sexta-feira

Treininho Perneta pelas margens do Douro

Estão a ver aquele treino que aqui o Perneta faz de vez em quando pelas margens do Douro, com subidas às pontes e coiso e tal? Pois … esta 4ª feira foi dia e arranjei companhia.



Quem sabe não se estende o convite um dia destes a quem quiser aparecer!!

Só tem que trazer uma moedinha no bolso para a bela da mini :) 

quinta-feira

NAC Trail - Perneta foi e gostou bué




O despertador tocou a primeira vez às 6.15h … eu estava tão mas tão ferrado no sono que acho que ainda estava na mesma posição de quando adormeci. Sabem aquela sensação de não saber bem o que se está a passar, que dia é ou onde estás? Foi isso … a Pikinita igual … 3 horas de sono foram claramente poucas … acho que nas últimas 3 noites dormi menos de 11h no total. Que puta de moca.
Se não tivesse mesmo que fazer um treino longo, se não fosse o facto de ter metido a malta a ir ao NAC Trail eu contava-vos uma história J
Ao levantar parecia que tinha sido atropelado por um camião, com atrelado e tudo … alguém lhe conseguiu tirar a matricula??? Já não vais pra novo Perneta, aqui é que se vê J
Cabeça debaixo de água fria funciona sempre … rapidamente equipamos, preparamos a mochila, pequeno-almoço e siga para Santiago de Riba Úl ali pegadinho a Oliveira de Azeméis.
Inscrevi-me no NAC Trail pelo Francisco Terra, que pertence à equipa que organiza este evento e que está sempre presente nos nossos. Tinha a certeza que iria ser bom porque tinha do David Malva como director da prova – não o conhecia ainda pessoalmente, apenas tínhamos trocado algumas mensagens e mails por altura dos Trilhos dos Pernetas e conhecia-o do FB e de ouvir falar muito bem das provas e treinos que organiza. 
Chegamos rápido, conseguimos estacionar perto e levantar os dorsais das nossas equipas fácil e rapidamente. Muita gente conhecida pelos ca.400 inscritos nas 2 distâncias – 15 e 25km.
adoptado pelos Montemorrows ou lá como se chamam

aqui com a família onde destaco a cada vez maior adesão das gajas

A partida foi dada às 9h em ponto e siga que se faz tarde. A intenção é de fazer um treino longo com a Pikinita, sem exageros porque não dava mesmo para mais … os primeiros 2 ou 3 km são para sair da zona mais habitacional, percorridos por trilhos entre campos e mata, muitas vezes com o rio por perto. Embora as pernas estejam muito pesadas faz-se tudo a correr, mesmo as subidas.
Depois começa o verdadeiro trail com tudo que a malta gosta, tudo a que temos direito J … descidas curtas mas com inclinações brutais que nos obrigam algumas vezes a zorrar o cúzinho no chão, agarrar árvores para travar a mota, e saltar, aquela coisa de que tenho receio … pode parecer parvo para quem jogou vólei e futebol durante décadas e saltava pra caraças, mas facto é que desde 2002 que tenho medo de saltar e aterrar com a perna direita por não sentir confiança no meu joelho … é algo dentro da minha cabeça porque eu até salto, mas não é inato … primeiro paro, analiso altura e sitio onde colocar o pézinho e só depois dou a ordem ao cérebro para dar ordem à perna para saltar …  eu sei que é estranho, mas é como é e também não me preocupo muito com isso. Mas neste trail tive que parar algumas vezes J 
mete-me essa barriga pra dentro páh …
 

um gentlemen .. deixa-la ir à frente à procura da melhor solução, depois é só seguir o caminho seguro

Antes de chegar à parte onde nos serviram 70% do desnível da prova descemos ao rio (Antuã???) para nos oferecer uma lambarice … cheguei a pensar que estava nos Abutres, naqueles trilhos mais técnicos junto ao rio … pedras, raízes, lama, água, pequenos lanços com cordas, demos tanto uso aos braços como às pernas para ultrapassar estes troços sempre ao lado de àgua, fosse em caudal mais calmo ou mais agressivo e alguma cascatas espectaculares só possível de visitar assim, a pé. Gostei mesmo muito porque esta lambarice foi servida na dose certa, muitas vezes exageram-se nestas brincadeiras e depois deixa de ter piada. O Malva sabe o que faz J


