domingo

Maratona do Porto - 3ª semana de treinos

A semana que acaba hoje resumiu-se a 3 treinos e um total de 63,6km. O plano de treinos foi posto de parte, apenas o treino longo de 28km foi cumprido. Na 2ª fui fazer 10km num ritmo lento mas com várias súbidas muito ingremes - devido ao calor foi um verdadeiro suplicio que me provocou um cansaço fora de normal. Na 3ª feira decidi descansar e na 4ª feira fui fazer um treino longo que estava a dever da semana anterior - foram 25,6km com algumas subidas (Canedo-Vila Maior-Fiães-Caldas-Canedo) e o ritmo final foi bastante razoável (5,20min/km tendo feito os últimos 7km a 4,50min/km) - no fim senti-me bem e dava para ter feito mais alguns kms. Na 5ª e 6ª descansei e ontem voltei a fazer um treino longo de 28km num ritmo lento e descontraído, na companhia do meu amigo Zé Miguel. Hoje tinha previsto dar uma corridinha de 10km, mas depois de ter passado o dia no Douro não me apetece nada. Esta semana fico a dever 6km ao meu plano.

Na próxima semana tenho 75km para fazer, 5 treinos sendo o último deles no domingo de 30kms. Vou para a Alemanha de 3ª a 6ª mas acho que vou poder cumprir o plano.

quinta-feira

Esses loucos que correm....


Eu conheço-os.
Tenho-os visto muitas vezes.
São especiais.
Alguns saem de madrugada e empenham-se em ganhar ao sol.
Outros apanham o sol ao meio-dia, cansam-se à tarde, ou tentam não ser atropelados por um camião à noite.
Estão loucos.
No verão correm, trotam, transpiram, desidratam-se, e finalmente cansam-se … só para desfrutar do descanso.
No Inverno tapam-se, abrigam-se, reclamam, arrefecem, constipam-se e deixam que a chuva lhes molhe a cara.

Eu vi-os.
Passam rápido ao longo da alameda, devagar entre as árvores, serpenteiam caminhos de terra, trepam calçadas, fazem jogging na curva de uma estrada perdida, fogem das ondas na praia, atravessam pontes de madeira, pisam folhas secas, sobem montes, saltam charcos, atravessam parques, chateiam-se com os carros que não travam, fogem de um cão e correm, correm e correm.
Ouvem música que acompanha o ritmo dos seus pés, ouvem os padeiros e as gaivotas, ouvem os seus batimentos e a sua própria respiração, olham em frente, olham para os pés, sentem o cheiro do vento que passou por entre os eucaliptos, a brisa que saiu do laranjal, respiram o ar que vem dos pinheiros e abrandam ao passar em frente do jasmim.

Eu já os vi.
Não estão bons da cabeça.
Eles usam ténis com ar e sapatilhas de marca, correm descalços ou gastam sapatos. Transpiram tshirts, usam gorros e medem o seu próprio tempo.
Eles estão a tentar ganhar a alguém.
Trotam com o corpo solto, passam perto do cão branco, aceleram a seguir à coluna, procuram uma torneira para se refrescarem... e seguem.
Inscrevem-se em todas as corridas... mas não ganham nenhuma.
Começam a corrida na véspera, sonham que correm e levantam-se como as crianças no dia de Natal.
Prepararam as roupas que descansa sobre uma cadeira, como fizeram na sua infância na véspera das férias.
No dia anterior à corrida comem massa e não bebem álcool, mas são recompensados com ousadia mal a competição termina.
Nunca consegui calcular-lhes a idade, mas provavelmente têm entre 15 e 85 anos.
São homens e mulheres.
Não estão bem.

Começam em corridas de oito ou dez quilómetros e antes de começar sabem que não podem vencer, mesmo que faltem todos os outros.
Sentem a ansiedade antes de cada partida e alguns minutos antes do início eles precisam ir à casa de banho.
Ajustam o cronómetro e tentam localizar os quatro ou cinco a quem é preciso ganhar.
São as suas referências da corrida: "Cinco que correm como eu."
Basta chegar à frente de um deles e será o suficiente para dormir à noite com um sorriso.
Usufruem enquanto ultrapassam outro corredor... mas encorajam-no, dizendo-lhe que falta pouco e pedem-lhe para não abrandar.

