quinta-feira

2022 foi um ano estranho

 

que tal o meu rabisco? Sempre tive jeito para desenho ;)

Cá estamos novamente em mais um fim do ano e com isso vem o habitual resumo do que se passou comigo durante estes 365 dias a nível de corrida.

Foi um ano estranho! Isso é um facto.

Vivi uma grande instabilidade a nível profissional e tentei que isso não afectasse a minha corrida. Tentei sempre ter objectivos que me “obrigassem” a manter as rotinas e a motivação em correr … e posso dizer que isso foi conseguido em grande parte. A corrida continuou a ser um prazer durante 2022 e uma grande fonte de equilíbrio para aguentar melhor o resto … a corrida entre outras muitas vantagens, revigoram-me, ajudam a clarificar as ideias, resumindo “limpam-me a cabeça”.

Quem “sofreu” mais neste ano que está a acabar foi aqui o meu tasquinho … foi de longe o ano em que escrevi menos. Por vários motivos … estive 4 meses lesionado e só por isso faltou assunto … mas não foi apenas isso. O que faltou mais foi motivação para escrever, muitas vezes pura e simplesmente não me apeteceu … durante grande parte do ano limitei-me a registar as poucas provas que fiz e pouco mais.

O facto é que os blogues de uma forma geral estão a perder-se ... é uma tendência que já se nota há uns anos… então os de corrida nem se fala. Acho que se contam pelos dedos de uma mão os que se mantém activos e publicam com alguma regularidade. Tenho pena, porque ainda apanhei o grande boom dos blogues de corrida, onde semanalmente tínhamos notícias dos colegas e comentávamos nos blogues uns dos outros. Fiz muitos amigos desta forma. As coisas são como são, agora é tudo muito passageiro e rápido … é tudo na base das redes sociais onde tudo é mastigado, comido e deitado fora a uma velocidade incrível tb faço parte desse mundo mas a minha intenção é de continuar por aqui com este meu tasquinho, o meu diário de bordo … embora goste de partilhar e da interacção com o pessoal que lê, o principal objectivo deste cantinho continua a ser o “escrever para mim”, o registar das minhas aventuras de corrida … espero continuar a ter essa motivação, pelo menos é essa a minha intenção.

Vamos lá ao resumo deste 2022 que começou lindamente:

Janeiro

Foi um mês dedicado exclusivamente à preparação da Maratona de Sevilha … o foco foram os sub3h … treinos duros, pernas pesadas … adorei.


Fevereiro

Ponto alto do ano a nível desportivo … a Maratona de Sevilha … falhei o objectivo mas fiz uma prova do caralho … sofri como nunca mas tirei 8 minutos ao meru RP. Foi apenas fantástico.


Março

Regresso aos treinos mais descontraídos e participa na MM Viana e faço um pódio no Trail de Vila Maior.


Abril

Ainda participo nos Trilhos Termais antes de ter mesmo que parar devido a uma pubalgia. Já desde a preparação para a Maratona que tinha umas dores ligeiras que ignorei … nunca tinha tido uma pubalgia e por isso não reconheci os sintomas. Ainda não sabia, mas seriam 4 meses de paragem.  


Maio

Falho os Trilhos dos Pernetas por ter apanhado Covid. Foi o ponto mais baixo do ano … não poder estar com a família Perneta no nosso evento. Não deixou de ser um enorme sucesso novamente e em contrapartida acabou por ser o ponto alto do ano com a Pernetada a fazer-nos uma visita ao fim do dia em casa.


Junho e Julho

A recuperar de lesão. Que me lembro foi a primeira vez nestes anos todos que nada publiquei no PK.

andei a caçar com gato


Agosto

Volto a escrever ao fim de 3 meses e entro na fase final de recuperação com as primeiras corridas curtas e lentas. Entro no escalão dos M50 😉

grupo "Rumo às 3h40" 

Setembro

Regresso às provas em Avintes e inicio os treinos com o objectivo de poder acabar a Maratona do Porto


Outubro

Continua a preparação para a Maratona do Porto e participo na MM de Ovar com um excelente resultado para quem vinha de uma paragem tão prolongada.

