terça-feira

Mais uns episódios avulso

Aqui pelas minhas bandas tem sido uma correria, e não me refiro apenas ao "correr" como desporto, mas sim no sentido de andar feito maluco a correr de um lado para o outro a tentar apagar todos os fogos, muitos que eu próprio ateei :). Mas pronto, a gente desenrasca-se, como sempre.

Na semana passada estive novamente de viagem, desta vez estive no sul da Alemanha e ainda dei um pulinho até à Suiça e voltei.

Correr/treinar

Foi uma semana boa. Corri 5 vezes e fiz quase 100km (97 para ser mais exacto). Mais uma semana, sem grandes ritmos, dando preferência aos desníveis, sempre que possível fora de alcatrão. Apanhei frio, vento, chuva, granizo e neve nos dias em que estive lá fora - mas nunca estive desconfortável, por culpa de uma peça de equipamento que se tornou indispensável para mim - mas sobre isto vou escrever um post separado um dia destes.

Destaco um treino de 20km na 5ª ao fim da tarde, em Stetten, onde fiz ca.600md+. Nada de especial? E se vos disser que esse desnível + foi feito em 6km? E sempre a correr (quer dizer, a trote).. fiz questão disso ... as descidas também não foram pera doce e no fim o ritmo deu abaixo de 6min/km. Gostei muito...


no cimo de uma torre a levar com um minigranizo (que não se nota na foto) nas trombas...





Ultralongos

No domingo fiz o meu primeiro treino Ultralongo deste ano. Foram um pouco mais de 44km pelo meu quintal, com companhia durante boa parte do treino e com uns sofridos e solitários 13km finais. Tem que ser, as provas de sonho em que estou inscrito não fazem prisioneiros ... com a tal "correria" que tem sido a minha vida, não tenho tido muito tempo para pensar nas provas que aí vem ... o CCC do Monte Claro é só em finais de Agosto, mas os 70km nos Açores são já em final de Maio. Antes disso tenho os 48km do Paleozóico daqui a menos de duas semanas e no primeiro fim de semana de Abril os 100km de Lousada (nem sei como vou fazer este último).

Tava fresquinho no domingo de manhã


... é lindo o meu quintal ...


...e durinho...



... os 4 que me aturaram até aos 24km ...


... e com o Américo que me aguentou até aos 31km ....


... fui fazer a Dª Amélia...já lá não ia à quase dois anos ... pareceu-me mais inclinada do que habitualmente ... custou pra caraças ...  ;)

... e pronto ... 6h30 ... tá bom ... chega!!!


...gostava de ter chegado aos 2000D+... paciência


esta carinha diz tudo ... o que te aconteceu meu menino??? Os teus papás??? Não chores!!!



Organização de provas

Esta coisa de organizar uma prova/treino dá o seu trabalho. Está a chegar a data do Trail Marco dos 4 Concelhos. Entretanto esgotamos as 150 vagas para o percurso mais longo (24km), mas ainda temos algumas para os 11km. Só espero é que corra tudo bem, mesmo sendo um treino e gratuito, queremos mesmo que tudo corra na perfeição, que o pessoal goste e tenha vontade de voltar.


O evento acima não anula a tradição dos Trilhos do Perneta. A 3ª edição mantêm-se e vai realizar-se no dia 1 de Maio. As serras serão as mesmas, mas os percursos diferentes - embora um ou outro local de passagem se repitam, pois são obrigatórios. Inscrições devem "abrir" na última semana de Março - estejam atentos. 


Vamos estar igualmente envolvidos activamente na organização da etapa de Santa Maria da Feira a realizar a 7 de Agosto - o Trail de Santo André, onde o principal responsável será o Filipe Fontes.


Entretanto já ficou definida a data para a realização do 2º GP de Santa Maria de Lamas. Vai realizar-se a 3 de Setembro, um sábado ao fim da tarde pelas 17h. O CAL já reuniu a primeira vez sobre este assunto na semana passada - queremos organizar uma prova perfeita. Coloquem na agenda.

Ufa ... é muito não é? O que vale é que somos um grupinho fantástico, que faz as coisas por gosto. Gostamos de correr e de convívios, e aproveitamos para treinar - as chamadas Pernetadas em que cada treino é acima de tudo diversão. Para mim é uma honra fazer parte desta família, cada vez maior. E note-se, que tirando o GP de Lamas todas as outras são por amor à camisola, à borliú ...