Perguntam pelo abastecimento de água e ficam irritados porque não aparece.
Estão loucos, sabem que têm nas suas casas a água que precisam, sem esperar pela entrega de uma criança que levanta um copo à medida que passam.
Queixam-se do sol que os mata sol ou da chuva que não os deixa ver.
Estão mal, eles sabem que há perto a sombra de um salgueiro ou o resguardo de um beiral.
Não as preparam... mas eles têm todas as desculpas para o momento em que atingem a meta.
Não as preparam... são parte deles.
O vento estava contra, não corria uma gota de vento, as sapatilhas eram novas, o circuito estava mal medido, os que entraram à frente não deixaram passar, o aniversário de ontem à noite, a costura na meia sobre o pé direito, o joelho a trair-me outra vez, arranquei muito rápido, não deram água, no fim ia acelerar mas não quis.
Gostam de começar a correr e quando chegam levantam os braços, porque dizem que conseguiram.
Ganharam mais uma vez!
Eles não percebem que perderam para cem ou mil pessoas... mas insistem que voltaram a ganhar.
São invulgares.
Inventam uma meta em cada estrada.
Ganham a eles próprios, aos que insistem em olhar para eles desde a calçada, aos que os vêm na TV e aos que nem sequer sabem que existem loucos que correm.
Tremem-lhes as mãos enquanto furam a roupa para colocar os dorsais, simplesmente porque não estão bem.

Eu já os vi passar.
Doe-lhes as pernas, sentem cólicas, custa-lhes a respirar, sentem pontadas nas costas... mas seguem.
À medida que avançam na corrida os músculos sofrem cada vez mais desfigurando rosto, o suor escorre pelas suas caras, as pontadas começam a repetir-se e dois quilómetros antes da meta começam a perguntar o que estão ali a fazer.
Não seria melhor serem um dos sábios que batem palmas na calçada?
Estão loucos.
Eu conheço-os bem.
Quando chegam abraçam-se à sua mulher ou ao seu marido para esconder o puro amor da transpiração do seu rosto e do seu corpo.
Esperam-nos os seus filhos e até algum neto ou mesmo o carinho de um avô que grita solidário quando eles passam a linha da meta.
Trazem uma placa à frente que pisca e diz "Cheguei - Missão Cumprida. "
Apenas bebem água e molham a cabeça, quase se atiram para a relva para recuperar, mas depois param, porque são saudados por aqueles que chegaram antes. Tentam atirar-se de novo mas param porque têm que saudar os que chegam depois deles.
Tentam empurrar uma parede com as duas mãos, levantam a perna desde o tornozelo e abraçam outro louco que chega mais suado que eles.
Tenho visto muitas vezes.
Estão mal da cabeça.
Eles olham com carinho e sem lástima o que chega dez minutos depois, respeitam o último e o penúltimo porque dizem que são respeitados pelo primeiro e pelo segundo.
Aproveitam os aplausos, mesmo que vejam no fim ganhando apenas à ambulância e ao tipo da moto.
Juntam-se em equipas e viajam 200 quilómetros para correr 10.
Compram todas as fotos que lhes tiram e não percebem que são iguais às da corrida anterior.
Penduram as medalhas pela casa para que quem a visita possa vê-las e pergunte.

Estão mal.
"Esta é do último mês” dizem, tentando usar seu tom mais humilde.
"Este é a primeira que ganhei” dizem eles, omitindo que as distribuíam a todos, incluindo o último a chegar e o polícia de trânsito.
Dois dias depois da corrida muito cedo já saltam por cima das poças, escalam as cordas, movem os braços ritmicamente, acenam aos ciclistas, batem as palmas das mãos com os colegas com quem se cruzam.
Dizem que poucas pessoas, hoje em dia, são capazes de ficar sozinhos - consigo mesmo - uma hora por dia.
Dizem que só os pescadores, nadadores e alguns mais.
Dizem que as pessoas não estão usufruindo tanto do silêncio.
Eles dizem que gostam dele.
Eles dizem que projectam e fazem balanços, que se arrependem e se congratulam, que se questionam, preparam os seus dias enquanto correm e conversam sem medo com eles próprios.
Eles dizem que os outros inventam desculpas para lhes fazer companhia.
Eles estão mal da cabeça.