Novembro

Maratona do Porto emocionante a acompanhar a Pikinita num RP tirado a ferros. Regresso aos trilhos com a participação no Mamoa RiverTrail.

Dezembro

Começa com o sempre “surreal” convívio Perneta, passa pela São Silvestre de Esmoriz (única SS deste ano) e acaba em beleza com dois pódios na festa que foram as 3h de resistência do XMAS Trail em Lobão.


Dizer ainda que a nível de km nem aos 2500 cheguei  (mais de 4300km em 2021) e fiz apenas 5 provas (a média eram 12 por ano). Foi o que foi … grande destaque para o fantástico RP à Maratona e para dois pódios em trails aqui da zona … valem o que valem, mas que sabe bem sabe … sempre que houver oportunidade tentarei 😉

E pronto .. 2022 foi isto … resta-me agradecer a todos vocês que continuam a passar por este tasquinho com mais ou menos assiduidade … continuo a dizer que não vos gabo o gosto 😊. Os desejo para 2023 são os de sempre … muita saúde para todos nós pois é o mais importante. O resto conquista-se!!!

Em 2023 gostaria de voltar às aventuras grandes … tenho uma lista de provas que gostaria de fazer, mas também gostaria de inventar umas aventuras se possível com amigos (ideias já existem). É marcar e por em prática. Também temos as provas e treinos que iremos organizar … uma é nova, as 24H de P. em 9 e 10 de Setembro … se conseguirmos colocar em prática as ideias que temos será de arromba. Como podem ver, planos para 2023 não faltam … e com isso coisas para contar por aqui 😉

Programa de festas dos Pernetas para 2023


Por fim e como é tradição … a FOTO DO ANO


 Fiquem bem e Obrigado!

sexta-feira

1ª São Silvestre de Esmoriz

que inkipinha de luxo....

Já me ia passando esta  … já foi no domingo 11 de Dezembro que fui à 1ª São Silvestre de Esmoriz.

Eu que gosto tanto de São Silvestres este ano só devo ir mesmo a esta. Não ando a treinar grande coisa, e mesmo sabendo que dificilmente algum dia estarei em condições de andar perto do meu recorde aos 10km há um mínimo de forma que tenho que ter ou então algum objectivo diferente como acompanhar alguém ou experimentar uma prova nova.

Foi o caso desta … era a primeira edição, a 10 minutos de casa e havia alguns companheiros de equipa inscritos …

A prova era ao final da tarde e como ia em modo “treino” decidi que de manhã ia fazer um treininho pelos trilhos de Santo André … uns 10km muito descontraídos e calminhos eram o objectivo. Custou-me muito levantar mas lá fui … é páh, custou-me tanto mas tanto que nem imaginam … as pernas não andavam, não tinha força nem energia nenhuma … mas forcei a continuar e acabei os ca.11km verdadeiramente de rastos. Para quê? Sei lá …

Facto é que quando entrei em casa senti uns arrepios de frio, nem um banho quente me aqueceram … estava com sintomas de gripe e enfiei-me novamente na cama, tomei um comprimido, chazinho quente. “Mulher, acho que não vou correr logo …”

O Benuron ajudou um pouco, pelo menos à hora de almoço levantei-me e almocei, mas de tarde voltei-me a deitar, desta vez no sofá e posso dizer-vos que não senti grandes melhoras. Estava decidido … não vou correr. Objectivo agora era estar em condições mínimas de ir assistir e depois ir com a malta à francesinha como estava combinado 😉

Eram 16h quando comecei a sentir melhoras mais significativas … queres ver? Estava na hora de ir … decidi ir equipado e lá iria fazer um aquecimento e logo veria se me sentia com força para participar na prova.

