Faltam pouco menos de 20 minutos para a meia-noite e vou
a correr a bom ritmo em direcção à meta … “Anda caralho, mexe-te que ainda
acabamos isto antes da 24 horas” … atrás de mim só ouvia o Lima a arfar.
Passamos há pouco o terrível Trilho da Cascata, subimos a picada final até às
ruinas de Conimbriga e começamos a correr … nem nas pequenas rampas caminhamos… entramos nas ruelas periféricas de Condeixa … devem faltar uns 2km no
máximo … vamos numa "luta“ com dois
outros companheiros que ultrapassamos e vão uns poucos metros atrás de nós … já
sentia o cheiro da meta quando de repente ouço atrás de mim … “tenho que cagar” …” como???” …
achei que tinha ouvido mal mas ele repete com convicção “tenho que cagar caralho”…“foda-se,
outra vez? Aguenta que tamos a chegar” …
“não consigo, ou cago agora ou borro-me por caminho ou o mais tardar quando me
estiverem a entregar a medalha” … Puta que pariu lá a minha sorte …
Mas puxemos este filme umas horitas atrás … é 6ª feira,
dia 28/2 … tirei a tarde de férias para descansar um pouco antes desta
aventura. São quase três da tarde e estou a deitar-me … persiana completamente
fechada, porta do quarto também … tudo escuro … não demoro muito a adormecer …
acordo às 17h15, por mim … tinha o despertador para as 18h … já foi bom, 2h e
pico de soninho bom. Toca a preparar as coisas todas que daqui a pouco chegam
as visitas.
ciente das minhas capacidades psicológicas? Tive que mentir...
a cábula do costume...
Convidamos o Lima e a malta dos Montemorrows ou lá como
se chamam (Raquel, Ana e Paulo) para jantar cá em casa antes de rumarmos a
Condeixa. E o cozinheiro de serviço é o Chefe “Perniti-Mori” … menu? Pasta
Bolognesa e uma Pasta Vegetariana … à vontade do freguês J … corre tudo bem, tanto a paparoca como a preparação de
todo o material que preciso para esta aventura, e olhem que não é pouco. Tudo?
Bem, só não encontro as minhas sapatilhas de trail no sitio habitual … mas
tenho a certeza que estão na mala do carro, levei-as para o último treino do
quintal dos Pernetas e ficaram lá, de certeza …talvez seja melhor ir num
instantinho lá abaixo confirmar … mas distraio-me com qualquer coisa e já não dá
porque ainda deixo passar o ponto “al dente” da massaroca e isso é que seria uma
desgraça J … depois confirmo quando for para
arrancar-mos … mas tenho a certeza que estão lá …
nem quando vou de férias levo tanta coisa
uma das novidades … 5 estrelas
A malta chegou a horas, a janta estava pronta e modéstia
à parte estava muito bom … correu-me bem … já passa das 21h, a malta está bem
disposta, barriguinhas compostas … vamos à vida … é uma horita de caminho ..
tranquilos.
Por incrível que pareça ninguém se lembrou de tirar uma
foto da jantarada para memória póstuma … uma falha grave mas podem acreditar
em mim … estava tudo bom.
Quando entro na A1 em direcção a sul lembro-me das
sapatilhas de trail e comento com a Pikinita e com o Lima … “nem confirmei se
as sapatilhas estão na mala … mas estão, tenho a certeza”.
Estacionamos e fomos levantar logo os dorsais … voltei a esquecer de confirmar se
as sapatilhas estavam na mala do carro, mas estão de certeza … no local de levantamento dos dorsais estava
alguma confusão mas até que foi rápido, algumas caras conhecidas e toca a
voltar ao carro para equipar. Abro mala do carro, confesso que com alguma ansiedade … procuro
do lado em que achava que estavam as sapatilhas e nada … do outro tb não … óh
diabo … toca a tirar tudo de dentro da mala … nada … abro os caixotes com
coisas dos Pernetas que ando a passear no meu carro há semanas e tb não estão lá … tou
fodido … não tenho sapatilhas de trail … mas tenho as minhas Nimbus 21
praticamente novas … o que fazer? Sigaaa …
lá vai ter que ser..
Mas antes ainda estivemos 2 horas à espera que o Lima se
equipasse na rua … chegou a minha casa de calcinha de ganga, camisa lavada,
pullover, cueca vincada e sapatinho de ir à missa … eu devia ter desistido logo
ali mas não … gosto de sofrer J
este veio de mala de viagem
a gente espera, sem stress ...
Pouco depois estávamos no centro de Condeixa, junto ao
local de partida. Tanta gente maluca J … segundo a
organização praticamente 500 para os 111km. Fotos da praxe e não tardou a partir para este “treininho longo”.
altura de deixar a Pikinita
e troca-la por este marmanjo ..
HELP!!!