Eu já vi.
Alguns apenas caminham... mas um dia... quando ninguém está a olhar, animam-se e correm um bocadinho.
Em poucos meses começam a transformar-se e ficam tão loucos como eles.
Esticam-se, olham, rodam, respiram, suspiram e atiram-se.
Aceleram, abrandam e voltam a acelerar.
Eu acho que eles querem vencer a morte.
Eles dizem que querem vencer na vida.
Estão completamente loucos.

Durán, Marciano, Março 2008.
(tradução para português Alfredo Falcão)

 

terça-feira

Maratona Porto 2012 - 2ª semana de treinos

A semana que passou correu mais ou menos dentro do previsto. “Papei” um pouco mais de quilómetros do que estavam planeados, mas falhei o treino longo de domingo que vou tentar compensar esta semana. De resto correu tudo muito bem, na 2ª fiz um treininho longo de 25km com o Zé Miguel (fomos de Fiães até ao Furadouro), a meio da semana fiz um treino de series que correu lindamente (em vez das 7 series do plano fiz 10 x 800m (abaixo de 4,15min/km) e senti-me bem) e no sábado passado participei na duríssima Corrida do Mártir em Cucujães (parecia a senhora da Graça na volta a Portugal em bicicleta) onde fiz um belo treino e tb um belo tempo (40,10min para 9km a uma média 4,28min/km) – pelo meio fiz 2 corridas de 10/12km para descontrair. No total fiz 5 treinos com um pouco mais de 76km quando previstos estavam 65km. O problema da semana que passou teve a ver com as comezainas – depois de 2 semanas no Algarve, em que me portei muito bem esta semana tirei a desforra e cometi todos os pecados alimentares que se podem imaginar – só doces foi um fartote. Esta semana tenho que voltar a entrar nos eixos.

A semana que se avizinha (a 3ª de 12), o plano volta a incorporar 5 treinos diversos (series, fartlek e longo de 28km no fim de semana) num total de 70km semanais. Como regressei hoje ao trabalho vou ter que me organizar de forma a poder cumprir o plano o melhor possível. O treino longo vai ter que ser no sábado, pois no domingo vou com a Inês e a Maria e mais uma malta amiga, descer o rio Douro de barco – vai ser giro com certeza.

sábado

Corrida do Mártir 2012 - Cucujães

Hoje fui fazer a Corrida do Mártir a Cucujães com o pessoal do CAL. Foi a minha estreia como Veterano 40. Como estamos em Agosto, aliado ao facto de a prova se ter realizado a um sábado à tarde, a partcipação foi fraca - penso que a prova de seniores não deve ter ultrapassado os 100 atletas. Do CAL partciparam, além da minha pessoa, o Zé Miguel, Badolas, Bruno, Sr.Dias, Miguel Barbosa e ainda o Paulo Neves (um colega de clube emigrado em França, que estando de férias por terras lusas aproveitou para fazer uma perninha).

