Treino "Não Badolas, não é isso ... tu queres é cagar!!!"

Depois de uma boa semana de treinos (5 corridas e mais de 70km), 2x reforço muscular – isto ao fim de 4 meses), divididos entre Portugal e Alemanha, com mais trilhos do que alcatrão, hoje era dia de longo pelos Trilhos do Perneta. A ideia era fazer o reconhecimento do percurso dos 24km dos Trilhos do Marco dos 4 Concelhos que estamos a organizar. Mas havia vários problemas … a muita chuva dos últimos dias, que fez subir as cotas dos rios e transformou o Inha e afluentes em autênticos rápidos, o alerta vermelho anunciado para domingo de manhã e uma reunião de Pernetas que tivemos no sábado à noite (isto irá ter direito a post à parte, merece J).

Hoje de manhã, 7.15h lá apareceram 6 corajosos Pernetas, cheios de vontade para tudo, menos para ir correr para os montes. Mas tinha que ser, e era ver-nos sem vontadinha nenhuma a incentivar-nos uns aos outros. Lá arrancamos da Capela da Sra.da Piedade, subida dos Calhaus, troço novo descoberto à uns dias, sigaaaa para a ponte dos Pernetas até que ficamos bloqueados por um riacho … quer dizer, costuma ser um riacho com água pelo tornozelo, mas hoje tinha quase um metro de profundidade a meio e estava com uma rapidez que metia medo … bem andamos ali para baixo e para cima para ver se encontrávamos um sitio para passar em segurança, sem sucesso … se aqui já estava assim, lá mais para baixo em zonas mais largas de rio, deveria estar impossível … além disso, de vez em quando levantavam umas tempestades de vento e granizo que metia medo – não estava fácil. E isto numa cota baixa, protegidos pelas árvores – lá em cima nas serras, expostos ao tempo iria ser muito perigoso …  não havia necessidade e decidimos desistir de fazer o percurso planeado – às vezes até que temos algum juízo nestas cabecinhas.

Isto não quer dizer que tivéssemos vindo embora. Decidimos continuar o nosso treininho percorrendo trilhos da primeira edição dos Pernetas em 2014, por entre localidades e que nos permitiam voltar aos carros rapidamente por estrada se assim entendêssemos. E entendemos … depois de mais uma tempestade de vento e granizo, e depois de nos abrigarmos num prédio em Lobão, cheios de frio decidimos voltar por alcatrão (e mais uns trilhos sempre que foi possível) a Canedo. Mesmo assim fizemos 16km em 2h10, com quase 500m D+ e fartamo-nos de rir, pois a nós acontece-nos de tudo. Vejam lá o filme …

Destaco termos encontrado dois soutiens num espaço de 50m … um do lado esquerdo da estrada, empalado numa cerca, e outro do outro lado da estrada abandonado no chão … aquele sitio parece ser “movimentado” durante a noite J … imagino que ande por ali um D.Juan a deixar ali aquilo como troféus de caça J

Também vimos um javali grande e gordo … numa subida íngreme, passou-nos ao lado, fora do trilho, a grande velocidade. De tal forma que o Zé Miguel, que ia na frente do pelotão pensou tratar-se do Filipe, que não pode ver ninguém na frente que quer passar logo por cima de tudo e todos J … mas o Filipe hoje não estava aí para as curvas …

Aliás, tenho que referir que hoje nenhum de nós podia com uma gata pelo rabo … tudo feito com um enorme esforço … aquilo foi lento, lentinho, parado. Tudo era aproveitado para parar e descansar … só pode ter sido da reunião do dia anterior , que foi intensa e desgastante J

Mas o mais engraçado, e que dá o nome a esta posta foi protagonizado pelo nosso amigo Badolas … quem mais poderia ser? J  … ainda antes de começar a correr, ele teve vontade de “mandar um fax para a china”, largar um calhau, soltar o javali … vocês percebem … mas não quis voltar ao café e deve ter pensado que aquilo passava … pelos visto não só não passou, como piorou … e ele, teimoso, sismou que não haveria de ir ao mato … e assim andou 2h10min (no fim ele até estava verde, em vez daquela corzinha típica de Bangladeshiano, “Quer frô” que ele tem), a sofrer e a fazer sofrer os outros com uma má disposição  gritante, que ia aumentando proporcionalmente com a vontade em “borrar-se” todo. Andou o tempo todo a “inventar” desculpas para acabar o treino mais cedo, voltar a casa e sentar-se confortavelmente na sua sanita de estimação … “está muito frio”, “isto hoje está perigoso”, “olhem os vossos filhos”, “amanhã é dia de trabalho, não convém ficarmos doentes” … a coisa ia aumentando, mas ele com a malta não tem hipótese … já conhecemos a peça … que fosse ao mato como os outros, cara…go!!! … com o vento, o frio e a chuva que estava, o máximo que lhe podia acontecer era resfriar os tomates e arregalar os pêlos do cú … nada que não se resolva com um banhinho quente e uns supositórios (não te lembraste desta amigo, se não até tinhas ido J … gostas pouco gostas) … como última tentativa de levar a coisa a bem, arranjou a desculpa que tinha dado um mau jeito num joelho e que lhe estava a doer horrores J … como a malta continuou sem ligar nenhuma ele começou a ficar chateado e violento verbalmente … haviam de o ver a resmungar por tudo e por nada, chegando a ser mal educado … teve azar … a cada coisa que dizia começou a levar com a seguinte resposta “Não Badolas, não é isso … tu queres é cagar” J … estão a imaginar? “Ó malta dói-me o joelho pra caraças” … e diz o Zé Alexandre “Não Badolas, não é isso … tu queres é cagar” … ou então … “olha ali aquele soutien rosa no chão… houve festa brava aqui ontem” ao que o Zé Miguel retorquia “Não Badolas, não é isso … o que tu queres é cagar” … ou ainda … “O Porto ganhou ao Benfica na Luz … grandes melões… hahaha” …. ao que aqui o amigo Perneta respondeu “Não Badolas, nada disso … tu queres é cagar” J … amigos são assim, sempre prontos para ajudar!!!