A distância anunciada eram 25km com 1200m D+ … o grosso deste desnível positivo é servido de bandeja entre o km 5 e o 12km onde chegas já com quase 1000m D+ feito. Eu adoro este tipo de subidas, não demasiado longas mas super inclinadas. Destaco a “Rolling Stones” que tem 2 patamares (penso que por volta dos 8 ou 9km (já não tenho a certeza) que como diz o próprio nome, é feita em cima de pedras soltas do tamanho de paralelos pequenos … é uma dificuldade extra pois o pé enterra nas pedras e escorrega para trás fazendo as pedras deslizar em pelo monte abaixo – quem vem atrás que feche a porta. Muito bom e divertido, ainda por cima nesta altura íamos em grupo misto de gajos Pernetas com gajas dos Montemorrows ou lá como se chamam J 


os Stones são uma das minhas bandas preferidas


A mim e à Pikinita tinham-se juntado a Raquel, o Hélder e o Américo. O gráfico de altimetria mostrava umas “mamas” ali entre os 9 e os 12km. Aos 10km o primeiro abastecimento com tudo o que é necessário para uma prova desta distância. 
Como tudo o que sobe tb desce, tivemos pela frente umas descidas “jeitosas” – as meninas Montemorrows são uma lástima a descer, piores que eu … eu sei, eu sei … parece impossível, mas é verdade J. O Américo e o Hélder montaram uma tenda e dormiram uma sestazinha a fazer cadeirinha enquanto esperaram por nós cá em baixo J

a pikinita inventou um técnica nova … descer de costas 

já a Raquel domina a técnica como ninguém .. ou não



Nova subida, nova descida ingreme, single-tracks, rio, zonas expostas ao sol e calor (e estava muito) e um pedaço de alcatrão a descer que soube muito bem. Sem te aperceberes tinhas levado uma sova nos km antes e soube pela vida esticar as pernas naquele km a descer perto dos 4,15m/km.


a dar gás ...





as imensas passagens de água souberam pela vida com o calor que estava

Voltamos ao rio para zonas onde já tínhamos andado, ou muito perto … estávamos a fazer o regresso … uma última subida mais acentuada e chegávamos ao abastecimento por volta dos 18km onde “perdemos” um bocadinho mais de tempo … “as minis???” … não havia L … tinham sabido bem pois a caloraça já se fazia sentir bem. A Raquel não estava para nos aturar e zarpou dali para fora a grande velocidade e só a voltamos a ver na meta.

a correr para a fotografia …

a foto que transmite a verdade é esta …

Eu e a Pikinita arrancámos uns poucos minutos depois… o Américo com inicio de caibras ficou mais um pouco com o Hélder que já estava, como ele próprio dizia, “fodido” J
Estes últimos km foram todos praticamente feitos sempre a correr e a bom ritmo … ainda passamos uma meia dúzia de atletas que já vinham nas lonas … sentia-me bem, a Pikinita tb e o percurso permitiu. Nada de grandes inclinações, muitos planos e pouco técnicos. Regressamos ao rio e chegamos às localidades que foram ultrapassadas por campos e matas. Saliento a população por onde íamos passando, muita gente simpática com palavras de incentivo que sabem sempre bem.
No fim tivemos direito a um último banho, ao passar um túnel com água pelo meio das pernas para mim, e pelos ombros para a Pikinita JJJ … tou a brincar, dava-lhe pela cintura J
Deu pouco menos de 24km com uns valentes quase 1300mD+ e o mesmo de D- que como disse antes, foram feitos na grande maioria até ao km 12 o que tornou a prova bem durinha. E andamos 4h06m em cima das pernocas. E tivemos direito a um buff bem catita como prémio de finisher.
Gostei mesmo muito, tinha espectativas que assim fosse e não foram defraudadas. O David Malva & Companhia sabem o que fazem.
Esteve tudo muito bem, houve algumas poucas queixas das marcações mas eu sinceramente não concordo. Não houve foi exagero de fitas como se vê em muitos outros (Trilhos dos Pernetas incluídos) – eu que me perco sempre por distracção desta vez apenas uma vez saí do trilho certo, por 50m e por culpa minha. A cor branca das fitas em algumas situações de luminosidade viam-se pior … talvez fosse esse o problema, mas nada que quem fosse atento não conseguisse descortinar. Abastecimentos mais que suficientes para este tipo de prova, juntava-lhe apenas a Coca Cola e o sal grosso e ficava perfeito. No fim ainda uma bifana que soube pela vida, faltou a penas a cervejita J … espera aí … não faltou nada, tive é que a comprar no café ao lado da meta J

