domingo

Polónia, Corridas, Dicas importantes...e basta de malandrice


BASTA de malandrice!!! Espero que estas duas últimas semanas tenham sido o suficiente para carregar as baterias para o que aí vem. A semana na Polónia foi cansativa, muitos km em estrada, dias longos e poucas horas de sono deixaram algumas marcas…mas correu bem, que é o mais importante.
No meio disto ainda arranjei tempo para duas corridinhas bem jeitosas…

2ª feira nos arredores de Szcezin – ficamos num Hotel mesmo ao lado de um grande lago…tinham-me dito que dar a volta ao lago eram 21km, o que me deixou a matutar…”vou ou não vou? Vou ou não vou? Vou ou não vou?”….quando pedi informações mais concretas no Hotel, a menina sacou de um mapa com um circuito e a volta toda seriam 39km. Fora de questão…não tenho tempo e além disso estou em fase de recuperação J …e estavam 30ºC….só desculpas J Saí a correr e fiz 10km apenas, ida e volta para não me perder…zonas com casas junto ao lago, praias fluviais e zonas de trilhos por floresta, onde não se via ninguém…tudo muito plano – em 10km uns impressionantes 9 m de D+….esta corrida é histórica por 2 motivos – foi a primeira vez que corri na Polónia (já cá tinha estado duas vezes, mas na altura só corria para o frigorifico ou até à casa de banho), e foi também a primeira vez que “adubei” uma floresta polaca J
sai da frente Ó MORCÃO e deixa ver os trilhos!!! 
assim já tá melhor....


5ª feira nos arredores de Radom – o hotel ficava numa aldeola na periferia…tinha chovido intensamente o dia todo, mas quando cheguei ao Hotel a chuva tinha dado uma trégua. Perguntei à menina da recepção onde era a melhor zona para correr…indicou-me um lago que ficaria a 500m. Equipei-me rapidamente e segui as indicações dando de frente com um pequeno lago, que decidi contornar a correr….cada volta tinha ca.3,6km, metade em alcatrão, uma ciclovia vedada a carros, parque infantil e dois circuitos de aparelhos para reforço muscular (mas nem assim o fiz J)…o piso era muito bom para treinos tipo series….a outra metade era por trilhos florestais, muito single-track em terra e areia, sempre com o lago ao lado…espectáculo….fiz 15km e deu-me um gozo do caraças…na 2ª volta começou a chover intensamente, fiquei completamente encharcado mas valeu bem a pena…entusiasmei-me, e acabei por fazer uma espécie de Fartlek, com 4 tiros de 1000m pelo meio mais rápidos (4,45min; 4,11min, 4,20min e 4,04min)…belo treino…acho que estou pronto para atacar a preparação da Maratona do Porto.

Na 6ª feira ainda estive a trabalhar o dia todo, e só me deixaram no aeroporto de Varsóvia por volta das 17h30 para apanhar um voo para Zurique duas horas mais tarde. Chegada a hora de embarque, nada...atraso…comecei a stressar, pq em Zurique só tinha 45min de transbordo para o avião que me devia trazer de volta ao Porto. O avião saiu com os tais 45min de atraso e ninguém me conseguio garantir que esperariam por mim em Zurique. O que me preocupava mais era o facto de ter prometido à Maria, ir com ela no sábado de manhã à Maratona e Caminhada dos Cães e levar a nossa Tucha – elas tinham andando a “treinar” toda a semana e iria ser uma desilusão muito grande se não conseguisse voltar a tempo. Já a meio do voo um sinal de esperança…o Piloto diz que iria conseguir recuperar 20 minutos e pediu que quando aterrássemos, os passageiros com voos de ligação tentassem chegar o mais rapidamente possível ás respectivas portas de embarque…o meu era do outro lado do aeroporto…sair do avião, entrar no autocarro, ser levado até ao Pavilhão…aqui tudo já se assemelhava a uma prova de atletismo, muita gente a “acotovelar-se” para ganhar as melhores posições na partida…e PARTIDA…parti a meio do pelotão, na escada rolante não dava para ultrapassar, mas mal entramos nos largos corredores quase desertos, deu para começar a correr e entrei em bom ritmo, chegando à cabeça do pelotão…sou ultrapassado por um jovem casal em sprint e um outro homem que me passa a grande velocidade pela direita…numa curva e contracurva faço batota, corto por entre um Duty Free que faz esquina (conheço bem aquilo J) e fico em 3º…à minha frente apenas o jovem casal, ela já quase a cair para o lado toda esbaforida, ele mais um pouco mais à frente sempre a olhar para trás…não tarda muito passo pelos dois e já ninguém segura o Papa Kilómetros, ritmo forte e sempre certo, nem é preciso nenhum sprint para ganhar esta corrida bem folgado…entro na manga de acesso ao avião e ouço um “foda-se caralho, você vem com pressa..calma que o avião chega para todos” …os nossos emigrantes são o máximo J…e que grande prémio tive por ganhar esta minha corrida imaginária…o lugar 14A (janelinha como eu gosto), ali só para mim, para me levar de regresso a Portugal. Espero que todos os outros “atletas” desta prova tenham tido a mesma sorte que eu e apanhado os seus voos de ligação. Mais uma vantagem para um atleta corredor como nós….ficou provado, que nós corredores temos maiores probabilidades de poder apanhar um avião J

Sábado -  a dita da Caminhada Canina no Parque da Cidadedo Porto – devia considerar isto treino. Ainda foram uns 6km no total (caminhada+andar por ali no passeio+regressar ao carro) – aquilo cansou-me, a sério J

Domingo – tinha planeado fazer uns 20km em estrada logo pela manhãzinha, mas estava demasiado cansado, estava mesmo estafado. Agora à noite até que já me sinto melhor, mas pronto…amanhã começo uma semana em força….é o último dia de malandrice!!