Chegamos a Cucujães por volta das 15h e fomos tomar um cafézinho a um supermercado (sim, leram bem.....Cucujães não tem cafés por incrivel que pareça:D, pelo menos ali naquela zona). As provas começaram às 16h com os escalões dos mais novos e a nossa corrida começou uma hora depois.....o nivel, como sempre nestas provas mais pequenas, é elevado em comparação com as minhas capacidades, mas isso não me aflige minimamente (conheço as minhas limitações). Além da elevada temperatura que se fazia sentir, o percurso de 9km era do mais duro que se vê em provas de estrada aqui pela zona - vários colegas mais experientes avisaram-nos em relação ao percurso, especialmente 2 subidas, uma de 2,5km logo no inicio e uma pelos 7km. Se já não ia com intenções de dar o máximo (afinal estou em preparação para a Maratona do Porto e tenho de me poupar), com estes avisos é que não ia mesmo "matar-me". Para não ser atropelado por ninguém, na linha de partida coloquei-me no fim do pelotão - a partida foi dada mais ou menos a horas, e depois de uma descida de 300 ou 400 metros começava o "primeiro prémio de montanha" até quase aos 3km - subidas ingremes e sol escaldante era um coktail explosivo para nos dar cabo do fisico...parti lento e quando começamos a subir comecei lentamente a ultrapassar alguns atletas, tentando manter um ritmo certo (ca.5,20min/km) e poupar-me o que funcionou, pois depois do terreno ficar plano consegui facilmente acelerar para ritmos bem abaixo dos 4,30min/km. Mais ou menos a meio da corrida apanhei o Badolas (que tinha "fugido" no incio) e, como muitas vezes, fizemos o resto da prova juntos. As descidas davam-me cabo do meu joelho direito, mas nas rectas andava bem....até que ca. dos 7km veio a 2ª subida acentuada que me criou algumas dificuldades a nivel das pernas, mas pouco depois de o terreno votar a ficar plano conseguimos recuperar e ir num ritmo certinho até à meta. No fim deu um excelente tempo de 40,10min e uma média de 4,28min/km - muito bom para quem não deu o máximo (mas andou lá perto). Acabou por ser um belo treino e em mais umas horas passadas com bons amigos.



A organização da prova não é das melhores (dorsais rudimentares, abastecimentos insuficientes para uma prova tão dura e o calor que estava), quando se trabalha sem grandes apoios é no que dá. Mas a simpatia das pessoas envolvidas compensou quase tudo. O circuito em si é muito duro, mas para quem quer fazer um treininho bom (como eu), não muito longe de casa, até que é uma boa opção.

Agora vou estar um mês sem participar em provas - a próxima é a 16 de Setembro no Porto, a Meia Maratona Sportzone (se estiver como espero estar, vou tentar bater o meu recorde pessoal).

terça-feira

40 anos

Hoje faço 40 anos, tou a ficar velhote. Para comemorar ainda me lembrei de ir fazer uma corrida de 40kms, mas desisti logo da ideia, pq pela lógica, quando fizer 100 anos teria que fazer uma corridinha de 100km, certo?:D

Uns grandes parabéns a mim próprio!!!

Nota: no próximo sábado em Cucujães, na corrida do Mártir já serei Vet40 - a liga dos verdadeiros prós.

domingo

Maratona Porto 2012 - 1ª semana de treinos

Na 2ª feira desta semana que passou dei inicio ao meu plano especifico de treinos para a Maratona do Porto a realizar a 28 de Outubro de 2012. Serão 12 semanas de treinos variados onde devo percorrer entre 800 a 900km para conseguir o objectivo de terminar a corrida em 3h30min.

Como estou de férias a disponibilidade para treinar é total - na semana que antecedeu esta primeira tinha já feito uma semana intensa com 5 treinos e 80km percorridos. Esta semana estavam previstos mais 5 treinos e 60 a 65km que consegui superar - treinei 6 vezes e fiz um pouco mais de 70km:

2ª feira - 12km de uma corrida descontraída em estrada (5,36min/km)
3ª feira - 13,5km de estrada com 3 series de 10min abaixo de 4,30min/km
4ª feira - 10,1km de corrida descontraída por trilho e em areia na praia (6,25min/km)
5ª feira - 11,21km de corrida rapida em estrada (4,52min/km)
6ª feira - 10,5km de corrida na praia c/ 5 acelerações no fim em estrada
sabado - 13,04km em estrada a 5,14min/km c/ 5km pelo meio a 4,32min/km
domingo (hoje) - descansei pq fiz a viagem de regresso do Algarve para Canedo