Não levava nenhum objectivo concreto nesta viagem … era
para fazer nas calmas até onde desse, se possível até ao fim. Queria (ou tinha)
que chegar por volta das 20h porque tinha o compromisso de ir buscar as
filhotas a casa dos meus pais – podia derrapar um bocadinho mas não muito – se
visse que não dava teria que abortar o “treino” … mas não ia ser complicado …
afinal pelo que ouço de toda a gente Sicó é rolante e deve ser por isso
que tem tanta gente aqui para se estrear nos 3 dígitos …
E partidaaaaa…. para completar o percurso são 12 etapas
1. Condeixa-Beiçudo – 10km (225m D+ e 156m D-)
A partida foi espectacular … saímos do centro de Condeixa
e percorremos umas ruelas carregadas de gente de ambos os lados que fizeram uma
festa do caraças … até arrepiou J … depois foi o
sair da cidade, passar as ruinas de Conimbriga de noite, ou seja, sem se ver
absolutamente nada …
...primeiros 10km caracterizados por muito estradão e trilhos entre campos (acho eu, porque pouco se via)
… tudo muito corrivel … saímos
bastante atrás como sempre fazemos … fiquei impressionado com tanto bombeiro,
tanta ambulância, policia e pessoal de apoio em várias zonas deste percurso … e
não se cansavam de apoiar de todas as formas e feitios … muito bom mesmo. Outra
característica destes primeiros km era ver a malta a encostar às bermas para
libertar a bexiga … a malta hidratou-se bem antes da prova e agora era a
consequência disso … também não escapamos a esse “vírus” … conhecem a Maratona
dos Incontinentes dos Monty Phyton? Tal e qual … JJJ
algures pelo meio deste vídeo … foi mesmo isto
O Paulinho tinha dito que os 30 primeiros km eram todos
muito corriveis … isso é muito bonito se a prova tiver uns 40 ou 50km … é
preciso calma, controlar o nível de ansiedade de ver os outros a desaparecer,
teres as pernas frescas e mesmo assim meteres uma caminhada ou outra pelo meio.
Foi o que fizemos … a ideia era chutar aquele cansaço extremo típico o mais
para a frente possível … veremos.
Na primeira descida mais acentuada, já pelos montes ….
catrapum … Perneta ao chão … escorreguei num trilho seco, bati com o cú no chão
e fiquei com a perna esquerda torcida … tive sorte, foi só susto … levava
bastões e o escorregar fez-me agarra-los com força o que tb foi erro … podia
ter partido um braço … esse episódio viria a condicionar toda a minha prova … agora tinha a certeza, as Nimbus iam ser um problema … teria que ter cuidados redobrados e se voltar a
cair tenho que largar os bastões. Ainda nem me tinha recomposto e catrapum,
catrafoda-se … Perneta ao chão novamente … desta vez larguei os bastões e mais
uma vez foi só susto … pensei em desistir … será que vale a pena continuar,
arriscar uma lesão feia por causa de um esquecimento estúpido da minha parte?
Duas quedas feias e ainda ia nos primeiros km em zonas sem tecnicidade nenhuma
… tou lixado. Mas decidi continuar … se já sou uma lesma a descer, imaginem agora …
mas tinha tempo …
E não demoramos muito a chegar ao primeiro abastecimento
onde confirmei outra coisa que se diz desta prova …. os abastecimentos são fartos …entre outras coisas já havia Bifanas a sair na hora … mas
era cedo … agarrei qualquer coisita de comer, encho um flask que estava a meio,
um dedo de conversa com a sempre muito simpática Margarida da organização, que nos reconheceu dos
Caminhos do Tejo, e siga viagem …
2 2. Beiçudo-Podentes – 8km (187mD+ e 157m D-)
Mais do mesmo … o pelotão já se tinha alongado. Não fazia
ideia em que posição iriamos, muito para trás era certo. Correu-se grande parte
do tempo, intercalado com alguma caminhada forçada porque as pernas continuavam
frescas e o terreno permitia correr sem problemas. Era preciso gerir e adiar o
cansaço o mais possível. Neste troço consegui evitar qualquer queda o com isso
desapareceu a ideia de desistir.
Em Podentes voltamos a parar, comemos qualquer
coisita pouca e seguimos viagem. O próximo abastecimento distava apenas 6km.
3 3. Podentes-Penela – 6km (246mD+ e 181m D-)
Praticamente resume-se a descer um monte de um lado e
subir o seguinte até ao Castelo de Penela. Parte do percurso é feito em
alcatrão e passando por pequenas aldeias … tudo a dormir, apenas uma ou outra
luz exterior ligada … o tempo tinha estado excelente … noite agradável,
temperatura ideal para correr, céu estrelado desde Condeixa … e continuava
assim embora as previsões apontassem para muita chuva durante a madrugada e
manhã. Parecia impossível … será que vamos ter sorte.