Reforço muscular e alimentação cuidada

Tá bem abelha. Não tem passado do plano de intenções. Em fevereiro fiz 3 treinos ligeiros de reforço muscular, que se resumem a umas flexões, uns abdominais e umas pranchas. 15-20min e está despachado. Mas não consigo criar rotinas - não gosto, ponto final. Mas sei que preciso de o fazer se quero ter mais hipóteses de chegar ao fim no CCC. Estou seriamente a pensar inscrever-me num ginásio, para me obrigar a ir 2 vezes por semana tratar do físico. Estou a ver se ganho coragem!!!

Quanto à alimentação saudável, esqueçam ... eu bem tento, e às vezes até cumpro durante um dia e meio, mas eu gosto demasiado de comer coisas que fazem mal mas sabem bem ... tenho que voltar ao confessionário, pode ser que a Drª. me motive a voltar a ter a massa gorda que tive no Outono passado ... olhem para isto, foi na 5ª feira passada depois dos tais 20km com 600mD+ ... enfim, o que levamos desta vida???


... tão bons que estavam... fresquinhos


... muitos legumes comi...


... ai, esta carninha ... tãoooo boaaaaa ...


Ok, ok... já sei ... vou levar porrada da próxima vez que me encontrarem por aí :)



14 comentários:

  1. Então agora temos um Bombeiro Perneta?!
    Mas tu dás conta, e bem, dos "fogos" todos!
    Aquele abraço.

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  2. A prova que quando se quer, parece que o tempo estica...muito bem, Perneta.

    Quanto á massa gorda, isso é um mito urbano!

    Abraço

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    1. Tanke iu.
      Mito urbano? Será? Espero bem que sim ;)
      Abraço

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  3. Ena, 100km por semana, andas a dar-lhe bem!
    Mas a sério que vais inscrever-te num ginásio? Quero ver isso! :P
    Nós, todos os corredores sem força muscular nos membros superiores estamos ctg! Força! ;)
    Beijinhos

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    1. Hehehe...era para ser ontem, mas como agora tenho que estar 10 dias sem fazer esforço físico, não vou estar a pagar sem poder ir, não é? Lá vai ter que ficar para Abril... este mês já me safei :)
      Beijinhos

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  4. Bom dia!
    Quanto ao reforço muscular percebo bem o que dizes, também nunca consegui criar rotinas, fazia um dia ou dois e estava um mês sem fazer nada, e a solução foi mesmo essa que apontas, inscrevi-me num ginásio, pedi para me fazerem um plano de treinos e lá vou indo duas vezes por semana, detesto aquilo (no fim até sabe bem...) mas como estou a pagar e detesto esbanjar dinheiro, é a motivação/obrigação que precisava. E acredita que em dois meses já me sinto mais equilibrado, pois só a corrida andava a dar-me cabo das costas.
    Relativamente à alimentação também não sou exemplo para ninguém, normalmente tento que seja equilibrada, mas a verdade é que gosto demasiado de comer e beber as minhas cervejinhas e nunca foi por aí que senti que me prejudicava, as análises estão sempre impecáveis e também se um gajo não pode comer e beber o que gosta o que raio andamos cá a fazer?! Se podia evoluir mais na corrida se tivesse mais cuidado na alimentação? Provavelmente, mas para mim isso não é importante.
    Rápida recuperação da intervenção e quem diz 10 dias, se calhar afinal são 6 ou 7... ;)
    Abraço!

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    1. Boas ... revejo-me a 100% neste teu comentário. Quanto ao ginásio lá vai ter que ser mesmo ... vamos lá ver se assim vou lá.
      Obrigado pela visita e pelo comentário.
      Abraço

      P.S. Amanhã faz 4 dias, e vou "pecar" ;)

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    2. Fazes bem em "pecar", estes são facilmente perdoados! :)

      Ontem lá fiz a prova em Vila de Rei, foi brutal, para mais na minha estreia neste tipo de "touradas"!
      Deixo-te aqui a minha visão da prova, que escrevi para o meu registo de treinos/provas no meu perfil do Endomondo:

      Hoje já consigo analisar e refletir sobre a prova de ontem, a minha estreia na ultradistância, visto que nunca tinha corrido mais do que os 42,195km de uma maratona, sendo que segundo o meu relógio fiz 65km.