Parabéns David, Francisco e resto da malta organizadora. Tem aqui um belo de um trail que nos dá um pouco de tudo o que a gente gosta, nas doses certas. Obrigado!!!
Quanto a mim, fiquei muito satisfeito … cumpri os 24km e cheguei ao fim e continuava na boa. Bom sinal … a Pikinita tb está no bom caminho … excelente J
a caminho de casa ainda aproveitamos e fomos votar … quem não foi que não se queixe 

tudo vestido de domingo, penteadinhos, vincados e nós ali malcheirosos mas sorridentes e bem dispostos 

Nos dias seguintes já senti um pouco o empeno, mas já venho a treinar todos os dias da semana. Isto nas pernas porque o que empenou verdadeiramente foram braços e peito, pelas inúmeras vezes que os tive que usar para escalar, escorregar, segurar, puxar … muito fraquinho este vosso amigo J … e o sono ainda não está em dia J

segunda-feira

7 dias e muitas histórias



Domingo, 19 de Maio – Porto-Basileia-Lucerna – zero KM
Pouco passa das 13h e cá vou eu enfiado num avião da Easyjet em direcção à Suiça para mais uma semana de estágio em altitude. O voo passou muito rápido … dormi o tempo todo, não foi como uma pedra porque isso não consigo. Foi o que chamo de “soneca de avião” onde adormeces ainda a hospedeira está a fazer figura de parva com uma máscara enfiada no focinho a esbracejar feita doida varrida e vais acordando de quando em quando  com dores no pescoço, a babar para a tua camisola ou com uma bofetada bem assente da senhora do lado porque lhe mandaste uma cabeçada ao tombar para o lado da janela. Pelo menos não tombei para o lado do lugar do corredor, acho que a minha dentadura  não ia aguentar uma murraça  do imigrante tuga, trabalhador na construção todo tatuado, bem torneado e musculado mas com cara de poucos amigos. 
Chegado a Basileia, tempo de apanhar o carro que aluguei e me por a caminho de Lucerna numa viagem de uns 100km. O tempo está horrível … chuva intensa, nevoeiro, vento e frio. Quero ir correr!!! 
Chego ao Hotel por volta das 18h – o tempo piorou. Uma corridita pequena de 6 ou 7km para recuperar dos 45km da Volta ao Porto é o objectivo. Ainda me começo a equipar mas um último olhar pela janela do quarto faz-me desistir da coisa. Lá se foram os 5 treinos previstos para esta estadia … fico com aquele sentimentozinho de remorso que daqui a uma hora já me vai passar, à mesa na companhia de uma pizza daquelas 5 estrelas acompanhada de uma cervejola bem fresquinha … não coloco fotos para não meter aquele nojo à malta e porque me esqueci de as tirar J
2ª feira – Lucerna – 10km
Dormi duas noites em Lucerna, a minha cidade preferida na Suiça. Conheço muito bem as zonas circundantes do Hotel que fica na periferia e é por isso que me custa mesmo muito quando as condições climatéricas não são boas. Foi o caso. Choveu o dia todo, um tempo invernal horrível … mantêm-se o nevoeiro, o frio, o vento. Chego ao Hotel já passa das 17h outra vez … vou correr nem que a vaca tussa. Equipo-me e saio para a rua determinado … quando chego cá fora surpresa … não chove … despacho o treino de 10km por entre floresta e campos num ida-e-volta … ainda apanho uma ou outra chuvada mas soube-me muito bem. Os 5km de volta são feitos a uma média de 4,15m/km … recuperei bem do treino longo do fim de semana J


o meu amigo Pilatus lá ao fundo ...