Ao chegar cá acima ás muralhas do Castelo enganamo-nos
pela primeira vez … em vez de seguir um trilho em terra para entrar nas
muralhas seguimos em frente até à Vila. Deixamos de ver marcações e voltamos
para trás.
Mais um abastecimento farto onde paramos um bocadinho
mais de tempo, para comer qualquer coisa e encher os flasks - nunca descuro a hidratação. A etapa seguinte
já metia mais desnível. Vamos embora.
só facilidades
4 4. Penela-Casas Novas – 9km (408mD+ e 362m D-)
Este percurso é para vencer alguns montes … estão a ver
as boças de um camelo? Pronto, umas belas mamarocas? Pronto … é isso, sobes um
monte e voltas a descer, depois sobes o próximo para depois o voltares a
descer.
Foi o primeira vez que tivemos assim uma subida mais
longa até um Marco Geodésico … e a primeira vez que estivemos em zonas mais
desprotegidas … já se sentia bem o vento e algum frio lá em cima … a descida
depois do Marco foi mais uma vez complicada para mim … mesmo estando seco, não
tinha aderência e depois de mais uma queda a solução foi ir por fora, tipo
corta-mato pelas zonas não-trilho … uma eternidade com todos os cuidados
possíveis.
O mesmo aconteceu na segunda descida … mais uma queda … a
4ª …em 30 e poucos km … mais uma descida que demorou uma eternidade … mas mais
uma vencida.
Uma malguinha de sopa de legumes quentinha, sandes com
queijo presunto, ovo cozido e batata frita. E Frize limão que foi uma companhia
constante durante esta prova J Neste abastecimento demoramos mais um
bocadinho que o normal ...
tu enche essas peles meu menino
5 5. Casas Novas – Alvorge (11km - 349mD+ e 379mD-)
Em Alvorge
teríamos a primeira base de vida e um saco com roupa seca à espera. Para lá chegar
apenas uma Maratona de Roma J … as pernas
continuavam bem, o cansaço longe … há duas semana em Santo Tirso aos 10km
estava lixado das costas e aos 25km tinha os músculos a ganir. Muito bom … se
chegasse assim aos 50km é que era J
Esta etapa fica marcada com a chegada da chuva mais a
sério, primeiro uns pingos, depois tipo molha-tolos para depois chegar em força
… não era só o desconforto, o sentir molhado, o frio (que por acaso nunca foi
extremo para mim – acho que escolhi a roupa certa, ao contrário das sapatilhas J) … a chuva tb dificulta a visão … não esquecer que
continuava a ser noite serrada e a luz do frontal foca nos pingos da chuva
tocada pelo vento e não nos deixa ver tão bem, obrigando a uma maior
concentração.
Também foi nesta etapa que nasceu o dia e pudemos
desfrutar a primeira vez das paisagens do percurso em toda a plenitude. Muito verde, muros em
pedra, horizontes ondulados e lama … muita lama.
O percurso em si tinha pouca dificuldade mas com a chuva
o aparecimento de lama foi quase imediato e o resto conseguem imaginar …
imaginem um sabonete molhado a fazer espuma e tentem agarra-lo com força … era
isso … em plano e a subir era tranquilo, a descer é que nem por isso … mas ao
contrário do Nuno que mandou um tralho daqueles (afinal as Hoka nestas
condições tb não aderem J) eu não caí
nenhuma vez. A queda do Nuno foi mesmo à minha frente e foi feia … ficou com um
braço debaixo do corpo … mas felizmente tb foi só susto. Sigaaaa …
Chegamos à Base de Vida a Alvorge com mais 2km no relógio
do que deveríamos. Não faz mal. Estavamos na pior fase de chuva …. mesmo na hora para
uma mudança de roupa. Decidi só mudar as camisolas e trocar o impermeável.
Mantive os calções. O Lima decidiu trocar tudo … incluindo as sapatilhas o que
foi um erro crasso … trocou umas Hoka algo gastas por umas Hoka completamente
desgastadas de sola … erro de principiante, ainda por cima já sabia o que o esperava … pelo menos a nível de aderência ficamos em pé de igualdade J …
Estivemos mais de 40min em Alvorge … tentei carregar o
tlm que estava a ficar com pouca bateria e não consegui … tinha apanhado
humidade e não deixava … óh diabo … isto sim, já é um problema grave … então e as
minhas habituais fotos??? Como vou ilustrar a minha aventura? J … sequei bem o menino, meti-o numa bolsa de plástico e
mochila com ele.