Não estou totalmente satisfeito pois não fiz o treino longo (25km) que devia ter feito hoje. Vou tentar arranjar tempo amanhã para compensar. O que posso dizer é que me sinto bastante bem e motivado, mesmo treinando todos os dias recupero bastante bem e não sinto cansaço. Ando a tomar uns suplementos para recuperação muscular - deve ser tb por isso. Nas últimas 2 semanas perdi 2kg e sinto que perdi uma boa parte da massa gorda que tinha ganho nos meses após a Maratona de Madrid. Outro aspecto positivo nesta duas semanas de férias no Algarve é que me tenho alimentado muito melhor, embora cometendo um ou outro pecado (que vou continuar a cometer pois não matei ninguêm) não tenho tido os exageros habituais (especialmente doces, pão com manteiga e fritos).

A semana que se avizinha prevê 5 treinos (60-65km) - em principio faço o plano a "brincar". No sabado dia 18, vou participar na Corrida do Mártir em Cucujães - são 9km em que vou testar a forma - não tenho nenhum objectivo definido - não me vou poupar durante a semana para esta prova e logo no dia seguinte tenho 25km de treino longo pra fazer, treino esse bem mais importante do que a prova.
Hoje estive a assistir à Maratona masculina dos Jogos Olimpicos de Londres - é a primeira vez que assisto a uma maratona completa na tv desde que "abracei" esta hobby da corrida. Adorei, foi um espectáculo e agora que, posso afirmar humildemente que percebo um pouco disto, considero aqueles atletas uns super-herois - correr 42,195km a uma média abaixo dos 3min/km só de ver uma pessoa fica cansada - até parece fácil. Eu nem 3kms os conseguia acompanhar, duvido até que consiga correr um km que seja abaixo de 3min (com a minha lentidão toda acho que nem 100m:D).
Para ser sincero gostei muito da vitória do Stephen Kiprotich do Uganda, primeira pq não era favorito, aguentou-se com os Quenianos e depois deu-lhes uma lição, e depois por causa da politiquices que foi a selecção dos 3 atletas pela federação queniana de atletismo. Sei que não deve ser nada fácil escolher 3 elementos de um número quase infinito de atletas de elite que aquele país tem para correr a maratona, mas deixar de fora o recordista mundial da distância (Patrick Makau em 2011) não lembra o diabo...pelos vistos terá sido por ele ser patrocinado pela Adidas enquanto que a selecção do Quenia é patrocinada pela Nike - e realmente os 3 que foram selecionados são da Nike. Por isso até gostei, tb por esse prisma, que tivessem "perdido". Pena é Portugal, em Masculinos não ter tido ninguêm por lá que tivesse feito boa figura, como na maratona feminina com 3 atletas nas primeiras 21 (7º Jessica Augusto, 13ª Marisa Barros e 21º Dulce Felix) - Parabéns Meninas!!!

A treinar nas férias

Na 2ª feira cheguei ao Algarve (Aldeia das Açoteias) para umas bens merecidas férias de verão. Não via a hora, estar com a familia e amigos, calor, praia, piscina, gelados quase todos os dias, sem horários e sem stress e muito tempo para treinar. Pois é, como vem sendo habitual nos últimos 3 anos (desde que iniciei esta minha "loucura" pelas corridas) que aproveito o tempo de férias para dedicar parte do tempo a treinar mais "a sério". Todos os dias levanto-me pelas 6.40h da manhã e saio a correr por volta das 7h (é o único horário fixo que tenho) - quando chego (entre as 8 e as 8.30h), tomo banho, vou buscar pão fresco e preparo o pequeno almoço para as minhas meninas, que é tomado em familia no jardim da casa com uma vista maravilhosa para a piscina....a vida é bela.