nada mau … segundos 5 km em 21min

Á noite uma voltinha pelo centro da cidade um rissoto de cogumelos e umas cervejinhas como recuperação activa. Não coloco fotos de comida, podem estar descansados J 

3ª Feira – Moutier – 10km
Moutier é uma pequena vila, enfiada num vale na zona de Jura, mais a norte da região da Suíça francófona. Por acaso não tinha por hábito ficar por aqui a dormir, mesmo tendo clientes perto costumava fazer o meu roteiro de forma a dormir nas partes alemãs. Não apenas pela língua, mas a experiência com hotéis que fiz nesta região raramente correu bem. A não ser a última, em que descobri um em Moutier de que gostei bastante da relação preço/qualidade.  O que era lindíssimo era a zona, o trajecto que fiz dezenas de vezes entre Hägendorf e Délemont, por uma estrada rasgada pelo sopé de umas montanhas sempre ao lado de um riacho com rápidos, intercalado com as paisagens típicas de mantos verdes salpicados por umas vaquinhas de várias cores é apenas perfeito. Da última e única vez que tinha ficado em Moutier tinha chegado muito tarde e não corri … e tinha na retina uma espécie de Capela que se via bem lá no alto de uma das montanhas. Foi hoje.
onde é o gajo quer mesmo ir?

“Como é que chego aquela capela ali em cima na montanha?” … “você vai a correr??? Olhe que aquilo é sempre a subir … está a ver a bomba de gasolina, blá, blá, blá” … a senhora de recepção é portuguesa J
Após 1km chego às tais bombas de gasolina, e por trás começa a aparecer a sinalização para os percursos pedestres, um deles vai levar-me à tal capela que não é uma capela … é um miradouro. São apenas 1,5km para lá chegar, mas subo 200m … sempre a “serra trote”, faço questão … mentira, paro uns segundos para ir tirando uma foto ou outra … há um blogue para alimentar J


Chegado ao Miradouro está lá uma rapariga com uma bebé e o respectivo carrinho … outras mentalidades … veio dar um passeio com a filha. Lá em baixo tem um rio e uma zona gira, plana, ideal para passear. Mas lá não se ouvem o chilrear dos pássaros, não se sentem os cheiros da floresta húmida das chuvas dos últimos dias como hoje. Hoje o sol espreitou timidamente durante o dia e está uma luz bonita de fim de dia.

ufa … inclina um bocadito ... 

E agora? Continuo a subir … outro miradouro para uma garganta bastante funda … lá em baixo pelos vistos habitaram dinossauros de várias espécies.  Existem centenas de provas disso por esta zona, incluindo esqueletos completos descobertos há algumas décadas numa pedreira ali perto. 

há uns anitos viviam por aqui umas famílias de dinossauros felizes

Continuo a subir … quando chego perto dos 4km com 350m D+ chego ao topo e encontro o campo verde, um manto de erva fresca com umas dezenas da vacas espalhadas por ele … tenho um dejá-vu que me leva até à Ilha Terceira nos Açores, numas descobertas que andei a fazer com a Pikinita numas férias há uns 2 anitos. O caminho que vou a seguir leva-me a atravessar este campo, cercado por uma estrutura de madeira … na cancela de entrada uma placa a avisar que não nos devemos meter com as crias porque as vacas mães podem não gostar. Mas são tão fofinhas e curiosas J

são curiosas e fofinhas

tb gosto delas no prato ...