7h30 para 46km … nada mau. O melhor é que o cansaço ainda
estava longe. Sigaaaa ….
não é fácil atura-lo … quero a Pikinita de volta
quem lhe disse que aquela coisa amarela na cabeça lhe fica bem enganou-o
6 6. Alvorge-Senhor da Guarda (6km – 203 D+ e 245 D-)
Não foi fácil sair do quentinho da Base de Vida para o frio e chuva na rua … começamos logo a correr para tentar gerar calor no corpo. Em toda a
prova foi a altura em que tive mais frio … frio, chuva e vento = um cocktail
explosivo. Uns minutos depois a trote já tinha aquecido e estava-se bem … o
próximo abastecimento era onde partia a malta dos 57km … essa partida era às
9.30 e estava lá a minha Pikinita e a Ana Barroso … seria engraçado chegar a
tempo de vê-las.
O percuso até lá foi tranquilo q.b. – os desníveis eram
fáceis de vencer, o problema continuava a ser a lama e a nossa falta de aderência à mesma. E
as descidas por mais curtas que fossem eram sempre complicadas e muito lentas.
Numa dessas descidas, pouco depois de termos partido de Alvorge o Nuno volta a
cair à minha frente … voltou a ter sorte, foi só um banho de lama e mais um
monte de palavrões. Ainda nos enganamos bem lá no alto junto a um parque de
merendas com uns moinhos … é daquelas situações em que segues por instinto alguém
que vai à tua frente, esse engana-se e vão todos atrás J … ainda foram uns bons 400m para lá e outros tantos para
voltar ao trilho certo … que se lixe … vamos chegar a tempo da partida da
Pikinita J
Chegamos às 9h21 … 50km feitos e algum cansaço muscular …
bem bom ter aguentado até aqui. Encontrei a Pikinita e a Ana – fiquei bem
contente por a ver – tinham ficado a dormir em solo duro e com o problema que
tinha no tlm não tinha havido grande contacto. Também iria ficar bem mais descansado sabendo que ela iria à minha frente … as condições do terreno não estavam fáceis
e muita gente nos dizia que as partes mais técnicas e complicadas eram mais
para a frente, especialmente um chamado Trilho da Cascata mesmo mesmo no fim e que
nestas condições seria muito perigoso.
Um abastecimento muito rápido … enchi os Flasks novamente
até à ponta, enfiei 2 quadrados de chocolate na boca e siga … pelo registo foi
o abastecimento onde estivemos menos tempo … 9 minutos. Estava na hora da
partida da Utra dos 57km, procurei a Pikinita na confusão mas já não a encontrei …
aproveitamos e partimos juntamente com aquele maralha, bem no fim do pelotão.
Participar em 2 Ultras ao mesmo tempo não é para qualquer
um!!!
então … e coisas difíceis, não há?
a malta do Gang do Mê Primo de Aveiro
7. Senhor da Guarda – P.Vedras (16km – 532 D+ e 520 D-)
Foi a etapa mais longa em km de todas e já apresentava
uns desníveis de respeito. Iriamos subir a Serra de Sicó neste percurso, uma
parte que para além de inclinar bastante é igualmente muito técnica, com muita
pedra. Deixou de chover praticamente com a partida dos 57km e pouco depois o tempo abriu e veio o sol que secou a terra dos trilhos, tornando-os mais seguros.
Como disse atrás o cansaço muscular tinha chegado … não
era exagerado, mas quem faz ultras sabe que muitas vezes depois é um
instantinho a chegar àquele ponto que todos conhecemos … vai doer mas faz parte J Mas continuamos no nosso ritmo, corre em plano e a
descer, caminha forte a subir.
O início foi por estradões de terra, com campos agrícolas
como companhia … ouvia-se uns Badalos ao longe, daqueles que se ouvem nos Alpes, aquilo era uma festança … pouco depois conseguimos ver a Serra de Sicó no horizonte e descortinar umas camisolas coloridas a subi-la … o barulho vinha do
cima da serra … era uma malta que estava ali a incentivar o pessoal na subida e
a fazer a festa.
Ainda demoramos algum tempo para chegar ao sopé da Serra
de Sicó … nessa fase decidi imprimir um ritmo forte a subir aqueles trilhos
muito técnicos com muita pedra e lama. Benditos bastões … não só nesta fase
como em quase toda a prova foram uma ajuda brutal - a mim ajudam-me especialmente
a manter a postura a subir … não tenho dúvidas que a prova ter-me-ia custado
muito mais sem eles.
Cheguei bem lá acima … e como o Lima ficou um bocadinho
para trás tive ali uns minutinhos para descansar um pouco e tirar umas fotos. Faltavam ainda 5km para o próximo abastecimento que
foram feitos ao longo da serra mais ou menos no topo, para depois descer até
Vedras. Estava feito o maior troço .. 66km … mesmo ritual, parar um pouco, comer
qualquer coisa, encher os flasks e desta vez tomei um café … era fraquito mas estava a precisar … quando percorri o cimo da Serra de Sicó tinha-me dado sono, até cheguei a fechar os olhos e tudo …
foi a única vez que aconteceu em toda a prova.