E para acabar umas dicas para quem um dia se deslocar até à Polónia. Não tem propriamente a ver com corrida, mas não queria deixar de elucidar a malta sobre um assunto tão importante como este….”que casa de banho deve um homem escolher quando estiver na Polska”???

Apresento-vos dois amigos….

O Marek…(foto tirada da net, mas que na minha visão da coisa, corresponde ao típico macho polaco…músculo, tatuagens, pouco ou nenhum cabelo por opção (directamente proporcional ao tamanho do cérebro), um gosto por exagerar um bocadinho no “licor de batata” e um fraquinho por desportos de porrada, gostando ele próprio de molhar a sopa sempre que pode)

A Dana que por acaso é a namorada do Marek – outra foto tirada da net.

E o que é que estes dois tem a ver com a nossa opção em que casa de banho entrar? Tudo, se quisermos ficar inteiros no fim…mas já explico.

Imaginem-se na Polónia, num restaurante, centro comercial ou noutra área pública qualquer e de repente sentem uma forte vontade de verter uns líquidos ou até soltar um javali (ou dois) J  ….ahh, e não falam nada de polaco e muito menos percebem a escrita deles…mas pronto, lá conseguem decifrar os típicos letreiros que nos indicam as casas de banho…chegam lá e…

Situação 1
não é difícil acertar não é? Toaleta é parecido com Toilete, e como só existe uma porta não há que enganar. Sem problema…a não ser que esteja lá o Marek mal disposto e com vontade de matar de porrada o primeiro lingrinhas que lhe aparecer pela frente.

Situação 2
pois…embora ambos os bonequinhos pareçam meninas, um está de pé a esguichar para dentro de um recipiente (parece uma bacia), enquanto que o outro está sentado (eu quando solto um javali ou dois J também gosto de me sentar, a não ser quando ando a correr e tenho que ir ao mato, aí é de pé, assim meio agachado para que…ok, eu paro com os pormenores)…pronto…este tb foi fácil, não foi?

Situação 3
... aqui a coisa começa a complicar…Damski ou Meska? Eu acertei logo à primeira porque sei alemão e sou muito inteligente J – Damski é parecido com Damen  (Senhoras em alemão..pronto, ok, tb existe a palavra Damas em português mas não é tão fino) e Meska é parecido com Men em inglês…ok…tb vi a Dana a entrar na casinha das Damski J

Situação 4
...ora aqui é que a porca torce o rabo!!! E agora? Bolinha ou triângulo? Se tivesse duas bolinhas eu não tinha dúvidas, até porque um triangulo leva a minha mente depravada logo para outros campos J …mas será? E se aquilo não for bolinha e for um buraquinho? É que buraquinhos temos todos, mas se tivesse que atribuir o buraquinho a um género escolheria as fêmeas! Há quem diga que que o triângulo está a mandar para baixo, logo é macho…mas que macho que é macho gosta  da alusão “apontar para baixo”??? Eu não!!! Macho que é macho atira para cima carago J …mas pronto…tb poderia ser…pois, e agora? Eu lá me desenrasquei…perguntei a um Marek que andava por ali a passear, que teve a bondade de me indicar o triângulo e não me bater J

E pronto…estão prontos para ir à Polónia!!!

…ahhh, o que tem o Marek e a Dana a ver verdadeiramente com a importância desta lição??? …simples…esqueçam a situação 1 e 2 que são simples, mas se na 3 e 4 se enganam, e escolhem a porta errada…se entrarem na das senhoras, encontram a Dana em trajes menores (ficam todos contentes numa primeira fase), ela grita, aparece o Marek e ….. não vos chega 40 contos em gesso, sem falar na fortuna que vão gastar em dentista, ficam a falar fininho para o resto da vida e esqueçam as corridas para todo o sempre J

Como vêem, aqui pelo Papa Kilómetros pode não se aprender nada sobre corridas, mas de longe a longe ainda se aprende algo de útil noutras áreas importantes, como é o caso da escolha certa de uma casa de banho pública na Polónia para um homem….CULTURA GERAL, meus amigos, CULTURA GERAL J  

sábado

Maratona e Caminhada Canina

Hoje fui participar na Caminhada Canina...no ano passado tinha ido apenas assistir, e tinha prometido à Maria que este ano participávamos com a Tucha, e como as promessas são para se cumprir lá estivemos os 3 toda a manhã pelo Parque da Cidade do Porto. 

Ficou provado algo que já desconfiava...tanto uma como outra saem a mim nas corridas....quase que ganhávamos, ficaram apenas uns 1000 à nossa frente, coisa pouca :D ...mas divertimos-nos à brava :)

Espero que para o ano dê para ir a família toda...olhem as fotos...