Não me lembro de correr tanto por uma montanha abaixo … se disser que os calcanhares me batiam no cachaço não devo andar muito longe da realidade. Eram 4 vacas atrás de mim a correr pelo monte abaixo … continuo a achar que queriam brincar, mas não quis esperar e perguntar … quando as vi a trotar cada vez mais rápido em minha direcção só tive uma solução … abre caralho … nem joelho de Mantorras, nem a lama escorregadia (ou seria bosta de vaca???), nem o facto de as minhas sapatilhas de estrada não agarrarem nada naquele piso evitaram que eu batesse o meu recorde de velocidade de todo o sempre J … foram algumas centenas de metros até encontrar a cancela do portão de saída. E as minhas amigas pararam a uns 50 metros de mim … pareciam amistosas, mas uns 400kg cada  em velocidade por ali abaixo seriam suficientes para com uma marrada carinhosa me fazer chegar ao Hotel bem antes do tempo previsto. Não ia ser bonito de ser ver J

ATENÇÃO!!! IMAGENS CHOCANTES!!!


foram estas … falta uma na foto 

E agora? Não podia voltar para trás, melhor, não me apetecia. Segui o meu instinto e desci pelo lado contrário chegando ao outro lado da cidade. Mas não me apetecia comer alcatrão, voltei-me a meter pela floresta por uma cota mais baixa, fiz mais um D+ antes de voltar ao Hotel. 






Maravilha!!!

Á noite fui a um restaurante português … a ideia era comer qualquer coisa tradicional, matar saudades … afina já estava há quase 3 dias fora. 
comer uma francesinha na Suiça é arriscar mesmo tudo :)

4ª Feira – Moutier-Crissier – 9 + 7 km
Quando atingi o tal Miradouro no treino do dia anterior tinha visto que do outro lado da cidade também havia campos verdes, florestas e montanhas giras. Só havia uma forma de ir experimentar … cortar no sono e levantar cedo. E assim foi .. só custa sair … valeu cada minuto J



desta vez nem falei para elas ...









O dia de trabalho correu bem … chegamos a Crissier um pouco antes das 17h. Hoje havia compromisso para jantar, mas ainda dava tempo para ir conhecer a zona onde também não costumo ficar. Crissier fica na periferia de Lausanne, e pela corridita que dei pareceu-me mais uma zona de dormitório. O senhor do Hotel indicou-me um parque florestal ali perto que rapidamente descobri, mas uma volta completa eram menos de 1km … andei ali pela zona e não vi nada de interessante.




com os Alpes ali ao fundo



Já muito bom foi o jantar em casa de um sobrinho do Ramalho que foi comigo esta semana. Obrigado ao Fernando e à simpática família que nos recebeu em casa com uma comezaina daquelas J 
num cliente serviram-me este café ...


5ª feira – Wheil am Rhein – 11km
Wheil am Rhein fica na Alemanha, mesmo na fronteira com a Suiça e a França, perto de Basel.  Quando voo de regresso de Basel costumo ficar na Alemanha ou na França porque é muito mais barato. Chegamos seriam umas 17.30h e estava calor. Já fiquei aqui uma meia dúzia de vezes mas nunca tinha chegado a horas decentes de andar à descoberta – agora que penso nisso acho que nunca tinha estado em Wheil am Rhein com luz do dia. E lá fui eu … 
da Alemanha para a França



da França para a Suiça





da Suiça para a Alemanha


Foi a 2ª vez na minha vida que fiz uma corrida a passar por 3 países. A primeira tinha sido em Agosto de 2016, um bocadinho mais extensa em km e tempo.

O Jantar foi do lado francês em Huningen … foi só atravessar a ponte a pé, andar uns 300m e lá encontramos o local. Maravilha!!!

como é que estas fotos vieram cá parar????

desculpem … a sério :P

6ª feira – Porto – zero Km
O voo de regresso obriga a ser madrugador. 2.45h (hora portuguesa) toca o despertador. Ta que pareu … que moca J
A manhã passada no escritório, a tarde a tratar de assuntos pessoais, ir buscar as filhotas e leva-las a casa dos meus pais. Vão dormir lá esta noite, elas e os primos … casa cheia em casa dos meus velhotes … uma festa J … aqui o marmanjo vai continuar o estágio … vai treinar privação de sono e resistência para o North Festival que se realiza na Alfandega do Porto. 
Kusturica que vi pela primeira vez ao vivo a fazer jus ao seu aspecto de boémio maluco, divertiu toda uma plateia em que a média de idades era a minha … não me lembro de estar num festival ou concerto onde não me sentisse o pai de pelo menos 75% da canalhada que aparecia por ali. Voltando ao Kusturica, a banda é boa, já ele vale pelo lavajão que é … canta pouco, toca pouco mas também não precisa … tem uma banda de qualidade tão doidos como ele e assim fazem a festa J … gostei muito.

