custou mas esticou-me as peles ;)

Quando vou a sair para vir embora liga a Dora para saber de mim … estava a estranhar não lhe ligar … aproveitei para pedir para ela dar uma vista de olhos na classificação … “olha, foste 3º M50” …

Voltei para baixo e lá fui todo contente receber o meu acrílico … tenho que aproveitar que não é todos os dias. Vale o que vale, e sei que só é possível quando aparecem poucas “trutas velhas”, mas que sabe bem sabe …. e ainda eram quase 20 velhos como eu.

o mundo está perdido ...

o trail bateu no fundo...

Só no dia seguinte é que tive a oportunidade de analisar um pouco os resultados  e chegar à conclusão que todos gastaram mais tempo do que no ano passado. Acabei por fazer uma excelente prova para o meu nível … o facto de não ver nada de jeito ajudou-me muito pois o meu cérebro não bloqueou como habitualmente quando os meus olhos veem um “spot” que pode oferecer perigo de escorregar e cair. Não me senti tão forte a subir como habitualmente mas acho que desci melhor que o habitual. No fim estava impecável das pernas … mesmo.

engraçado ... parti na posição 54 ... pouco depois subi para 32 e nunca mais perdi nem ganhei nenhuma posição ...

Hoje, passado dois dias, tenho os posteriores numa lástima. Ontem diz 30m de corridinha lenta. Hoje volto para mais 8km de corrida lenta … ver se amanhã consigo ter pernas para fazer umas series.

Dia 25 de Abril volto às Corridas de Estrada … vou correr em casa, por Fiães … ca.9km, sendo 3 a descer, 3 planos e 3 a subir … vai doer!!!

Uma palavrinha para a organização … mais uma vez tudo impecável, simples e bem marcado. A medalha deste ano é bem bonita. Olhem que não é qualquer prova que consegue atrair mais de 1000 participantes. Uma bifana e uma mini no fim e era perfeito 😉Parabéns Lopes & equipa.

muito bonita a medalha deste ano...

Ahhh … eu ia todo vaidoso com a camisola dos Trilhos dos Pernetas 7.10 para meter nojo …. mas a chuva e o frio obrigaram-me a levar o impermeável vestido … azar … a camisola está espectacular mesmo…

são lindas....

Se ainda não te inscreveste, ainda estás a tempo … neste momento ainda há umas 50 vagas … aproveita … link aqui ...

Lap2Go - Trilho dos Pernetas 7.10 - Inscrição


terça-feira

Ponto de situação de um Perneta

Já vou para a 7ª semana de treino acompanhado … parece que recomecei ontem. O tempo passa literalmente a “correr”.

E a coisa tem corrido bastante bem. Tenho cumprido religiosamente os planos propostos e apenas falhei dois treinos porque dei cabo de uma costela e as dores pusera-me fora de combate por alguns (poucos) dias.

aguenta e não bufa ...

Os planos são sempre semanais e adaptados à minha disponibilidade. O tempo de treino tem aumentado gradualmente, mas de uma forma geral continua a valer o "menos tempo e um pouco mais intenso".

O melhor de tudo é que sinto aquilo que procurava … motivação e compromisso, não só comigo mas com outra pessoa. E isso faz com que eu mesmo sem vontade vá cumprir com o planeado, mesmo que chova calhaus como ontem à noite, ou como há algumas semanas atrás ter feito um treino de séries com uma ventania que nem era bom.

neste dia não me apetecia mesmo, mas saiu um belo treino de series

Já se nota evolução? Claro que sim … não sei o que estou a valer neste momento porque não tenho feito provas (a Meia da Primavera já vai quase há um mês). Mas já noto que os treinos mais intensos saem melhor, sinto-me mais resistente, os bpm estão mais baixos comparado com treinos idênticos feitos há algum tempo, e mesmo sem estar a fazer dieta nenhuma já perdi 1,5kg.

No próximo sábado volto a colocar um dorsal … vou aos 20km dos Trilhos Termais … não tenho feito nada em trilhos, mas esta prova é muito corrivel … um bom teste para ver como está a minha resistência. Depois dia 25/4 vou correr uma prova de estrada em casa … serão ca. 9km pelas estradas de Fiães, terra onde cresci.

não tenho feito trilhos? Mentira ... fiz 27km no nosso quintal, caí e dei cabo das costelas

A primeira objectivo de tempo está reservado para final de Maio … ainda tenho umas semanitas para aprumar a forma. Siga a camioneta.