Fotografia


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quarta-feira

Próximos objectivos = estrada


Vou voltar à estrada…a partir de início de Agosto e até início de Novembro vou-lhe dar no duro no alcatrão, o que não quer dizer que de longe a longe não dê umas voltinhas pelos trilhos do meu quintal. Vão voltar os treinos mais intensos, ritmos mais elevados, as series, os fartleks, as rampas, sem deixar os longos (que serão em estrada)…serão 13 semanas nesta vida e estou motivadíssimo…3 provas no horizonte:
14 Setembro – Maratona de Münster (sem objectivo de tempo, apenas para desfrutar, encarado como um treino longo, embora não deixe de ser uma Maratona J)
Münster Marathon 2014
5 Outubro – Meia Maratona de Ovar – gostava de tentar bater o meu recorde pessoal nesta prova…1h30 é o sonho, mas talvez seja demasiado arriscado pois não quero comprometer o meu objectivo principal, menos de 1 mês depois. Vamos indo vamos vendo.
Meia Maratona Ovar
2 Novembro – Maratona do Porto – objectivo principal…quero atacar o meu recorde pessoal, quem sabe baixar as 3h20min.
Maratona do Porto 2014
A juntar a isto tudo, até ao final do ano quero fazer mais uma Ultra (ainda por escolher) em trail, e participar na S.Silvestre do Porto. E deve ser tudo… J
 
 

domingo

Cadê o empeno...


São 17.05h de domingo, estou no voo LH 1179, sentado no lugar 23 A, que me vai levar até Frankfurt, destino intermédio pois o destino final de hoje é Wroclaw na Polónia, que será ponto de partida para um périplo de uma semana por terras polacas com o objectivo de vender uns calhaus aquela malta J

Antes que parem de ler…PODEM FICAR DESCANSADOS!!!.... que eu não fiz, nem vou fazer mais nenhum cartoon…não é que não tivesse vontade…os aviões inspiram a minha veia de cartoonista, mas a pedido de várias famílias não faço mais nenhum (por enquanto J)

Há sensivelmente uma semana e 26 minutos (agora já são 17.12h…sim, levei 7 minutos a escrevinhar a porcaria que leram até aqui) tinha acabado de passar a linha da meta do UTDP, tomei um banhinho e regressei a casa. O resto do dia não foi nada fácil…muito cansado, muito enjoado e cheio de sono…mas não podia descansar, as minhas meninas queriam a companhia do pai e havia de lhes dar a atenção merecida…não foi mesmo fácil, especialmente com a mais pequenina que anda traquinas como o caraças (não sei a quem ela sai, só pode ser à mãe J) e não para quieta um segundo…quando me vi na cama à noite nem queria acreditar…adormecer foi um instantinho, e adivinhava-se um “empeno” monumental.

Na 2ª feira acordei, naturalmente com as pernas pesadas, mas muito longe de se poder considerar um verdadeiro “empeno”, digno da tareia que tinha levado no dia anterior…desconfiei, e pensei..”vai ser a partir de amanhã” – é que comigo o pior é sempre no 2º dia. Tinha pensado em dar uma corridita na 2ª, mas não fui por malandrice…estava em bem razoáveis condições para o fazer…a sério que estava.

3ª feira acordei e estava melhor que 2ª. Hein??? Então??? Nem uma coxita dura? Nem um caminhar novo, depois de estar duas horas sentado à secretária e ter que me levantar para ir à casinha?? Estranho…muito estranho. É que até à data, nunca tinha tido uma prova deste tipo sem que andasse uns valentes dias bem empenado, com os músculos (principalmente as coxas) tipo pedra. Desta vez não…tb não corri 3ª, estava com a malandrice.

E no resto da semana o verdadeiro “empeno” teimou em não aparecer…eu acho que ele se esqueceu de mim desta vez…posso dizer que até senti saudades J …as únicas mazelas que ficaram do UTDP (que ainda sinto) têm a ver com o meu tralho no rio…tenho a bacia pisada na lateral esquerda, que me impede de dormir em cima desse lado, e o tornozelo esquerdo dorido sempre que o aperto (como não tenho a mania de o apertar, não me dói J)…ahhh…e estou melhor das unhas dos pés e das mãos…ao fim de 396 lavagens, o pó negro começa lentamente a “pôr-se a bulir”…acho que lá para o Verão de 2017 poderei voltar a usar o chinelinho de dedo com chispes ao léu…este verão fico-me pelas sempre estéticas e modernas sandálias com meias J

Quanto a corridas esta semana fiz duas, ambas em ritmo descontraído, a primeira na 5ª à noite (11km) e outra no sábado (12km). Na primeira senti o peso das pernas após os primeiros km…ahhh…afinal não és nenhum super-homem L…e ontem já estive bem melhor, senti-me praticamente normal.

Muito boa a recuperação até ao momento…tinha previsto duas semanas de descanso (activo), que vou cumprir na mesma. Trago na mala equipamento para correr, e se tiver oportunidade de fazer uns km pelos sítios onde vou passando, não deixarei de o fazer, mas tudo descontraído, sem exageros…afinal a partir de inicio de Agosto tenho de estar a 100% para dar inicio ao plano de treinos que espero me leve a atingir os próximos objectivos…mas isto são cenas do próximo episódio.