      À partida para a mesma estava confiante q.b., tenho andado a treinar bem desde dezembro, com um volume de carga significativo, tanto em distância como em altimetria, e na minha mente os objetivos seriam terminar a prova e se possível abaixo das 10h. A única coisa que me preocupava, e que acabou por criar mossa, foram as duas noites mal dormidas, na antevéspera porque a minha filha teve cólicas durante a noite e acabei por perder o sono, e na véspera pois, como sempre, estranho camas que não a minha (pernoitei em Vila de Rei) e o sono foi irregular.

      Briefing feito pelo organizador da prova e entre bocas com o Paulo Santos para afastar o nervosismo, lá nos fizemos ao caminho, sabendo que logo os primeiros 4km seriam a subir a sério, até ao ponto mais alto da prova, no Picoito da Milriça, onde está situado o Centro Geodésico de Portugal. Nessa subida separei-me do Paulo, não tínhamos combinado seguir juntos.
      A primeira grande descida trouxe-me preocupações adicionais pois apercebi-me que o percurso seria bem mais técnico do que estou habituado e sobretudo do que esperava – tinha feito um planeamento para a prova como base na informação que tinha recolhido sobre a mesma e aos 10km percebi logo que esse planeamento tinha sido demasiado otimista, pois mesmo tendo feito 3 desses 10km abaixo dos 5:30/km, nos estradões bastante corríveis que apareciam, as subidas e descidas tinham o tal grau técnico que a minha inexperiência nestas coisas não contava.

      Entre o km14 e o km15 estava o primeiro abastecimento e com ele vieram mais dois fatores adicionais de preocupação: com exceção do penúltimo abastecimento em Água Formosa, todos os outros foram mais fracos do que esperava, não é que não existisse quantidade, mas foi sobretudo a qualidade dos mesmos, considerei uma desilusão não existirem produtos locais e sobretudo fez-me muita falta o pão, pois colocar pão de forma, queques e daquelas coisas recheadas com chocolate tipo bollycao, tudo industrial é uma desilusão, para mais conhecendo relatos de outras provas em que os abastecimentos são verdadeiros festins, não é que tenha ido lá para isso, mas a minha gestão de alimentação durante a prova contava com os abastecimentos e recorrendo quase em exclusivo à fruta dos abastecimentos, e aos géis que levava comigo, a fatura disto veio a pagar-se mais à frente.
      A outra preocupação que os abastecimentos me trouxeram foi o muito tempo que acabei por gastar em todos eles, pois esse tempo gasto só se justificou no tal abastecimento de Água Formosa, nos outros acabava por ficar mais a descansar do que a comer, o que friamente não se justifica – para se ter uma noção desse tempo gasto, segundo as estatísticas do Garmin Connect das 10h39 que levei para completar a prova, o tempo de deslocação foi de 9h20, ou seja, acabei por estar parado nos abastecimentos 1h19, o que considero demasiado para o número de abastecimentos e dimensão da prova. É algo claramente a rever em desafios futuros.

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    3. Até ao segundo abastecimento, ao km25 em Vilar, a prova foi decorrendo nos mesmos moldes, descidas e subidas duras, não tanto pela altimetria mas pela tecnicidade - reforço que esta opinião deriva do que estou habituado, pois a verdade é que na descida logo a seguir ao primeiro abastecimento sou ultrapassado pelos primeiros da prova dos 20km, que partiram meia hora depois de nós, e enquanto eu e a maioria dos participantes das provas dos 40km e 60km descíamos com cuidados redobrados, os tipos da frente dos 20km desciam de forma alucinante, se não precisasse das duas mãos para me ir agarrando às rochas gostava de ter filmado aquele espetáculo.
      Ainda na primeira parte deste segmento surgiu a parte mais divertida desta prova, descíamos um troço paralelo a um pequeno rio, até que tivemos de o atravessar para a outra margem e quando foi para regressar ao outro lado, tivemos de fazer o designado Escorrega do Escalvadouro – estão a ver os escorregas dos parques aquáticos? Este é na natureza e adorei descer, na minha cabeça fi-lo tão rápido como o tipo de casaco florescente do seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=UTvmy3XkMGk
      De resto, quando apareciam os estradões lá dava para esticar um pouco as pernas, mas o ritmo já era mais baixo, o melhor que fiz neste segmento foi o km24, a 5:50/km.
      Quando estava a preparar-me para sair deste segundo abastecimento aparece o Paulo e foi então que me apercebi o demasiado tempo que perdi nos abastecimentos, pois ele chegou, comeu e bebeu, fomos falando com que estava e acabou por sair do abastecimento ainda primeiro do que eu, junto ao grupo com que vinha.