O ambiente em Esmoriz estava 5 estrelas … partida e chegada junto ao mar, percurso de ida e volta a Cortegaça, 2x … tudo muito planinho. Tempo frio mas seco, quase sem vento. Cheira-me que isto vai ser fixe …

Cafézinho com a malta, e siga para o aquecimento que se resumiu a umas corriditas e uma aceleração ou duas só para sentir a máquina. “Mulher, vou contigo … “ … estava decidido 😊

Chegamos já bem em cima da hora à zona de partida, ainda a tempo de assistir à corrida das crianças. Como quase sempre, lá ficamos bem lá atrás na partida … por mim era na boa, para a Pikinita que ia dar tudo e tentar um recorde pessoal nem por isso.

aturem-nos ...



Tiro de partida e na nossa zona o pelotão nem se mexe … iriamos demorar quase um minuto a passar o pórtico para começar logo a zarpar a grande velocidade. O primeiro km deu 4,24m/km o que era excelente … o que já não era muito bom foi o que se precisou de fazer para o conseguir, pois as constantes acelerações e ziguezague desgastam …

O bom é que a partir do 1º km houve sempre espaço … as estradas são largas … e entrou-se em modo cruzeiro, com os km a serem feitos ali pelos 4,30m/km … era a Pikinita que comandava … tínhamos a companhia do Fontes e do Nuno Silva … e foi assim até quase ao primeiro retorno em Cortegaça … o Fontes e o Nuno foram à vida e eu fiquei com a Pikinita … eu sentia-me muito bem e com vontade de andar mais … mas tinha uma missão 😉

No regresso mantivemos o ritmo … e ao voltar a passar no pórtico para finalizar a primeira volta faltavam uns 150m para os 5km … fiquei logo desconfiado que a prova não iria ter 10km… nada a fazer, é continuar … 4,30m/km de média … dá para recorde …

A Pikinita já estava a fazer um esforço muito grande para manter e eu passei para a frente, para fazer de lebre… os ritmos baixaram um pouco … mesmo assim ia bastante bem … novo retorno em Cortegaça … faltam 2,5km e estiquei um bocadinho a corda para ver o que dava … a Pikinita tentou acompanhar mas ali pelo km 8 e 9 a coisa emperrou um pouco e baixamos novamente o ritmo … com o aproximar da meta, a luta pelos lugares e o muito público estava na hora de ir buscar aquele último bocadinho de energia e o ritmo voltou a subir … passamos a meta em 44,34 mas com apenas 9,75 km … não teria dado para baixar os 45min mas teria dado para tirar uns segundos ao RP da Pikinita … foi pena.

A única critica que posso fazer à Organização é mesmo essa, a prova não ter os 10km … ainda por cima, neste percurso não há desculpas … bastava colocar o retorno em Cortegaça uns 50 ou 60m mais à frente, algo muito simples.

Também vi alguma confusão entre a malta da caminhada e os atletas mais rápidos … é que o percurso é o mesmo e deu alguma confusão.

De resto foi um evento espectacular … adorei o percurso, ideal para fazer bons tempos, muito plano, com os retornos que nos permitem ver os outros atletas e usar isso como motivação além do muito público presente ao longo do percurso e que também ajuda. No fim abastecimento como nos habituamos a ter no trail, incluindo uma maquina de tirar finos e umas mini natinhas que estavam uma delicia … eu sei porque morfei 3 😉

Parabéns malta … corrijam a distância e arranjem alternativa para a caminhada não se misturar tanto com a corrida e tem aqui um evento que pode ser uma referência a nível de São Silvestres.

A Pikinita falhou o pódio no escalão por 29 segundos, ficou-se pelo 4º lugar em M40 … é muito tempo em 10km mas olhando a que partimos de trás a diferença não é assim tanta. Em todo o caso fez uma excelente prova mesmo sem treinar para isto … e só não deu uma facadinha de uns segundos no RP porque faltaram os tais 250m.

grande prova, mais uma 


Quem está também muito de parabéns são as restantes babes do CAL ... a Lia com a sua estreia oficial em provas que superou com distinção, a Teresa e a Samanta pelos excelentes tempos que conseguiram ... PARABÉNS!!!

Grande Lia ... a primeira de muitas 

Teresa, os 50min estão próximos ;)

Samanta ... não tenho foto tua mas foi um excelente regresso às provas ...