O Nuno é farmacêutico e pode falhar em muita coisa, ser
um chato do caralho e um velho feioso difícil de aturar, mas de vez em quando ainda
saca uma ideia boa … estava eu a levantar-me para arrancar, chega ele à minha
beira e diz .. bebe isto … um copito de água com uma pastilha efervescente ..
tipo vitamina C … o sabor era muito bom … “que é esta merda”? … Guronsan, o
equivalente a 3 cafés, energético … fodaice, atão aquilo não é uma cena para
curar bebedeiras??? … sigaaaa…
Pikinita a escalar Sicó
a malta a fazer a festa
o velhinho a arrastar-se
fácil páh...
7 8. P.Vedras – Poios (9km – 405m D+ e 393m D-)
Este troço foi um dos pontos altos de toda a prova. Que
coisa mais linda … desce serra de um lado, contorna, sobe do outro, inclinações
complicadas e trilhos técnicos … mas quem é que quer saber do complicado quando
tudo à tua volta é assim tão lindo? Que pena tenho eu de não ter praticamente
bateria no telefone e ter que gerir isso. Em todos os abastecimentos tentei
recarregar, tendo conseguido uns poucos % no anterior … no entanto com o
powerbank o telefone não deixava carregar, aparecia mensagem de humidade. Mesmo assim
ainda gastei um bocadinho de bateria com duas ou três fotos … brutal esta parte, mesmo …
E as perninhas? Estavam brutalmente em forma … não
desgastei nadinha de nada … sempre com força … não é que viesse mal, longe
disso, mas depois daquele Guronsan fiquei melhor … ou terá sido placebo? …
safoda … toca a aproveitar enquanto dá.
Chegamos a Poios com 75km e muito bem fisicamente. Reforço isso porque parece impossível. Incrível.
Mesmo assim voltamos a ficar um bocadinho no abastecimento, o Lima comeu uma
massaroca e eu não quis … não tinha fome, comi apenas um pouco de banana e
voltei a encher os flasks.
o velhinho foi largar uma horda de javalis e eu tenho que esperar se não ele perde-se
lá vem ele todo contente e bem mais leve
não havia branca foi mesmo da preta
leitão no abastecimento???
9 9. Poios – Tapeus (8,5km 207mD+ e 386 D-)
Em Tapeus seria a segunda e última base de vida. Tínhamos
decidido não ter lá nenhum saco pois em teoria já não faltavam muitos km para o
fim. Acabamos por ter sorte porque a maior parte do tempo entre as bases de
vida não choveu e estava confortável com a roupa que tinha.
Também este troço foi muito bonito, especialmente pelo Trilho de Poios, um single track em parte fechado, muito bonito, técnico q.b.
mas que permitiu correr na maior parte do tempo … menos quando o Lima decidiu
que tinha que ir libertar mais uma horda de javalis J
Mesmo com essa paragem técnica chegamos a Tapeus em ca.
de 1h … quase 10km, com mais de 80km nas pernas? Velhinhos estão em forma J
(A partir daqui deixo praticamente de ter fotos .. não havia forma de carregar o telefone ... é pena)
10Tapeus – Casmilo (10,6km – 620mD+ e 382m D-)
Os desníveis apresentados para este troço metiam
respeito. O gráfico da prova mostrava a maior subida de todas, com 450m em 3km …
é como uma subida ao Camouco do nosso quintal J
Fez-se muito bem … sempre a caminhar forte com a ajuda
dos bastões. Saquei do telefone quando estava quase cá em cima … dá para 2
fotos e 2 chamadas … tirei as fotos … as chamadas viria a fazê-las quando descíamos
a serra pelo lado oposto por estrada de alcatrão com vista para as eólicas … liguei para a minha mãe e
para a minha filha mais velha … estava preocupado em não conseguir acabar a
prova a tempo de as ir buscar dentro do horário combinado. Tinha muitas
chamadas e mensagens registadas … whatsapps, messengers e afins … como não
podia gastar bateria não pude responder … no meio tinha chamadas e msg da minha mãe e
filha … planos tinham sido alterados … já não as precisava ir buscar, só
domingo às 10h. Fiquei mais tranquilo … a hipótese de ter de desistir aos 100km
não tinha estado longe. Agora podia ir até às 2 da manhã, hora limite da prova J
Ainda subimos a umas eólicas antes de descer para Casmilo
… a última parte não foi nada fácil. O último 1,5km era um single-track
embrenhado numa floresta encantada … muito musgo, muita pedra, muita lama e
muito perigoso … além disso estava a escurecer rapidamente … só nos primeiros
200m dois desistentes … um rapaz que já não conseguia dar um passo … ficamos
com ele um pouco, estava a ligar para a organização para o virem buscar… um pouco antes estava
um carro dos bombeiros, que estavam em missão de resgate de uma moça que tinha
caído e torcido um pé uns metros mais à frente … ficaram também com o moço … e
nós seguimos viagem, primeiro até ao vale, sempre a descer, para depois subir até Casmilo. No início dessa subida difícil apanhamos a Mi Couto do Boavista Trail
que se estava a estrear nos 3 digitos … ia morta a reclamar com o mundo …
fartei-me de rir porque conheço aquele sentimento mas também sei que passa J
Além da chegada da noite, tb voltou a chuva … quando
entramos no abastecimento começou a chuviscar. Muita gente ficou ali … cansados, a noite e a chuva desmotivou muita gente - nós não, era para acabar. Comemos, bebemos e consegui carregar
o tlf com uns 6 ou 7% de bateria … uma alegria danada J … mensagem à
Pikinita … faltam 16km, estamos bem ... no máximo daqui a 3h estamos na meta … vais vais …
santa inocência.