      Quando saí do segundo abastecimento estava próximo das 4 horas de prova, já passava do meio-dia e estávamos no pico do calor, felizmente não foi um dia extremamente quente e esse aspeto a mim não me trouxe dissabores, apesar de existirem atletas que se tenham queixado.
      Foi um segmento sem grande história, até muito próximo do terceiro abastecimento que estava pouco depois do km36, próximo do Penedo Furado. Como disse, já próximos desse abastecimento deparámo-nos com mais uma área de beleza fantástica, com destaque para a Fonte Cristalina Bica Negra. Além das fotos, aqui fica uma vista panorâmica desta área: https://youtu.be/DdjqY8qWSO8
      Mais uma vez o Paulo surgiu no abastecimento cerca de 20 minutos depois de mim e mais uma vez eu por lá estive a gastar tempo desnecessariamente, até porque cada vez comia menos visto que a qualidade deste abastecimento até era pior que os outros dois. Como neste abastecimento se dava a separação entre as provas dos 40km e dos 60km, e visto que o Paulo só reclamava comigo por eu o arrastar para estas coisas, ainda lhe disse que podia seguir a malta dos 40km, que não era vergonha nenhuma… Ele ainda tentou negociar com a organização a devolução do dinheiro pela diferença entre a inscrição na prova dos 60km para a prova dos 40km, mas como não ficou convencido que o recebesse, lá seguiu na prova dos Homens e até arrancou antes de mim!

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    4. E eis que neste quarto segmento da prova fiz a minha via sacra, pois a partir daqui o caminho era sempre a subir, não que o desnível fosse acentuado, mas o percurso era sempre ascendente; juntando a isto, o cansaço acumulado e a alimentação deficitária começaram a desenvolver na minha cabeça que se calhar na era capaz de terminar a prova. Os últimos quilómetros antes de Água Formosa, onde estava instalado o penúltimo abastecimento, foram muito penosos e eu só esperava que se concretizasse o que me disse um companheiro de prova, que aquele seria um abastecimento diferente dos outros.
      Água Formosa é uma das 27 Aldeias do Xisto distribuídas pela Região Centro do País e é um sítio lindíssimo, cuja beleza as minhas poucas fotos não lhe fazem qualquer justiça, pois como referido eu cheguei aqui num estado lastimoso, com a ideia de desistência da prova mais do que consolidada na minha cabeça.
      Só que este abastecimento estava verdadeiramente fantástico, com produtos caseiros dos quais destaco o caldo verde, a chouriça, a broa, uma fantástica limonada e os bolos acabadinhos de fazer! Comi e bebi muito bem e renasci, quando saí de Água Formosa já nem punha em causa que iria finalizar a prova!
      Neste abastecimento ainda troquei de meias, pois propositadamente tinha corrido até aqui sem meia altas de compressão, pois tenho-me habituado a fazer isto em treino, nos longos de sábado corro com meias normais e nos semi-longos de domingo, mais lentos e com as pernas cansadas é que corro com as meias altas de compressão, e é uma tática com a qual me tenho dado muito bem.
      O único ponto negativo deste abastecimento foi ficar a saber por um companheiro de corrida que o Paulo tinha ficado para trás, pois logo a seguir ao terceiro abastecimento tinha começado com dores num dedo de um pé e teve de baixar o ritmo. Não lhe telefonei, mas se calhar isso também não teria ajudado, à frente já percebem porquê…

      Saí pois de Água Formosa com uma alma nova e mesmo sabendo que ainda faltavam quase 20km até à meta, encarei esta etapa final muito confiante e lá segui calmo. Fiz os primeiros 2 kms desse segmento sozinho até que alcanço dois companheiros de corrida com que fui durante algum tempo, até que um deles numa subida mais acentuada ficou para trás (disse que tinha de descansar um pouco) e fiquei então com a companhia do Carlos, um senhor de 65 anos que reside em Alverca e que tem uma larga experiência de provas, tanto de estrada como de trail, apesar de “só” ter feito a sua primeira maratona aos 52 anos… E estava ali fresquíssimo, sendo que há duas semanas tinha feito os 50km do Terras de Sicó!