Boa semana para todo o mundo, cheio de boas corridas...

quarta-feira

Ultra Trail Douro e Paiva 2014 - longa jornada, tão bela como dura



2h15 da manhã de domingo e toca o despertador….já estava meio acordado…pouco mais de 2 horas de sono, ainda por cima mal dormidas…água fria pela cabeça abaixo e estou 100% desperto J
FUJAM que ele anda aí!!!

Uma malga com leite de soja, aveia e umas amêndoas são o meu primeiro pequeno-almoço do dia…equipo-me, pego na mochila e siga que cá fora já está o Badolas à minha espera para irmos até Cinfães City – logo atrás o Richard, o Nuno Lima e o Zé Alexandre. Pouco menos de uma hora depois chegamos ao destino, levantar o dorsal, ir ao café (2º pequeno almoço – uma sandocha de queijo e um café), equipar, confraternizar um pouco (– encontramos o Francisco Terra, o João Laranjeira a Anabela e o Paulo) e o 3º pequeno-almoço (mais uma sandocha de queijo e um iogurte). Não tardou apareceram os autocarros que nos levaram até à ponte de Mosteirô com o Douro como pano de fundo, cenário mais bonito que alguma vez tive como ponto de partida numa prova, ainda por cima com as cores do nascer do dia….espectáculo J


Estava bastante calmo e descontraído ali no meio daquele pelotão…seriam talvez perto de duas centenas para a Ultra…estava uma temperatura amena, muito agradável e não demorou muito a dar-se a partida, pelo meu relógio às 6.04min. Os desejos de boa sorte habituais e siga para a jornada, que se esperava longa e dura. Levava comigo um mapa de altimetria do percurso impresso e plastificado. A primeira metade do percurso seria praticamente sempre a subir, pelo que a minha ideia era de tentar gerir o esforço da melhor forma possível de maneira a desgastar-me o mínimo. Como (quase) sempre o meu relógio teima em não começar a funcionar logo desde o primeiro metro..o estranho é que é só nas provas L …desta vez não foi diferente, e apenas uns 500m depois da partida é que começou a registar os dados…

O primeiro km é dentro da localidade, por carreiros estreitos nas traseiras das casas antigas. Muita atrapalhação neste início, vários enganos no percurso, andar para a frente e para trás, confusão danada até que apareceram pessoas ligadas à organização que nos conduziram ao trilho certo….alguém tinha andado na noite anterior a trocar fitas…brincadeira de mau gosto…eu não estava muito preocupado, afinal ia em “passeio”, mas havia ali muito descontentamento entre a malta que luta pela classificação geral…
...uma palavra de apreço pelo pessoal da organização que foram incansáveis a resolver este problema. Como ia na cauda do pelotão, com esta confusão vi-me de repente no primeiro terço, mas novo engano e algumas paragens para fotos fizeram com que ficasse no meu lugar novamente, ou seja, no fim do pelotão J,  mas no meio de muitos prós que lutam por lugares na frente. Como os primeiros km foram em single-track estreitos, as ultrapassagens são muito difíceis, e como na frente iam os que normalmente vão atrás, houve muitos engarrafamentos nas transições mais técnicas e difíceis – nos primeiros 3 a 4km as paragens foram constantes. Muita reclamação por parte dos “prós”, que estavam cheios de vontade em andar e não podiam…eu ali no meio senti-me um pouco pressionado e por isso não desfrutei tanto destes trilhos espectaculares como pretendia...
...por volta do km 6 a coisa alargou um pouco e pude finalmente fazer a corrida “à minha maneira”…trilhos espectaculares sempre com o rio Bestança (considerado o rio mais límpido da europa) como “companheiro”, ora mais abaixo, ora mesmo ao lado, ora para passar por cima, ou mesmo para passar bem pelo meio com água fresquinha até à cintura que fazia a delicia do pessoal…tudo muito verde, algumas zonas nada fáceis de transpor…eu sempre com cuidado, especialmente no rio pois entre as pedras na grande maioria “seguras” e com boa aderência, havia sempre uma ou outra que eram super escorregadias (era um tipo de roleta russa de calhaus J), ideais para dar uns valentes tralhos….passamos também por muitos moínhos em granito, abandonados..um deles "furando" literalmente pelo meio, à saída do rio Bestança.,. com toda a confusão ao inicio não fazia a mínima ideia onde andariam os meus compinchas…só poderiam estar lá para a frente…
...8km – primeiro abastecimento liquido e sólido (banana, laranja e pouco mais)…a temperatura estava agradável, afinal ainda era cedo e o sol ainda não se mostrava. Neste abastecimento encontrei o João Laranjeira, a quem me juntei para fazer os km seguintes…um pouco mais à frente ia o Francisco Terra…do Zé Alexandre e do Nuno Lima nem sinal...
...até aos 16km seguiu-se a parte mais “corrivel”….mesmo com o terreno inclinado a subir, era relativamente fácil manter um passo de corrida a trote e os km iam passando a bom ritmo…pelo meio voltamos ao rio, para mais umas passagens espectaculares, até darmos de frente com um túnel….um enorme tubo de cimento (que serve para escoar melhor as águas que descem da serra)…fantástico, mas tão fantástico que me distraí e mandei o maior e mais perigoso tralho da minha ainda curta carreira no trail…vinha dentro do rio, e coloquei o pé de apoio numa rocha que tinha tanto de grande como escorregadio….e PUMBA…bati com a bacia do lado direito na rocha, meti o pé esquerdo no meio de dois paus e torci…doeu a sério esta….estava sozinho nesta fase, e tive que ficar ali algum tempo esticado por causa das dores e para  analisar os "estragos". Felizmente além de ter ficado pisado e dorido, não tinha nada mais que me impedisse de continuar sem problemas de maior. Pouco depois cheguei ao que pensava ser o abastecimento dos 16km….só água. O que estranhei.