Muitos acham-me "maluco" por me levantar tão cedo para correr (nas férias), mas quem "corre por gosto não cansa" e pelo que vou vendo por aí existem muitos como eu, pois vá correr para a praia, na estrada ou nos trilhos da floresta a essas horas encontro sempre montes de pessoal a correr. Além do tempo que tenho para me dedicar aos treinos, a diversidade de terrenos para o praticar aqui na zona é espectacular - tenho uma praia lindissima a 500m, tenho uma floresta com trilhos numa falésias por cima da praia e claro estradas (só faltam montanhas por aqui) - isto tem-me permitido variar bastante. Resumindo esta semana consegui fazer quase 80kms:

2ª feira - foi dia de viagem até ao Algarve pelo que não treinei
3ª feira - 10,3km entre trilhos e areia
4ª feira - 11,3km de estrada
5ª feira - 13,4km entre trilhos e estrada (c/ 4 series 1000m abaixo dos 4,20min/km)
6ª feira - de manhã fiz 8,4km ligeiros a descontrair e de tarde outros 10,3km tb ligeiros (treinos bi-diarios - viva o luxo)
Sábado - descanso
Domingo - 26,3km de estrada a 5,23min/km (já não fazia esta distância desde Abril deste ano, senti-me muito bem e estou impecável das minhas pernas - acho que hoje acabava uma maratona).

Amanhã é um grande dia - vou começar oficialmente a preparação para a Maratona do Porto de 28.10.2012. No plano diz que que tenho de fazer 40min de corrida ligeira - acho que vou fazer mais qualquer coisa (tipo 10 ou 11km). No total nesta semana que aí vem, tenho que fazer 60-65km - CANJA!!!


quarta-feira

Corrida do Gasómetro - Pedorido

Este domingo realizou-se a Corrida do Gasómetro em Pedorido, organizado pelo Grupo Desportivo de Castelo de Paiva. Para mim esta prova tinha vários pontos que a tornavam interessante. Ponto principal era por se realizar na terra dos meus sogros, onde a minha esposa (e eu por arrasto) tem uma grande parte da família – tb vivem aqui muitos colegas da Cinca – fica perto de minha casa (ca.12kms) e conhecia o percurso sabendo de antemão que ia ser duro. Outro ponto de interesse não menos importante é que iriamos estrear o equipamento novo do CAL. A prova iria ser de 7,8km, com uma volta dentro de Pedorido, para depois subir até à Póvoa, dar a volta ao Café “Sarilho” e voltar até a meta (agora sempre a descer).

Do CAL estava prevista a participação de 6 atletas oficiais e mais 3 “emprestados”:

Oficiais:
Zé Coelho (Badolas)
Bruno Pinho
Carlos Cardoso
Vitor Pereira (que tinha assinado contrato na 6ª feira)
Pedro Lino
Miguel Barbosa (que corria em casa)

Emprestados:
Paulo Silva
Feiteira
Bruno Maia

No sábado chegou a notícia que o meu “primo” Miguel Barbosa não poderia ir correr por ter de ir trabalhar. Isto é a versão oficial, a outra que correu é que “acagaçou-se” por correr em casa – e que falta fez.

Tinha combinado encontrar-me com os 2 cunhados Brunos, o Pedro Lino e o Badolas junto ao Café Mirante em Canedo pelas 8.30h – desta vez era na “minha terra” que nos iriamos encontrar. Por grande surpresa minha eles chegaram a horas mas faltava um – o Pedro Lino tinha avisado o Badolas (ca. da 1 da manhã) que não deveria poder ir…..não, não estava doente nem tinha que ir trabalhar…..estava com a bebedeira….enfim, rapaziada nova:D…como diz o ditado, poucos mas bons.

Lá chegados fomos levantar os dorsais (os mais pequenos que alguma vez usei – isso é que foi poupar papel!!!) e ver que a nossa corrida iria começar apenas às 10.45h….antes iam correr os Benjamins, os Antónios, os Josués e por aí fora. Fomos tomar  o cafezinho da praxe num tasquinho e como não poderia deixar de ser o nosso amigo Badolas tinha que ir à casa de banho……palavras para quê….é só ver o vídeo que se segue……

- estou com problemas técnicos em descarregar o filme que prova tudo, mas amigo Rossée Badollas, não te preocupes, logo que possível vou descarregar o vídeo e vou-te dedicar um post só para ti e a tua “taradice” por casas de banho antes da provas.