subimos isto tudo … agora sim, acabam-se as minhas fotos
1 11. Casmilo-Zambujal (6km – 164mD+ e 316m D-)
“Isto vai ser um miminho da organização, para nos
descansar para o tal Trilhos da Cascata” … sim, sim Perneta … foi mesmo isso.
Quando saímos estava a chover torrencialmente, ventava
também o que me deixou desconfortável. Tem que ser, tem que ser … voltamos a
passar a Mi Couto que entretanto tinha chegado ao abastecimento e que parecia
que queria ficar ali – ainda ajudamos um pouco a incentivar a seguir e ali
estava ela na luta. Continuava tipo “Gru Maldisposto” a reclamar por tudo e por nada … “é
para chegar ao fim, ouviste? Prometes?” …”vocês nem esperam por mim na meta…” …
“não prometo, mas quero uma foto tua com a medalha ao pescoço” … diz ela … “fazemos
já a foto” … dito e feito, selfie de grupo no meio da escuridão ao dilúvio J .. e seguimos o nosso caminho na esperança de este troço
ser fácil.
Mas foi tudo menos isso … se tivesse que escolher o
mais difícil de todos eu escolheria este … são só 6km, mas teve descidas muito
complicadas, primeiro em degraus empedrados que molhados escorregavam muito –
com as minhas Ultra Raptor estas zonas tinham sido um mimo L
Depois com descidas curtas e igualmente muito ingremes em
terra que com a chuva e lama se transformaram em pistas de sku … não se via
nada, era lama por todo o lado … várias vezes atirei os bastões para a frente e
desci de sku … quando podia procurava as laterais com tufos de erva … havia
zonas já calcadas, sinal que não eramos os únicos com falta de tracção nestas
zonas. O resultado disto tudo foram alguns km a demorar 30min .. por outro lado
felizes por mais uns obstáculos passados sem quedas e lesões, apenas cheios de
lama J
Chegamos a Zambujal vivos e sem mazelas … faltava “apenas”
a etapa final … fui ao balneários lavar as mãos e os bastões e refrescar a cara
.. mais “limpo” ataquei o café, uns bolinhos e enchi os flasks pela última vez.
Estava apreensivo … vinha aí o terrível Trilho da Cascata que todos diziam ser
perigoso com chuva … e eu de Nimbus nos pés.
Liguei à Pikinita, que tinha acabado de concluir a sua prova e me pediu
máximo de cuidado neste troço – se alguém conhece bem aqui o trambolho é ela J
Dentro do abastecimento o tema de conversa era o mesmo,
os membros da organização a avisar-nos dos perigos, a pedir o máximo de cuidado. Estavam
dois jovens lá dentro que nos perguntaram se não podíamos ir todos juntos … claro que
sim, assim em grupo é mais fácil J Vamos a isso …
parabéns Mi … grande superação
um video do trilho da cascata sacado do youtube
1 12. Zambujal – Condeixa (11,8km – 395m D+ e 469m2 D-)
Saímos juntos do abastecimento e logo começou a subir …
os dois moços já tinham feito esta prova no ano passado e sabiam o que nos
esperava. Primeiro uma parede enorme a direito para vencer uma serra …
estradão, dificuldade apenas a brutal inclinação. Fiz esta subida completamente
à vontade … meti um ritmo certinho e fui por ali acima com os meus melhores
amigos, os bastões … sem problema … estava (e ainda estou) admirado, isto com
100km nas pernas. Depois vinha uma descida que diziam ser complicada, lama e
pedra solta, escorregadia … por acaso até se fez bem, sempre com cuidado e
lento, mas bem J … feito … só
falta a Cascata … respirei fundo e segui o Nuno Lima que ia a comandar o
pelotão … as pilhas do frontal já há muito que estavam a dar as últimas e já
eram as de substituição … tinha uma luz fraquinha e apoiava-me nas luzes dos
meus companheiros de viagem.