Depois veio a francesinha e umas cervejitas com a família antes de ir para casa ... maravilha …

começar o dia doente e acabar assim ... quem diria 

terça-feira

X-Mas Trail - 3H Resistência Nonstop

 

Eu adoro provas diferentes, gosto de eventos que coloquem a nossa resistência à prova … e se envolverem amigos & convívio então é perfeito.

Foi o caso do XMas Trail – 3H Resistência organizado pela Nonstop com o rei João Sousa à cabeça. E tendo o João à cabeça já sabemos que vai dar empeno na certa … o conceito é simples e pelos vistos já é habitual na malta das bicicletas. Como o próprio nome indica seriam 3h a correr (ou a caminhar) num percurso circular de ca.4,2km com 130m D+ … isto na sua grande maioria por trilhos…. ganha quem fizer mais voltas.  A zona escolhida foi ali na fronteira entre Lobão e Sanguedo, trilhos que eu conheço minimamente bem pois já por ali passei em treinos e até numa prova.

O evento nasceu há poucas semanas, e quando me apercebi inscrevi-me logo e à Pikinita tb. Ainda por cima o speaker ia ser o Bruno … Sousa, Bruno e Pernetas … fodeu-se 😉. Ainda tentei que a Pernetada fosse em maior número mas anda tudo com medo 😉 … alinharam os velhotes … Lima e Fontes.


Não tenho treinado nada de especial … desde a Maratona do Porto que tem sido um treino muito intermitente, com 2 ou 3 corridinhas de 10km à semana e ao fim de semana a tentar ir até ao monte fazer mais alguns km. Por isso, e mesmo sem conhecer bem o percurso (mas sabendo que ia ser um mói pernas), coloquei um objectivo mínimo de 6 voltas, sendo muito bom fazer 7 voltas (quase 30km).

E no dia lá estávamos nós e mais umas dezenas de malucos para mais esta aventura. Muita gente conhecida, um quadro competitivo para a geral do melhor que temos aqui na zona, tanto nos homens como nas mulheres … estavam cá os cavalos todos, alguns já com provas dadas a nível nacional … depois havia o resto onde eu me incluía.

Pikinita estava com uma "vontade"...

Eu estava com o “modo competitivo” on … do meu escalão conhecia uns 2 ou 3, mas havia outros que eu pela pinta achava ser o suficiente velhos para ter que ir à gadelha com eles. A verdade é que nestas coisas mais “malucas” a grande maioria é velhadas … quer dizer … veteranos. Vamos indo vamos vendo … se der para uma graçola não digo que não. A Pikinita estava na mesma situação … o leque de moças era de topo … estavam cá quase todas as máquinas dos arredores.

E deu-se a partida … na primeira volta o objectivo era correr sempre, de forma tranquila, fazendo o reconhecimento do percurso … o primeiro terço do pelotão desapareceu rapidamente e não é fácil manter o foco, refrear os cavalos, sem entrar em loucuras e ir “tentar” ir atrás deles  … “calma que isto é como acaba e não como começa” ….


a Pikinita a fazer o "frete" 

... umas poucas centenas de metros em single-track plano junto ao Rio Uíma, seguido de uma primeira subidinha empedrada que nesta primeira volta ainda se fez sem grande esforço a trote … foi nesta subidinha que passei bastantes colegas de aventura… segue-se uma descida curta em estradão em terra batida, depois a mesma distancia, tipo de piso e altimetria só que a subir até encontrarmos os primeiros 200 metros em alcatrão antes de entrarmos à direita no monte e começarmos a subir tudo o que faltava para ir buscar os tais 130mD+ anunciados em pouco mais que 1km… o piso não apresentava muitas dificuldades, algumas pedras e raízes … uma ou outra zona onde inclinava mais e automaticamente colocava as pernas a ganir e o coração a bater mais forte. Era neste segmento a subir que teria oportunidade de ganhar algum terreno aos meus “concorrentes” para compensar a falta de destreza a descer … e como seriam as descidas?