Depois vieram os Bush. Confesso que como grande fã dos Nirvana nos longínquos inícios dos 90´s me custou um pouco na altura muitos considerarem o Gavin Rossdale o sucessor de Kurt Cobain. Como se fosse possível o Cobain ter algum sucessor. Isso fez com que no inicio eu abominasse tudo o que viesse dos Bush … ainda por cima o gajo era giro e as miúdas caiam de amores pelo moço … que raiva páh. Com o passar do tempo lá me foram convencendo e posso dizer que gosto de muitas das músicas deles. Não quero dizer com isso que seja fã … mas já agora que aqui estou (fui ao North Festival pelos Franz Ferdinand, que fique bem claro) faço o favor de os ver … ainda por cima já passaram 20 anos, o gajo de certeza que deve estar feio e gordo … 
 

Pois L … não está nem feio, nem gordo … está com tudo no sitio, com um vozeirão daqueles e uma energia inesgotável a debitar um som com o resto da Banda que fez a 1h30 parecer 10minutos … que grande concerto deram os Bush, que energia.. uauhhh. Ainda faltava um dia de festival e o dinheiro investido já tinha valido a pena J
Deitei-me mais morto que vivo, já passava das 2h30 da manhã – quase 24h a pé.
Sábado – Porto – zero km
7h e toca a levantar … que puta de moca. Mas não havia tempo a perder … cabeça de baixo de água fria e sigaaa …  o dia vai ser preenchido e longo. Primeiro fui ter com as minhas meninas … pequeno-almoço com elas, dia passado entre um Shopping prometido e a tarde no aniversário da afilhada mais bonita que tenho na Senhora da Hora, a Mafaldinha J … ao fim da tarde levar as meninas a casa e preparar um jantar rápido antes de seguir para a 2ª noite do North Festival onde chegamos ainda a tempo de assistir a meio concerto dos Capitão Fausto … só conheço duas ou três músicas mas gostei.
De seguida os Bastille … não sendo um profundo conhecedor desta banda, conheço apenas o que todos nós conhecemos de ouvir na radio. Pompei e mais duas ou três. Mas desde que ouvi pela primeira vez que a voz do rapazola me chamou a atenção pela positiva. O concerto não é do estilo que me agrade, nem as músicas de uma forma geral, nem a performance do grupo … mas pela reacção do público acredito que tenha sido bom. Aproveitei para beber uns copos, para ir despejar os líquidos nas calmas (3x em 2 horas J) e descansar para o que vinha aí … afinal era por isso que eu tinha investido no North Festival.
dica importante … nunca esquecer de hidratar … 

Despachados os Bastille, pouco depois ali estavam eles … Franz Ferdinand ao melhor estilo britânico, uns escoceses de Glasgow que mandam pinta desde a ponta da biqueira dos sapatos de bico brilhantes até à ponta de cabelo bem penteado e aprumado, passando pelos fatos e camisas impecavelmente vincados e feitos na medida perfeita de cada um deles. Que som, que voz, que energia … o impossível aconteceu … eu tinha-os visto pela primeira vez ao vivo no NOS Alive no ano passado, onde estiveram perfeitos entre outros concertos perfeitos como foram o do Jack White e o dos Pearl Jam. Melhor? Impossível achava eu … mas achei mal, e ainda bem … grandes, muito grandes …


North Festival … perto de casa, junto ao rio Douro num cenário espectacular, organização enxuta a um preço justo. Super Bock como patrocinador da cerveja a preços altos como é normal nestas coisas, infelizmente. Copos reutilizáveis com tara - excelente a reduzir e muito a quantidade de lixo produzida. Um programa de dois dias preenchido com rock de bandas que dão concertos brutais. Muito bom J
Estava estafado como podem imaginar, o objectivo de treinar privação de sono e resistência foram cumpridos na integra.
Já passavam das 3h da manhã e estava a colocar o despertador para o dia seguinte … “6.30h???” … “não chega, põe 6.15h” … fodaice … 
Próximo capítulo …. Os 25km do NAC TRAIL