Lá estava ele … o Trilho da Cascata … não tenho fotos
desde que chegou a noite, ainda antes de Casmilo. Ás vezes até é bom não vermos tudo
J … em todo o caso acabou por não ser
tão complicado como o que estava à espera … estava perigoso? Sem dúvida … as
pedras, a lama, os trilhos estreitos, os precipícios mesmo ao lado e as solas
das minhas Nimbus … mas havia pontos positivos … estarmos em grupo ajudou
muito, ter as pernas compridas que me permitia colocar um pé em determinado
sitio sem tirar o outro (em alguns sítios só pensava como é que o raio da
Pikinita tinha conseguido passar ali – gaja de raça J), estar tranquilo com o tempo para fazer as coisas com
calma e sentir-me bem fisicamente, sem impedimentos musculares de maior … tou
uma maquina J
Demorou bastante tempo mas sobrevivi sem cair uma única
vez J … uma última subida ingreme e estávamos
junto às ruinas de Conimbriga … está feito … 4km até à meta J … agora podem voltar a ler o primeiro parágrafo e depois
voltam aqui, vale? … JJJ
E perguntam vocês … mas se estavam numa rua com casas
onde é que o gajo foi cagar? Pois … Perneta que é Perneta desenrasca-se sempre …
tem uma boa escola e mais não digo J … só sei que sou
mais que um pai para ele … dei-lhe lencinhos de papel e no fim ainda uma
garrafinha de água para o gajo lavar as mãos, só faltou mesmo limpar-lhe o rabo … já o estava a ver a cortar a
meta e a querer dar-me um abraço, pior, um high-five J
Os últimos 2km foram feitos a correr … queria avisar a
Pikinita mas o telélé tinha ido à vida definitivamente … lá estava a meta … já não íamos chegar
antes das 24h … safoda … foram 24h02minutos …da Pikinita nem sinal … há
precisamente um dia inteiro estávamos a arrancar do mesmo sitio … até passou
rápido J
…
Levantamos os prémios finais e fomos à procura do pessoal.
Encontramos o Paulo e a Raquel na esplanada de um café … “não viste a Dora e a
Ana?” .. “elas foram a correr para vos ver chegar…” … estavam a ver o Livetrack mas
esqueceram-se que aquilo tem uns 10 minutos de atraso JJJ
esta foi pra meinos … fácil, fácil
Já não tomamos banho ali, já era tarde, apetecia chegar a casa … tomei um café,
coloquei uma camisola seca e siga embora.
Que espectáculo de “treino” … 24h em cima das pernocas,
111km (o meu relógio deu mais qualquer coisa), quase 8.000mD acumulado. Melhor
de tudo, eu conseguia continuar … perfeito!!!
Sobre a prova só posso dizer que me surpreendeu muito
pela positiva – eu lembravam-me vagamente da minha participação em Sicó quando
fiz o meu primeiro trail e as recordações das paisagens não eram boas nem más.
O que se ouvia é que era um trail muito rolante e achava eu que talvez por ser
considerado fácil é que tanta gente vinha a Sicó para se estrear nos 3 dígitos.
Agora percebo porque é que vem tanta gente a esta prova … é espectacular …
especialmente na segunda metade da prova, ou a partir dos 50km … os percursos
são equilibrados, tem dureza, tem tecnicidade, subidas e descidas desafiantes,
mas também tens zonas onde podes correr, esticar as pernas, tens trilhos e
paisagens lindas de morrer e por fim tens uma organização que é exemplar,
ambiente muito familiar onde és tratado como um rei – as inscrições não são
baratas, mas o que trazes de Sicó vale bem a pena – eu pelo menos acho que sim.
Parabéns e obrigado Mundo da Corrida!!!
Raquel, Paulo, Ana … obrigado pela companhia e muitos parabéns
por mais esta aventura concluída J
Pikinita – és uma maquina, 1,59 de maquinão J … falta a de 3 dígitos no CV, mas essa é para fazer
comigo J
Montemorrows ou lá como se chamam … no fundo bem lá no fundo até que são boa companhia
Nuno, meu velhinho … mais um trilho em direcção ao grande
objectivo!!! És o maior e o mais velho dos dois J … tb és o mais
feio e chato pra caralho … e agora tb és cagão J … obrigado pela
companhia e pelo Guronsan J Venha a próxima …
como podem ver, nada de empenar
Quanto a mim é recuperar desta coisa, fruto de um dorzita que me apareceu por volta dos 60km e que ignorei … apertei demasiado o atacador esquerdo, a falta de estabilidade das Nimbus em terreno incerto devem ter feito o resto. Nada de grave, uns 2 ou 3 dias e estou fino novamente ...
Ninguém leva umas coisas destas para um trail como este???
Desculpa, mas não consegui reter mais nada senão o facto de teres feito 111km com umas Nimbus... Já mandaste mail à ASICS? No mínimo, que te ofereçam sapatilhas para o resto da vida!
ResponderExcluirÉs um cromo! Dos grandes! Caramba! Quem faz 111km de Nimbus, faz 281 com uma perna às costas :D (estou a brincar, OK? Não é um desafio... Não te ponhas com ideias!)