 Ainda bem que estava uma equipa da tv rural por perto para captar as imagens….assim provam o que eu sempre disse do Badolas e tb que aqui o jornaleiro de serviço NUNCA inventa, diz sempre a verdade….e juro pela saúde do Luis Filipe Vieira. Foi tb a primeira vez na vida que eu vi o Badolas sem reacção, sem uma resposta…..os meus amigos Brunos e mais uma vez o vídeo são testemunhos disto.

Por volta das 9.30h fomos até à zona de partida assistir às corridas dos mais jovens. Gostei de ver a canalhada toda, a correr que nem desalmados pelas estradas fora como se não houvesse amanhã, uns com mais “jeito” do que outros mas todos com o espirito de luta e grande desportivismo. Foi muito giro de ver e pode ser que no futuro algum deles seja uma grande campeão português – nunca se sabe. Vi umas miúdas pequeninas e lembrei-me da minha Maria – a minha filha (ao contrário do pai) é muito rápida – tenho que a convencer a participar numa corrida destas – ia adorar vê-la a correr.

Faltava pouco menos de 1 hora, fomos até ao carro colocar o dorsal, beber, no fundo prepararmo-nos para a prova – estava um calor do caraças e não corria vento, o que se chama um “bafo do cara…..”. Depois de um aquecimento curto (uma corridita, uns sprints para desentorpecer as pernas, fomos para perto da zona de partida e colocamo-nos ao lado do rio, debaixo de umas árvores sentadinhos numa mesinha….só faltava o baralho de cartas para jogar uma sueca….eu, o Badolas e os dois cunhados Brunos…que equipinha!!! Penso que iriam participar uns 150-200 atletas e notava-se que o nível era alto – quase tudo pessoal que já corre há anos.  Entre conversas, e olhar para uns aviões telecomandados que andavam por ali sobre o rio o tempo ia passando, até que eu, alertado por uma barulheira na zona de partida fui espreitar (estávamos tapados por uns carros) e qual o meu espanto ao ver que o pessoal já tinha partido….avisei os meus colegas e entre gritos de “esperem aí” e risada geral do público que estava na zona da partida, lá fomos a sprintar até chegarmos à cauda do pelotão….que esforço….penso que fizemos um sprint de pelo menos 300m o que me veio a prejudicar, pois pouco depois começou a subida que não deu para recuperar a respiração obrigando-me a reduzir um bocadinho o ritmo….vi logo que não ia ser fácil mas lá me fui aguentando a subir por Pedorido fora até à Povoa – foram ca.de 3,5km sempre a subir, com um calor abrasador…muito duro…não via a hora de chegar ao retorno….lá me ia aguentando e até posso dizer que passei alguns atletas….numa zona encostei ao Paulo Silva (que é muito melhor corredor do que eu) que me disse estar com problemas (tem uma pubalgia)…fomos lado a lado durante algumas centenas de metros mas ele depois acelerou e desapareceu. Nem acreditei quando cheguei à Póvoa para o retorno e recebi uma garrafa de água, abrandei um pouco para beber e logo depois lancei-me na descida até Pedorido fazendo os mesmos 3,5km mas desta vez a descer, que não é a minha especialidade por ser lento e pelo meu joelho direito que se ressente de uma operação ao tendão rotuliano nas descidas rápidas. Fiz a descida a uma média de 15km/hora mas mesmo assim fui ultrapassado por 2 atletas tendo eu ultrapassado apenas um. Quando passei a meta  meu relógio mostrava 32min50seg, o que olhando à prova em si e ao calor que estava foi muito bom. Gostei da prova, e dou os meus parabéns à organização pois conseguiram fazer uma festa bonita de atletismo sem cobrar um cêntimo que fosse aos atletas, a corrida teve um abastecimento a meio, e no fim ainda tivemos direito a uma T-Shirt e água.

Agora é ir de férias, apenas do trabalho, porque a nível de treino vai ser mais forte do que nunca….vou aproveitar bem as 3 semanas que coincidem com o inicio da preparação para a Maratona do Porto.
Boas férias para todos, boas corridas e até um dia destes!!!