A partir daqui e até ao próximo abastecimento (S.Pedro) entramos verdadeiramente pela Serra e começava a subir mais a sério. Deixou de haver sombra e ficamos expostos ao sol que já começava a aquecer, lentamente…“andem meus melros, vou-vos “assar”, lentamente..” dizia o sol. Também gostei muito desta parte, estava muito bem fisicamente, subia a passo mas com uma boa cadência o que me permitia estar a ultrapassar outros atletas sem grande esforço. Como estávamos a chegar a patamares mais altos, sem floresta para tapar a visão, começamos a avistar horizontes longínquos, incluindo outras serras à volta (via-se a Freita por exemplo, com a sua temida “Besta”)…muito verde, algumas casas em pedra, pelo meio alguns enormes e decorativos pedregulhos (tivemos que escalar alguns)…e ainda trilhos castanhos em terra e pedra, bem vincados que rasgavam as serras até às eólicas instaladas bem lá no ponto mais alto e onde teríamos que passar (aos 1219m). As pás das eólicas estavam completamente paradas – nem ponta de vento. Nesta fase passei o Zé Alexandre, que me disse para seguir, pois já estava bastante cansado. Antes de atacar a última subida juntou-se a nós o Rui Pinho que viria a fazer-me (excelente) companhia durante largos km antes de abalar e nunca mais o ver...mentira, voltei a vê-lo na meta, todo bem disposto J






Chegados lá acima, o meu relógio marcava sensivelmente 23km e estranhei ver um abastecimento que não estava no meu mapa. Chegado ao abastecimento começaram a perguntar com quantos km íamos….”23…porquê???”…"aqui é o abastecimento dos 29km (S.Pedro)"….fiquei pior do que estragado, tínhamos cortado caminho mas sem intenção…comecei a perceber que a grande maioria que estava no abastecimento tinha feito o mesmo….não sabia onde tinha falhado, sempre segui fitas de sinalização….pelos vistos havia uma zona com saída para esquerda (Ultra) e para a direita (30km)…supostamente alguém terá alterado esta sinalização depois dos primeiros terem passado, induzindo os restantes em erro….nestes pontos fulcrais devia haver no mínimo placas com essas indicações, se não mesmo algum elemento da organização a indicar o caminho certo aos atletas…..não sei, apenas sei que decidimos seguir o nosso caminho…pelos visto faltaram ca.6km, dos mais duros do percurso, pois incluíam a subida ao ponto mais alto de todo o percurso (quase 1300m)…nada a fazer….neste abastecimento encontrei o Nuno Lima, mesmo antes de ele voltar a partir…tinha-se juntado a um grupo e estava muito bem…

Depois de ter comido alguma fruta (melancia, laranja e banana), ter enchido o camelback e a garrafa que levava, voltei aos trilhos com o Rui Pinho, o João Oliveira e o Francisco Terra…grupo que se iria manter até ca. dos 35km…nos primeiros km a ideia de ter "encurtado" caminho andava a remoer cá dentro, eu queria mesmo fazer a totalidade, não sou de "cortar" caminho...mas depois de me convencer a mim mesmo que a culpa não era minha, decidi curtir o resto do percurso que faltava da melhor forma possível....a classificação interessa-me pouco, por isso se fosse desclassificado que se lixe....após mais uma pequena subida, entramos numa longa e massacrante descida por um estradão em terra, mas muito irregular e com muita pedra solta….como já tenho referido, as descidas são um meu grande problema devido ao meu joelho direito, e esta descida tirou-me bastante energia, pois a minha forma de correr a descer não é natural...falta amortecimento, corro descompensado e consequentemente coloco mais carga nos músculos, especialmente nas coxas….a juntar à dificuldade do declive e do piso, o sol já escaldava….no fim da descida novo pequeno abastecimento, antes de embarcar para mais uma subida dura…neste abastecimento (Paradela ca.km29km) mais uma vez fruta, batatas fritas e amendoins…estava a precisar de algo tipo bolo ou umas sandes…voltei a encher o camelback e siga ….não dava para estar ali muito tempo, aquilo estava totalmente exposto ao sol, os voluntários que estavam ali tinham criado uma espécie de tenda que lá dentro mais parecia uma sauna…fonix…valentes...não era eu que queria estar ali o dia todo…

…pouco depois estávamos a subir a sério (ca.300m em 2km)…quase sempre estradão com muita pedra…


...alguns pequenos episódios engraçados aconteceram neste troço…um touro bem “cornudo” que andava por ali à solta, mandou uns mugidos para o ar e começou a correr em direcção ao Rui Pinho que ficou ali petrificado sem saber bem o que fazer…com um bocado de sorte, levava ali um empurrão e e ia parar direitinho à meta…ó Rui, ainda ganhavas aquilo J…eu acho que o bicho teve mais medo do Rui do que ao contrário, passou-lhe à frente e pôs-se a milhas novamente (mas não passou muito longe)...