Muitos parabéns! Admiro imenso a tua força e resiliência, e quando for grande quero correr assim :) Eu sei que sempre disse que essa coisa dos 3 dígitos é para os loucos, mas depois uma pessoa conhece cada vez mais loucos, e fica com vontade de fazer também... Nesta fase, posso sempre culpar as hormonas para a falta de juízo, certo?
Boa recuperação! Bebe umas cervejas que isso passa!
lol ...Pt281 com uma perna às costas??? Hmmm … olha que ;) … estas distâncias fazem-se bem se for assim como nós o fazemos .. se for a olhar para o relógio e tentar o mínimo de tempo possível a coisa é capaz de não ser bem assim … ainda és uma chavala … tens muito tempo para embarcar numa aventura assim :)
ExcluirOlé! Que rica prova! Mete na conta!
ResponderExcluirGostava de te dizer que não me revejo em nada, mas...infelizmente já me esqueci das sapatilhas...mais do que uma vez :(
Ultimamente tens carregado nos kms!!!
Estás de Parabéns!
Pedro Viana
https://andaviana.wordpress.com/
Já está na conta :) … quem nunca que atire a primeira pedra ;) … sim, tenho feito alguns km mas tem que ser.
ExcluirObrigado Pedro
Abraço
Muito bom! Tudo! O "treino", o texto, fotos, vídeos. Gostei muito de ler cada parágrafo. Estão todos muito de parabéns!
ResponderExcluirE uma coisa é certa, depois disto nos 281 não vais esquecer de confirmar os sapatos... :)
Grande abraço a ti, Nuno e restantes. Um beijinho à Dora
Lol … veremos, sou o distraído em pessoa.
ExcluirObrigado.
Aquele abraço forte
Grande empeno, o trilho da cascata deve ter sido a cereja no topo do bolo, se para mim foi fodaites, imagino para vocês, Fabuloso...Abraço do Gang MêPrimo
ResponderExcluirOlha eles!!! Obrigado e parabéns pelas vossas provas. Muito bom.
ExcluirAbraço
Epá, já me esqueci de luvas para um passeio de BTT, mas nunca das sapatilhas...espera..ahh, sim, mas aí não tinha mesmo opção...:(
ResponderExcluirAinda tentei correr de all stars mas pecebi que não era para mim, fraquinho.
Bom, muito bom o vosso treino :)
Abraços e um grande beijinho à Dora.
lol … fraquinho páh
ExcluirAquele abraço
Ah, que saudades de uma aventura destas por aqui! Epah e não tinhas um chinelinho de enfiar no dedo? Que mariquice é essa de fazer 111km de trail com umas sapatilhas de estrada? Ainda se estivesse a chover e houvesse lama... Boa recuperação, grande Perneta! Que venha a próxima etapa!
ResponderExcluirlol … ou descalço??? Olha que passou-me pela cabeça tirar as sapatilhas em algumas zonas para ver se descalço se fazia melhor, mas pedras nos pés não era boa ideia :) … obrigadoooo
ExcluirDesculpem-me mas..."não tinhas um chinelinho de enfiar no dedo?"hahahahah, muito mas mesmo muito bom!
ExcluirLaike!
por acaso tenho mas …. esqueci-me :)
ExcluirGrande prova e grande relato!
ResponderExcluirTodo a compor-se para julho :)
Abraço
:):):) obrigado Edgar. Abraço
ExcluirMuito muito bom. Uff Demorei dois dias a ler o artigo todo mas... Gostei do relato, do planeamento da prova... Tenho de comprar uma Nimbus para os treinos longos e para fazer sku... Continua forte Carlos.
ResponderExcluirlol … compra um chinelinho de dedo , tb serve :P
ExcluirAbraço
Brutal!!!
ResponderExcluirFazeres 111 km sem ténis de trail!?! Ca ganda doidice!
Mas quem faz 111 km assim e até acaba aceitável penso que estará bem encaminhado para uma provazita lá para o Verão;)
Muitos parabéns! Grande Carlos!
Lol … deu-me 120 ;) … sim, até ao Verão ainda falta muito. Há margem para melhorar :)
ExcluirBeijinhos Isa
Muito bom. Parabéns, e mais uma ultra para o CV. É engraçado ver uma prova com a quantidade de quilómetros que tem, ser considerada um treino
ResponderExcluirAinda para mais com sapatilhas de estrada. Felizmente ainda não me aconteceu isso, chego a entrar no ridiculo de verificar praí umas 3 vezes se as levo comigo.
Boa recuperação, e aguardo esses 281.
Abraço
Obrigado João … tb nunca me tinha acontecido mas não acho anormal em mim, sou distraído e por isso tudo pode acontecer … mas normalmente desenrasco-me bem ;)
ExcluirAquele abraco