 

 



Meia Maratona da Primavera 2025 - continuo totalista

 

4 edições, 4 participações

Na 4ª feira antes da prova, como no meu plano não vinha nada especificado para a corrida, decidi por descargo de consciência mandar uma mensagem ao meu “mister” … estava descansado, afinal com 3 semanitas de treino o que seria de esperar? … deve ser algo tranquilo, talvez pelo meio alguns km em ritmo mais forte .. sei lá.

Resposta dele … “pegas no teu melhor tempo e pões uns 3 minutos em cima … é isso”

“mas isso dá 1h30 e qualquer coisa… o meu melhor tempo tem uns anos”

Resposte dele ... “e então?”

Pronto … fodeu-se … lá se foi o sossego 😉 … e comecei a dar atenção a alguns pormenores que normalmente descuido pois, sem grandes objectivos, correr uma meia maratona é fácil para mim … equipamento, nutrição, ver como vai estar o tempo, etc, etc … em relação à nutrição recebi do mister algumas dicas que iriam ser cruciais (mas já lá vamos).

A verdade é que já não ia para uma prova assim com objectivos de cronómetro faz muito tempo … e eu gosto 😉

A prova era sábado à tarde, com partida às 16h … e este sábado tinha já um dia bastante preenchido, mas que organizei de forma que a tarde fosse tranquila. Pois … e os imprevistos?

A nossa máquina de lavar roupa tinha avariado há uns dias, e o técnico marcou para quando? Sábado de tarde, 14 horas … era quando podia … tinha que ser …

Na 6ª recebo uma mensagem da minha princesa do meio … dizia a Bé … “Paiiiiiiiii … (quando começa assim, já sei que sobra para mim) … no sábado posso ir ao cinema com a Luana?... posso????)” …. isto implicava eu ter que a ir levar a Canedo às 15h … sigaaa … cá nos havemos de desenrascar … e chegou o sábado … até fizemos uma espécie de programa do dia para não esquecer nada … não podia era descambar nem um milimetro … e correu bem …

programa apertado que felizmente deu certo 

continuamos a ambientar as miúdas a estas coisas das corridas


a Pasta estava uma delicia ... qualidade Lago, what else?



a canalhada divertiu-se 

e depois fomos para casa tratar do que havia a tratar... voltamos mais tarde ..

Estacionamos no Europarque já passava das 15h30 … ainda tinha um ligeiro aquecimento no plano … 10min que incluía umas acelerações … quando chegamos à zona de partida já não foi possível chegar muito à frente. Deixa lá …

Muito bom ambiente, música a bombar … o habitual nesta prova … eu estava com aquela ansiedade boa, aquele frio na espinha … “será que vou aguentar o ritmo?” … já não tinha estas sensações há muito tempo … é o que faz o compromisso assumido com o Mister… é para ser.


chegasses mais cedo ...

A verdade é que nós tínhamos falado um pouco ao telefone ao fim da manhã. Tinha uma mensagem dele a dizer que as condições meteorológicas estavam difíceis e que havia de adaptar … liguei-lhe e estivemos a trocar algumas impressões, dicas, estratégias e coiso.

até se acotovelam .... já vos apanho, ou não ...

E partida … sair de dentro do Europarque (uma alteração de última hora por causa do mau tempo) era giro, mas complicava um bocadinho as coisas ao inicio, especialmente para quem sai assim no meio da confusão. Não faz mal … tento fazer as curvas por fora e fiz algumas ultrapassagens pela relva, numa espécie de corta mato … funcionou porque fiz o primeiro km a 4,11m/km … muito rápido mas deixa ir … o balão da hora e meia carregado pelo Ivan já ia longe … tb não era para mim, hoje …

a coisa estava bem colorida ....

Km 2 e 3 tinham 2 subidas duras … algumas centenas de metros mas bem inclinadas. Esta meia maratona, para quem não conhece, tem um percurso bastante difícil, com subidas (e respectivas descidas) bem acentuadas … numas 7 ou 8 subidas fazes quase 250m D+. É durinha … eu gosto … mas não é para se pensar em grandes tempos … quando cheguei cá acima já vinha com os bofes de fora … 4,32m/km e 4,20min/km … agora era ir até ao centro da Feira e voltar …

Este ano a organização decidiu inverter o percurso … primeiro vínhamos ao centro da Feira e voltávamos ao Europarque e só depois é que iríamos para o Lusoparque, a Rio Meão e coiso … acho que foi muito bem pensado … a corrida mais curta (este ano com 12km) assim era na parte mais bonita.