...um pouco mais acima encontrei isto que encarei como um aviso sério, tipo "portam-se mal e ficam aqui esticados" J
….estava mesmo com muito calor e a beber como um desalmado…na primeira parte da subida sentia-me bem, mas depois de meio comecei a fraquejar….valeu que lá no alto encontramos uma “praia fluvial” com uns 10m de diâmetro e fomos fazer uma crioterapia natural que me soube que nem ginjas e me recuperou os músculos…




...vinha agora mais uma descida acentuada…o piso já era um pouco melhor, mas aquilo massacrava-me bastante, principalmente os joelhos….a descer ficava sempre para trás, e depois fazia uma esforço para me recolar no grupo a subir…agora sei que foi um erro, pois despendi energia que mais à frente me fez falta…

..ca. do km 36, ia já cansado…vinha com o João e o Francisco, e ao enfrentar uma pequena mas muito inclinada subida, dou um pontapé com a biqueira do pé direito num tronco de uma árvore caída e….PIMBA, toma lá uma forte cãibra no músculo interno da coxa direita para não abusares...esta foi das fortes…parei imediatamente, massajei a zona, alonguei um pouco e tomei um Magnosan (magnésio em ampola)…disse ao João e ao Francisco para seguirem, que ficava bem e que me desenrascava…recomecei a subir, e o estranho é que nem sinal da câibra…tudo normal….aliás, até ali nem o mais pequeno indicio que poderia a vir a ter alguma…estranho…facto é que aquela paragem me deitou abaixo….não sei se foi psicológico…sei que tive de abrandar um pouco….foi a parte em que mais sofri….sozinho (ainda bem, que assim não atrapalhava ninguém), na hora de maior calor a subir até à Sra.do Castelo (ca.44km - subida de 600mD+ em pouco menos de 7km) foi um martírio autêntico, demorei 1h50min….eu que até ali vinha sempre muito motivado, mesmo em dificuldades físicas nunca tinha perdido o bom humor, estava ali já um pouco farto daquilo tudo…tentava distrair-me com as paisagens belíssimas que encontrava, mas passava o tempo a olhar para o relógio para controlar os km (neste caso eram mais os metros) que ia avançando, e que eram poucos a cada olhar…mau sinal, quando isto acontece num trail….estava na hora de apelar à minha “paciência”….mas estava difícil….o facto de ver as eólicas lá em cima, saber que era preciso chegar lá e nunca mais chegar (pareciam tão perto) era terrivel….que luta…boca sempre seca….mesmo bebendo abundantemente, passado um ou dois minutos a boca secava novamente….nunca tive falta de líquidos, mas beber água ou isotónico quente nestas alturas é horrível…mas era melhor que nada...o tipo de trilho até era dos mais fáceis de toda a prova, bastante estradão, mas sem energia e com a moral em baixo tanto faz...ainda houve um ou outra zona mais plana em que ensaiei uns passos de corrida. Chegado lá acima às eólicas (estas já rodavam, mas o vento era pouco) consegue-se avistar a Capela da Sra.do Castelo…ansiava lá chegar, para beber água fresca (aliás, só pensava em água fresca….nada de minis, queria mesmo era água)…mas para chegar à Capela (que estava ali mesmo à vista) ainda tive que percorrer uns bons 2 ou 3km, a descer e a subir num traçado aos “s”….porra…não sabem fazer linhas rectas, cara…go J


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Quando lá cheguei nem queria acreditar…duas copadas de água fresca (que bem que soube), encher o camelback de isotónico fresco…comi uns gomos de laranja e tentei comer um queque de chocolate…mas à primeira trinca aquilo ficou tipo uma papa na boca…impossível de engolir…pedi desculpa, mas tinha que deitar aquilo ao lixo….sentei-me um pouco a descansar e entretanto chegou um outro atleta (Fernando Nunes) que estava em tão bom estado como eu J …neste abastecimento havia minis frescas, eu bem olhei para elas mas não tive coragem….não me tinha alimentado durante aquelas horas todas, acho que seria irresponsável da minha parte beber uma cerveja naquela altura…um bocadinho de bom senso o que é raro J

…”faltam 8km  e é sempre a descer” disseram-nos no abastecimento….ok…vamos a isso. Eu e o Fernando decidimos assim espontaneamente formar uma dupla que iria junta até final. Começou a descer de uma forma muito ingreme, através de campos…porra, se for sempre assim nem amanhã de manhã chego à meta…





...e mais à frente uma subida que nem lembra o diabo (120mD+ em ca.de 1km)….”ai com que então sempre a descer, não é?”….tantos nomes chamamos ao pessoal do abastecimento da Sra.do Castelo….aqueles km finais tinham muito mais descida, mas eram várias vezes intercalados por subidas curtas mas massacrantes (principalmente massacravam a mente de quem já só queria chegar ao fim). O facto de ter companhia naquela altura ajudou-me bastante…estava de rastos, mas ir ali à conversa ajudava o tempo a passar melhor. O Fernando que já não tinha acesso à distância no seu relógio perguntava-me de dois em dois minutos quanto é que faltava, e eu a fazer as contas de cabeça lá lhe ia dando as respostas que ele não queria ouvir J ...