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    5. Nesta fase íamos puxando um pelo outro, quando havia subidas mais acentuadas andávamos, quando dava para correr era o que fazíamos, podem ver um vídeo que fiz ao km58, com quase 10h de prova, quilómetro esse que fizemos a um estonteante ritmo de 6:18! O vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ycDQs-bMozs
      Antes da meta sabíamos que ainda haveria um último abastecimento, em Poios; o que não sabíamos era o que a organização nos tinha guardado para o fim, pois o quilómetro antes e os restantes 3,7km depois do abastecimento foram duríssimos e de corrida tiveram muito pouco, pois tanto a descida para e a subida depois do referido ponto de abastecimento mais pareceram escalada, com muitos pontos em que tínhamos de progredir agarrando-nos a cabos de aço fixados às rochas para não cairmos. Que eu saiba não aconteceu nenhum acidente e ainda bem, mas este tipo de progressão não é para mim, um pé mal colocado ou uma falta de reflexos e uma queda nestas situações pode ser muito perigosa, para mais numa fase final de uma prova desta dimensão em que os participantes já estão muito longe da sua melhor condição. É verdade que os sítios por onde passámos nesta fase são lindíssimos e que muito provavelmente não haveria outra forma de lá passar, mas na minha opinião este tipo de obstáculos a existirem numa prova, devem ser colocados numa fase mais próximo da partida do que da chegada. O vídeo que vos deixo não dá para ver a tal dureza de que falo, pois nesses sítios mais perigosos não podia abdicar de me segurar com as duas mãos: https://www.youtube.com/watch?v=ACwfT8QsmPQ

      E pronto, mais de 10h30 depois da partida lá chegámos à meta, já de noite e ainda tendo sido necessário recorrer aos frontais.
      Finalmente sou ultramaratonista! Acabei bem fisicamente (dentro do possível) e sobretudo muito bem mentalmente, verifiquei que o treino que tenho andado a fazer está a resultar; ainda há muito que penar até chegar à Ultra Caminhos do Tejo em junho, mas com dedicação e empenho talvez se consiga terminar esse grande desafio de 2016.

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    6. Após a chegada e já depois de falar telefonicamente com a minha mulher e com o meu irmão, ligo para o Paulo para tentar saber dele e aí aconteceu a última grande surpresa do dia; não é que ao ouvir o som de chamada no meu telefone, ouvia ao mesmo tempo um telemóvel a tocar muito próximo de mim? E que quando a pessoa que atendeu esse telemóvel, ela estava a falar comigo? Desliguei e perguntei a essa pessoa, da organização da prova, onde é que tinham encontrado aquele telemóvel, ao que me respondeu que o tinham apanhado perdido no percurso. Expliquei a quem pertencia e deixei recado para o Paulo me contactar quando chegasse à meta, pois sabia que nem que fosse a rastejar ele acabaria também a prova.
      Uma vez que a alimentação na prova era idêntica aos abastecimentos (infelizmente não igual ao de Água Formosa), dirigi-me à Albergaria D. Dinis onde tinha pernoitado e tinha deixado ficar o carro, mudei de roupa, comi uma bela sopa de peixe e um prego fantástico, bem acompanhado de duas cervejinhas e quando estava quase acabar liga-me o Paulo! Estava vivo () e tinha chegado, pelo que lhe disse para ir ter comigo, onde comeu o mesmo que eu e ainda deu para brindar a esta nossa grande aventura e aquelas que ainda estão para vir!

      Foi um dia fantástico e a organização, tirando a opinião muito pessoal que tive dos abastecimentos e daquela parte final do percurso, esteve muito bem; relativamente aos equipamentos que usei, o relógio Fénix 3 da Garmin e as sapatilhas Merrell AllOut Peak foram a confirmação do que já tinha experimentado em mutos treinos. Já a mochila UltRun 140g da Compressport apesar de ser muito minimalista, o que obriga a uma gestão rigorosa do que levar para uma prova, serviu na perfeição já que o seu muito leve peso e a distribuição homogénea do peso que carregamos, permite um equilíbrio muto bom ao corredor e acabei a prova sem qualquer dor nas costas. OK, os treinos de reforço muscular que tenho feito duas vezes por semana no ginásio desde há dois meses também ajudaram de certeza!

      Boas corridas! Um abraço!

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    7. Boas Alec, antes de mais muitos parabéns pela tua primeira Ultra, a primeira de muitas espero :) ... e já agora obrigado pelo "relato da mesma. Está muito bom. Isso dos abastecimentos é mesmo assim na maioria dos casos, as outras são mais as excepções. Eu tento ser o mais autónomo possível, embora não vire a cara a um bom abastecimento :). Vila de Rei é uma excelente prova, não é espectacular, mas é muito equilibrada. Vale a pena.
      Grande abraço e boa recuperação

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