Voltando à minha corrida, eu agora tinha ca. de 3 km até ao retorno junto do Rossio na Feira, que ou desciam ou eram planos. Tentei recuperar um pouco de tempo o que consegui … 4,09, 4,18 e 4,20m/km … ali no parque onde fazemos as 24h de P comecei a cruzar com os primeiros que já vinha em sentido contrário …


Depois do retorno temos ca. 1,5km planos, mas depois voltamos a enfrentar umas subidas … uma curta mas íngreme pouco depois da Fernando Pessoa, e depois uma com uns 500m por trás do Pingo Doce … mesmo assim consegui não baixar muito o ritmo … km entre os 4,20 e 4,23m/km … e encostava na 2ª mulher … a primeira era a Liliana e nesta fase da corrida só a via nos retornos … bem longe …

ainda aproveitei a boleia deste grupinho durante algum tempo ...

Primeiro gel aos 45min … check!!! … depois desta última subida onde forcei para não baixar muito, chegava um plano junto à Galp e como sabia que a seguir ia descer até à entrada do Europarque tentei não perder ritmo, mesmo que sentisse os bofes de fora … 4,28m/km com a rampa junto ao Ibis... bem bom…. agora era descer e voltar ao Europarque … ritmo controlado junto da 2ª mulher e mais um compincha destas lutas… muita gente ali a ver os atletas a passar, uns para acabar a sua prova de 12km e os outros, como eu, a respirar fundo para enfrentar a 2ª parte da prova … muito apoio incluindo o melhor incentivo que tive durante toda a prova … foi da Cristina Tenreiro, ex-vereadora do Desporto da CMF, que aos saltos e berros disse qualquer coisa do género “forçaaaa … e bebe é menos cerveja” … pois 😉

aqui a Pikinita a passar nesta zona , já a cheirar a meta ... para ela, para mim ainda não.

E esta segunda parte começava logo com uma subidinha a sério, primeiro junto ao edifício de onde tinha arrancado há pouco mais de 50min atrás, e depois para fora do Europarque em direcção ao Lusoparque … e já não bastava a inclinação como ainda levamos com um vento forte de frente …. 4,27 e 4,41m/km … o km mais lento de toda a prova … as pernas não queriam andar, o ar não queria entrar nos pulmões … pronto … tinha rebentado … só que não.

Os próximos km são por entre os pavilhões do parque industrial … sei que daqui a pouco vou ter uma descida prolongada e tento voltar aos ritmos anteriores … e consigo … 4,20 e 4,14m/km … nesta fase já são poucos os atletas em prova, não vou sozinho, mas estamos bastante espaçados … sinto-me ainda com força … afinal estou de volta …

Vou-me motivando com os atletas que vão à minha frente e tento ir buscar um de cada vez, sem entrar em loucuras de ritmo. O meu Mister tinha-me dito para eu me resguardar e eu sou um menino bem mandado … às vezes.

1h05 de prova … hora de novo gel, do último … bem-mandado este menino!!! E vem a tal descida longa … mas que vou ter que subir quando voltar de Rio Meão 😉 … uma coisa de cada vez … nesta fase de idas e voltas consigo ver quem vai à minha frente e depois quem vem atrás … 4,17m/km a descer, 4,44m/km na subida até ao retorno de Rio Meão … um pouco antes o meu Presidente, o Sr.Dias a apoiar … não falha …

a iniciar a última subida, a mais longa....foto by Sr.Dias

Continua o carrossel … agora é “só” voltar … faltam uns 4km, mais ou menos … primeiro a descer onde consigo voltar a acelerar … 4,10m/km … para depois fazer a tal última subida mais prolongada até à rotunda do Lusoparque … passo aqui às vezes em treino e sei que tem quase 2km, primeiro uns 500/600m a subir a sério e o resto já com uma inclinação mais suave … “se no fim ainda tiveres energia, está na hora de a gastar” … Sim Chefe!!! … mesmo já estando bem desgastado forcei … e fui alcançando e passando alguns atletas … e já via a Liliana ali uns 150m à minha frente … 4,22m neste último km …

Ufa … “no more subidas” … falta pouco mais de 1km … ainda há uma incursão à direita para um último retorno … apanho a Liliana (campeão nacional de Ultra Endurance há duas semanas)… diz ela "já recuperaste?" ... estive para ficar com ela porque o ritmo ia bom, mas ainda vi mais 3 atletas à minha frente, que mesmo estando a uns bons 100m ainda poderia ter hipótese de alcançar …. só viria a conseguir passar um … aos outros dois ainda ferrei um pouco os calcanhares mas já não deu, mesmo que a descer para a meta ainda tenha andado a 3,45m/km …

feito e bem feito ....

tempo de chip foi 1:33:10 ... não sei de onde vem uma diferença de 7s ... 