Chegando ao topo havia um trilho com umas poucas centenas de metros planos que dava para esticar as pernas e recuperar um pouco o fôlego antes de enfrentar a descida de regresso à zona de partida … como esperava as descidas eram bem mais inclinadas que as subidas … mas não eram muito técnicas, alguma pedra apenas, o que me permitia correr também … aleluja!!!… mesmo assim era vê-los a passar por mim tipo flechas por ali abaixo. Entre eles 2 que eu não conhecia, mas que achava poderem ser do meu escalão. Como bem à minha frente iam outros 2 que eu tinha a certeza serem do meu campeonato só me restava tentar não deixar fugir muito estes últimos.

aqui com o João Moreira

Depois da descida mais longa e difícil entramos pela 2ª vez em alcatrão para fazer a ligação ao estradão em terra que nos leva novamente ao trilho junto ao rio Inha, agora percorrido em sentido contrário para completar a volta. É neste segmento e é nestes talvez 500/600m que vem à tona o meu espírito mais “estradista”, aproveito para impor um ritmo um pouco mais forte para passar um dos meus “concorrentes” ficando com o outro ali na mira a menos de uma centena de metros … e é assim que passo a primeira volta … 23,18m foi o tempo que a demorei a fazer … sempre a correr.

Na meta levo com o Bruno … tem que ser 😉 … mal ele deslumbra a minha camisola ao longe lá vem o desfilar de “incentivos” fofinhos, as piadas com a minha idade, com o meu joelho e claro, pondo em causa a minha sexualidade … e eu gosto!! O Bruno é um dos meus meninos 😉

Na meta não falta nada … um abastecimento farto e bastante gente que veio assistir à maluquice … eu não paro nesta volta, ainda não tenho sede nem fome e não quero perder tempo para os meus adversários que tb não param… … siga para a volta nr.2 …

A minha intenção é apanhar o meu adversário da frente sem deixar que os 2 que vem atrás de mim me apanhem … aquele trilho de ida e volta junto ao rio faz com que possamos cruzar com muitos dos outros atletas em prova. Consegui ver o atraso ou avanço que levava em relação a outros, vi o Fontes tb … ali vem a Pikinita … é a 5ª na geral, digo-lhe “vais muito bem …” …. a resposta é em forma de rosnanço “só não desisto por vergonha …” … isto faz com que me vá a rir na primeira subidinha da 2ª volta … a Pikinita quando entra em modo de gru maldisposto é assim … e hoje acordou sem vontade de vir correr, com sono, tinha frio e ela não gosta de frio …lololol … mas tb sei que reclama reclama mas anda da perna 😉

reclama mas segue...

Eu na primeira subida cheguei mais perto do meu adversário … e é nesta luta que apanho o Paulo Oliveira, conhecido das corridas de estrada … o que começou numa breve troca de palavras transformou-se numa companhia para o resto da prova (bem, quase …) … . na subida mais longa encosto e depois ultrapasso o meu “adversário” … quero ganhar alguma vantagem para a descida que aí vem … na descida a vantagem encurta mas saio na frente para a zona plana antes de descer para a meta … e ali consigo aumentar novamente um pouco a distancia …

com o Paulo ...

Chego à zona de meta e lá vem as bocas do Speaker Bruno … se tivesses mas é uma mini fresca preparada. Agora parei no abastecimento … bebi e enchi o flask que levava comigo a mão … ainda esperei um pouco pelo Paulo e seguimos juntos. O meu “adversário” não parou e ganhou assim novamente vantagem… na 2ª volta gastei 23,48minutos … vamos lá para a 3ª …

As pernas estão bem, a respiração está controlada e sinto-me com energia … ainda falta muito, vamos manter a calma … e assim foi … aproveitava a companhia do Paulo e íamos na converseta … ele é moço da estrada, muito melhor que eu, mas não tem experiência de trilhos … eu nas subidas fugia um pouco e ele nos planos apanhava-me facilmente. Lembram-se do “adversário” que me tinha voltado a passar na viragem da última volta … voltei a passar por ele na subida ao ponto mais alto e nunca mais o viria a sentir por perto … passei a meta com 25,33minutos gastos … a volta mais lenta, muito por ter parado no abastecimento mas tb por ter sido um pouco mais contido e caminhado pela primeira vez um bocadinho numa das subidas …