...foi nesta fase que passou por nós o Jorge Serrazina, (um dos poucos que fez a prova completa – fala-se em apenas  ca.20 – não sei se é verdade) que seguio à vidinha dele. Os km passavam mas não havia forma de ver Cinfães o que nos deixou desconfiados…segundo o meu relógio faltavam 2km, quando entramos numa aldeia, encontramos um velhote que nos incentivou e disse “vamos lá, que já só faltam 4km e é sempre a descer”….”4km???? Foda-se…” …ainda disse ao Fernando “não pode ser, o velhote não percebe nada de distâncias, 2 ou 4 para ele é a mesma coisa”….mas não foi, o raio do velho (com o devido respeito J) tinha razão. Curiosamente, estes últimos km não me custaram tanto, foram todos feitos a correr…o que eu ansiei por uma fase onde pudesse correr durante alguns km (é que eu consigo recuperar energia a correr), a parte final é espectacular, por trilhos dentro de uma floresta, com um piso muito fofo….predomina o castanho da terra seca e de uma espécie de moliço….muito linda esta parte…ainda encontramos uma família a fazer um pique-nique e eu claro que perguntei se havia farnel que chegue para mim J …”venha, chega para todos!!!” …mas eu não lhes queria mal nenhum, havia de ser bonito, um pique-nique "pincelado" com o cheiro horrível a suor que eu transportava comigo J …”força…só faltam 2,5km”….e não é que era verdade!!….aquela malta em Cinfães sabe contar distâncias como ninguém J ...






…passado pouco tempo entramos pela periferia de Cinfães avistando a Igreja mais abaixo, uma rapariga da organização a dizer que só faltam 500m, curva à esquerda, sempre a descer ….ouço um ”força Papa Kilómetros”…é a Anabela e o Paulo (obrigado, sabe tão bem J)….
...muita gente na chegada a aplaudir os "heróis" que chegam, paro uns metros antes da meta, sacudo o pó, tiro o boné, penteio-me…afinal quero estar bonito a cortar a meta J …vejo o Zé Alexandre que filma a cena toda…lol…um palhacito (eu, não o Zé J )…enfim….ahhh…feito.



E pronto…mais uma concluída, a 5ª Ultra em pouco mais de um ano e a 3ª em 2014…nada mau para um perneta J. Cansado, mas curiosamente ainda com energia...quem diria que uns km mais atrás estava morto...estranho...acontece quase sempre, o que quer dizer que quando o corpo nos diz "desiste" não estamos no limite, está é na hora de entrar em cena a nossa mente, para nos levar mais além.

Estive ainda ali um pouco à conversa com os amigos antes de ir a um banho bem merecido. Enquanto estava a chegar lá estava a organização a entregar os prémios aos vencedores…já é pelo menos a 2ª vez que isto acontece (nos Abutres tb)…quando alguém me quiser ver a chegar numa prova qualquer, é ver a que horas é a entrega dos prémios e não deve falhar por muito J

Queria destacar e aproveitar para agradecer a presença do José Augusto Pires de Lima, um amigo do Facebook, grande caminheiro (é impressionante as jornadas deste homem a caminhar) e que também faz umas corridas envergando a camisola da SPEM EM’Força – esteve presente na prova dos 18km e tinha prometido estar na meta à minha espera, promessa essa que cumpriu. Fiquei muito sensibilizado com o gesto, pois deve ter estado ali umas horas á espera do Perneta…não é qualquer um. Não deu para grandes conversas, apenas para um abraço e um pouco de conversa, mas valeu pelo facto de nos termos conhecido pessoalmente…muito, mas muito obrigado grande José Augusto.

Um agradecimento especial ao Fernando Nunes, meu companheiro dos últimos quilómetros...assim a dois foi mais fácil.

Muitos parabéns aos meus amigos João Laranjeira (que ainda fez a Freita à duas semanas), Francisco Terra, ao Paulo Reis (para um Finisher da MDS isto é brincadeira de meninos, 34ºC..PFFF...fresquinho J). Parabéns tb ao Zé Alexandre, que teve a coragem de desistir aos 35km…há dias em que não dá para mais, mas tiramos sempre algo de positivo disto…fica a experiência e para o ano voltas e acabas o serviço. Destaque grande para o enorme Nuno Lima que fez um prova fantástica – ele corre à pouco tempo, fez a Geira e sofreu pra caraças, de tal forma que disse que não fazia mais nenhuma…como já estava inscrito nesta, disse que ia fazer só os 30km…ainda à duas semanas num treino me disse que não era maluco, que só fazia os 30km…na 6ª feira disse que ia aos 60km, começava e depois via como corria…meteu-se num grupinho porreiro e foi andando, andando e acabou em 10h10min…em grande campeão! Muitos parabéns!

Muitos parabéns igualmente ao Badolas e ao Richard pela conclusão da prova dos 30 (que teve 33km), muito dura também. Não é para qualquer um. Palavrinha de carinho especial para a Anabela que teve um dia menos bom – toca a levantar a cabeça, que daqui a pouco mais de um mês “temos” um Monte Branco para conquistar J …tu e o Paulo são o casal maravilha, a sério…vocês são um espectáculo!!!