Maravilha de prova … fiquei mesmo muito satisfeito, até surpreendido … 1:33´10 não é nem de perto o meu melhor tempo, mas é preciso colocar as coisas em perspectiva. Ando longe de ter rotinas de treino, do peso ideal, de uma preparação minimamente ideal para atacar as minhas melhores marcas, além do factor idade tb contar.. a verdade é que um gajo não vai para novo. 

Além disso o percurso desta MM não é dada a “tempos” e as condições tb não eram as ideais. O que me deixou verdadeiramente satisfeito foi a gestão da prova … voltei a sentir o bichinho de lutar contra mim, consegui manter ritmos bem vivos mesmo depois de achar que estava prestes a morrer e senti que ainda tenho aquele espírito de luta dentro de mim. Sinto que o factor nutrição foi fundamental, o alimento em quantidade e timing certo fez a diferença... neste momento foi o possível e para (re)começar está muito bem assim.

vale o que vale, mas ainda eram mais de 50 velhos do meu escalão e ca.500 participantes na MM no total


este quadro já me diz mais qualquer coisa ... sempre a recuperar terreno, mesmo nos km finais não quebrando consegui recuperar vários lugares ... mais 3 ou 5 dias de prova e ainda ganhava isto ...

Uma palavrinha para a organização da prova ... muito, muito bom!! Tudo! Desde a comunicação, levantamento dos dorsais, a troca de prova da Dora foi feita na hora sem complicação nenhuma, simpatia do pessoal, uma Pasta Party do melhor, a camisola personalizada, a medalha muito bonita, o Joca como speaker, um percurso que é o que é, duro, um programa completo de manhã à noite para toda a família, com uma oferta enorme em divertimentos para os mais novos, de borla. Só não conseguem controlar o tempo ... tudo isto lá fora tinha ainda mais piada, mas com esta chuva e frio passar tudo para dentro do Europarque foi uma boa solução. Estão muito mas muito de parabéns. Ahhh ... e tudo isto por 8 euros ... sim, leram bem ... 8 euros meus amigos!!! Parabéns CMF ....

Levo 3 semanas de treino planeado … o primeiro grande objectivo é em final de Maio. Até lá é acreditar no processo, esperar que não haja grandes contratempos e depois é fazer acontecer. Ainda estou longe do que se pretende, mas bem mais perto do que há trés semanas atrás. Sigaaa a camioneta.

Uma palavrinha para a Dora que mudou a inscrição da meia maratona para os 12km … sem treinos fez uma boa prova, poupou-se pq no dia a seguir foi fazer mais 10k a Gaia. Olhando aos tempos que se fizeram nesta prova, aquela Doritos antes do processo de gravidez, papava uns pódios estes fim de semana na boa, mesmo na geral.

Sigaaaa a camioneta … próxima paragem é a Ulfilanis Run em Fiães … vou correr em casa ;)

segunda-feira

Afinal há objectivos para 2025

 

Depois de Sicó estive a repensar a minha vida nestas coisas das corridas. Gosto muito destas aventuras de 3 dígitos e até acabei esta com alguma “facilidade”, mesmo com todos os contratempos e sem o treino mínimo (isto na minha opinião).

Mas será que vale a pena fazê-lo desta forma? Pois não sei … fazer apenas por fazer não faz sentido, tenho que ter uma motivação e acima de tudo, tenho que ter tempo para me preparar minimamente a nível físico.

E isso é um problema com a minha vida actual. Tenho andado a viajar bastante a nível profissional e a tendência será para manter nos próximos meses … imaginem estar fora de 2ª de madrugada a 6ª, e no sábado ou no domingo (ou em ambos os dois) me por a andar para o meio dos montes durante horas a fio para treinar… antes da Sara até era fácil, porque a Dora alinhava nestes treinos … agora é diferente. Não dá …

Por isso, nos próximos meses decidi dedicar-me a objectivos mais comedidos, que “gastam” muito menos uma coisa preciosa chamado de tempo … o que não quer dizer que sejam mais fáceis. Até pelo contrário … vão exigir muita motivação e disciplina … e para isso voltei a procurar ajuda … ao fim de quase 2 anos, volto a ter quem me esteja a orientar. Não é que eu precise de motivação e vontade para calçar as sapatilhas e ir correr, mas assim haverá uma coisa chamada de compromisso … e isso pode fazer toda a diferença.

Estou há duas semanas a treinar para atacar uns objectivos em estrada durante este ano… o plano está adaptado a quem tem o tempo contado, e embora seja bastante parecido com o que eu já conheço a nível estrutural, tem as suas diferenças em relação ao que venho a fazer estes anos todos. Menos tempo a correr, mais intensidade … um plano adaptado à minha disponibilidade.

Agora é confiar e fazer por acontecer … nos próximos tempos conto mais sobre estes meus objectivos … 


Sigaaaaaaa ....