Sem parar (ainda tinha meio flask de isotónico) segui … não queria perder tempo nem dar sinal de fraqueza a quem vinha atrás de mim … o Paulo ficou no abastecimento, mas viria a apanhar-me um pouco mais à frente novamente … foi a partir desta volta que começamos a ultrapassar alguns atletas mais atrasados em voltas … houve sempre espaço para palavras de incentivo, para umas brincadeiras … o mesmo com a malta da organização que estava nos pontos mais críticos a controlar … excelente ambiente que criamos, todos juntos …  mais rápidos, menos rápidos, malta da organização … 4ª volta em 25,03minutos … excelente ..

No meu campeonato continuava muito distante da luta pelo 1º lugar … o Paulo Bandalho estava forte e não dava sinais de fraqueza … mas ainda íamos a pouco mais de meio … ia tentar manter o ritmo e depois logo se via. Voltei a parar para encher o flask e comer um bocado de banana. Já tinha metido meio gel no bucho a meio da volta anterior… sigaaa que a concorrência perseguidora não está a aproximar mas tb não está a perder terreno … a 5ª volta continua a ser na companhia do Paulo … as pernas já pesam, especialmente nas subidas onde nas partes mais inclinadas já caminho … começou a aparecer o desgaste … diz-me o Paulo “olha que se mantivermos este ritmo ainda deve dar para a oitava volta” … veremos … volta nr.5 em 25,36min … um reloginho suíço … siga para a nr.6 sem parar na box …

… entramos na parte decisiva … durante todas as voltas existiam zonas onde íamos cruzando com outros atletas em sentido contrário … durante essas voltas fui tendo oportunidade de ver o grupo da frente, 5 ou 6 atletas sempre muito juntos … quando arrancamos para a 6ª volta tinha noção que iriamos ser dobrados o que achei iria acontecer na parte da subida a meio do percurso … não foi … tb não foi na descida … foi apenas na zona de meta, onde chegaram logo após eu ter chegado… tive oportunidade de ver as várias táticas … uns seguiram a grande velocidade, um ou outro optou por abastecer qualquer coisa … eu saí a ferrar os calcanhares ao Daniel da EDV Viana Trail que viria a ganhar esta prova com categoria… por brincadeira tentei acompanhar o ritmo que digamos durou uns míseros 30 ou 40 metros 😉 … fonix  … a volta nr.6 tinha sido feita em 26,37min … o desgaste a fazer das suas em modo galopante…

na luta ... agora sim, o sorriso que lhe conhecemos

o velhinho Lima ... cheio de frio, nunca tirou o casaco

Fontes directamente de um jantar de Natal ... se não, era mais um à minha frente nos velhos

aqui a acabar a volta nr. 6 com a Liliana do Feirense Trail, vencedora da geral feminina 

Quando saí para a 7ª volta o relógio estaria ali por volta das 2h32 de prova … se mantivesse a média teria hipótese de chegar antes das 3h o que me daria o direito de fazer mais uma volta… ca.28min parece muito tempo … mas no estado em que estavam as minhas pernas não iria ser, o desgaste geral já era mesmo muito … mas ia tentar …. meia banana e sigaaa … saí com a Liliana (a vencedora das mulheres) que logo na primeira subida começou a caminhar … tenho que forçar e subi aquela rampa que nas outras voltas se fazia benzinho a trote mas apenas até meio … não deu para mais … caminhava o mais rapidamente que conseguia a subir … olhei várias vezes para trás para ver onde parava o Paulo … ele como nas outras voltas terá parado no abastecimento e costumava-me apanhar-me na zona plana em alcatrão antes de atacar a subida grande … desta vez nem sinais dele … terá ficado? 