Não tive oportunidade de conhecer o Tigas pessoalmente…sei que esteve na prova dos 30km e que a acabou (parabéns por isso tb), mas com os horários desfasados das duas provas não nos vimos. Lá terá que ficar para uma próxima oportunidade.

Quanto à prova….bem...temos aqui “material” para que esta prova seja um caso muito sério no panorama do Trail em Portugal….não falo só por mim (que conheço pouco), mas por muitas opiniões de atletas muito experientes e viajados em trail em Portugal. Grande parte do percurso é sublime, aqueles 15 primeiros kms e os 3 km finais então são qualquer coisa de espectacular, as serras fantásticas e as paisagens monumentais, trilhos diversificados de vários graus de dificuldade - temos as paisagens, temos a dureza, temos tudo. Agora é necessário aprender com os erros cometidos, um deles grave que prejudicou a prova (a falha que deu origem ao engano na Ultra). Tirando essa falha grave, penso que o resto das marcações estavam impecáveis…os problemas na fase inicial não são culpa da organização, que foi vitima de uma piada de mau gosto. Penso que também devem melhorar os abastecimentos na Ultra…líquidos não falharam (pelo menos na Ultra), mas nos sólidos senti falta de algo de mais sustento, uns bolos, umas sandes, uma sopa…a dificuldade da prova merecia isso. Quanto aos prémios, embora pessoalmente goste de ter uma camisola destas provas, também fiquei contente com o Buff oferecido. O prémio de Finisher (uma patela em cortiça) é um bocadito para o barato, mas prontos, serve…não fica é muito bem ao lado dos troféus de outras provas que recebi. Mas isto são pormenores menores…estão de parabéns, bem vi a azáfama em que andavam…além disso foi a primeira edição, temos que dar um desconto…corrigindo uns poucos de erros fica uma prova 5 estrelas. Muitos parabéns e nada de desanimar!!!


Tinha prometido fazer uns km pelo amigo blogger Artur, que estava inscrito nesta prova e não pôde vir. O prometido é devido, não foi é como gostaria…tinha preparado o seguinte de véspera, para levar e tirar uma foto no alto da Sra.do Castelo….


…mas esqueci-me do papelito no carro L…lembrei-me quando já ia a meio da prova…mas não me esqueci da promessa…a subida mais difícil para mim foi para chegar à Sra.do Castelo…esses km são para ti amigo Artur J …e se puderes, para o ano vens cá fazer esta que vale bem a pena J
Aproveito ainda para deixar um comentário sobre as minhas novas sapatilhas de trail – foi um teste e pêras e passaram com distinção. A nível dos pés apenas impecável, zero problemas…muito confortáveis, aderem bem e o tipo de pisos foi bem diversificado. Como já referido num post anterior, só nos trilhos com pedra mais pequena, sente-se bastante a dureza do piso. Apenas acho que vão durar pouco… é só um pressentimento…tirando o pó estão como novas depois da coça de ontem J
Eu gostei bastante desta prova…sofri muito, mas faz parte do meu processo de aprendizagem – cometi alguns erros, dos quais destaco o facto de não me ter alimentado bem durante a prova (tinha comprado umas barras todas xpto na Alemanha, mas como fiquei sem mala até hoje, não levei nada (além de gel), nem tinha plano b – como os abastecimentos eram muito à base de fruta, faltou ali combustível);  quando ia em grupo e perdia o contacto nas descidas, depois fazia um esforço extra nas subidas para voltar ao grupo, desgastando-me de forma desnecessária e que numa prova assim pode ser “fatal” … de resto acho que estive bem J Tive muita pena de não fazer a distância toda (não ia ser fácil, mas eu conseguia nem que demorasse as 16horas limite e fosse de gatas), mas a responsabilidade não é minha...tenho visto alguma indignação de atletas que fizeram mais 6km e ficaram na classificação atrás de atletas que fizeram menos como eu. Compreendo a frustração e também acho injusto para quem corre por uma boa classificação...da minha parte, estou de consciência tranquila, e cabe à organização elaborar a classificação da forma como acharem correcto...por mim está tudo bem, seja lá como decidirem.
Para finalmente acabar esta posta, e não chatear mais quem conseguio chegar até aqui (ler isto é o equivalente a fazer a UTDP sem enganos no percurso), apenas algumas curiosidades pós-prova.

Perdi ca.3kg ...o meu peso habitual anda por volta dos 82kg....pesei-me na 2ª feira de manhã, já depois do pequeno-almoço....já não via um 7 talvez à quase 20 anos. Entretanto já recuperei quase 2.

Além da rodela de cortiça, tive outros prémios Finisher todos catita...além do tradicional empeno, destaco entre outros o céu da boca todo rebentado que me provocava dores sempre que a comida era mais seca (tipo pão) - entretanto já tou bom desta parte - um sempre estético pózinho preto que se entranhou nas unhas das mãos e dos pés, e mesmo após não sei quantas lavagens teima em não sair totalmente, e aínda um belo de um bronzeado entre onde acaba o calção e começa a meia de compressão, no pescoço onde a camisola não "pega", no braço esquerdo todo menos na zona onde uso o relógio e também nos braços até onde começa a T-Shirt....acho que este ano não vou à praia J



... e pronto...lá saiu mais um testamento....sorry J