… não posso esperar, se quero chegar a tempo de mais uma volta tenho que ir à luta … a subida foi feita como pude … entre trote e caminhada … tomei o resto de gel e bebi o meio flask de isotónico que ainda tinha … é o tudo ou nada … quando cheguei lá acima achei que ia conseguir … na descida controlei para não ter nenhum percalço e no plano antes de atacar a meta imprimi um ritmo certo … tinha 11 minutos para ca. 1,5km … passei alguns colegas, avisei-os que estávamos perto do tempo limite e que com uma forcinha ainda íamos a nova volta … um deles disse-me que “para ele já chegava” …

Chego à recta da meta e ouço o Bruno “mais uma volta velhinho, opa …”  … 26,47min para esta última volta … a mais lenta no relógio, a mais rápida se contasse o que nos esforçamos para a acabar … cheguei a menos de 2min do limite … agora tinha tempo … comi e bebi e “botei pés ao caminho” … ali vinha o Paulo Oliveira com a Liliana … “anda que ainda dá…”, viria a saber mais tarde que já não deu porque não quis. Ainda não tinha 200m percorridos e atrás de mim vem o Bruno e o Tozé para a 9ª volta deles, ou seja, para me dar uma volta de avanço. Vem em amena cavaqueira … era uma espécie de volta de consagração … o Bruno iria ganhar o escalão dos M40 e o Tozé era o 2º … e dessa dupla fez-se uma tripla … fomos juntos até ao fim em amena cavaqueira … nas subidas caminhou-se, nos planos e descidas trotou-se e ainda bem porque eu já não dava mais … doía-me tudo, especialmente as virilhas de tal forma que a perna direita já nem levantava bem. 32,50 minutos para a 8ª e última volta …. Espectáculo …

eu com as máquinas ...

a malta da lap2go tem que aturar cada um...

..na recta da meta fui recebido pela Pikinita, visivelmente satisfeita com a prova dela. 4ª na geral e 3ª M40 … fantástica prova de trás para a frente. Desculpem o termo mas a Pikinita fez uma prova do caralhão!!! 7 voltas, 30km … e não queria correr ...

Eu ao meu nível tb fiz uma prova do caralhão … estava mesmo muito satisfeito, para a forma actual é muito bom mesmo … 8 voltas, 35km em ca.3h30 … e com mais de 1000mD+. E surpresa das surpresas era 2º no meu escalão. Um dos que eu pensava que seria do meu escalão só tem 45 anos …ups 😉 … mas andou lá outro que eu não tinha tido em conta por parecer um chavalito novo e afinal era M50 como eu … lembram-se de na final da volta 7 um moço dizer que para ele já chegava … pois 😉

os velhadas M50 ... eu, Paulo e o José Loureiro

 as M40 ... Sara, Liliana e Dora 

vale o que vale, mas sabe bem ...

por equipas tb tivemos direito a pódio ... Bravos, Feirense e CAL

A geral feminina ... Liliana, Sara, Vera, Dora e Mónica ... com direito a pilim

Adorei a prova, o João e a malta da organização estão muito de parabéns. Tudo impecável, desde o percurso duro mas equilibrado, as marcações, o controle do percurso nas partes mais criticas, os abastecimentos, a cervejinha no final, a medalha de finisher e até os prémios monetários para os primeiros 5 da geral que não tinham sido anunciados mas foram surpresa. Impecável malta. Muitos parabéns a todos e já sabem, se houver próxima só não apareço se não puder mesmo.

o meu menino a botar faladura 

Parabéns João ... a Ana é uma santa ;)

pois ...

Obrigado ao Ivan pela excelente cobertura fotográfica.

Também todos os participantes e toda a gente que veio assistir está de parabéns. O ambiente criado entre atletas foi qualquer coisa de espectacular ... houve combate e gadelha, mas acima de tudo houve fair-play e incentivos uns aos outros para nos superarmos. 

Um agradecimento especial ao Paulo Oliveira ... foi uma ajuda enorme ter a tua companhia durante a prova o que ajudou e muito a manter o ritmo e o foco. 

Terá sido a última prova do ano para mim, um ano que começou e acabou em beleza. Pelo meio foi mauzinho para mim, mas isso já passou. Próxima semana aqui neste cantinho o habitual resumo do ano.

ò pra isto ...