Tinha escrito o texto abaixo no sábado passado e não
publiquei porque não tive pachorra de procurar umas fotos para o ilustrar. Hoje
já não sei se tenho a mesmo opinião a 100% … e tudo por causa do dia de ontem,
por causa da irresponsabilidade de alguns chego à conclusão (sou um crente) que
afinal nós os portugueses somos mesmo irresponsáveis e não somos melhores que
italianos ou espanhóis, e pior, não aprendemos com os exemplos que nos chegam
desses países. É triste que assim seja, mas só vamos lá mesmo com mão de ferro.
É pena, é triste mas que venha ela!!!
Mantenham-se saudáveis!
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Ando sem vontade em escrever por aqui e não é por falta de
tempo como muitas vezes acontece, é mesmo porque não me apetece. Mas como isto
é uma espécie de diário de bordo faço um esforço para que esta situação única que
vivemos fique registada para memória futura neste meu tasquinho.
Estou em casa faz hoje uma semana – tenho a sorte de poder
trabalhar de casa ao contrário de milhares de outras pessoas que são obrigadas
a ir trabalhar normalmente como se nada se estivesse a passar. Aproveito para
agradecer esse esforço enorme, não apenas dos profissionais de saúde,
bombeiros, policias, homens do lixo, malta dos supermercados, farmácias mas
também aos milhares de trabalhadores como os meus colegas da Cinca que
continuam a ir para as linhas de produção e para os armazéns para fazer a
empresa continuar a laborar, a produzir e a carregar para onde ainda é possível
carregar. Obrigado!!!
Não é fácil trabalhar a partir de casa e tento manter uma
certa rotina onde tem cabido o exercício físico e alguma corrida também … mas
já lá vamos.
Depois de Sicó a minha recuperação física foi excelente –
podia ter regressado ao treino de corrida logo 2 dias depois não fosse o
tornozelo esquerdo muito inchado por ter apertado o atacador em demasia e ter
“trilhado” um nervo durante umas dezenas de kme umas largas horas. Ainda hoje,
3 semanas depois, tenho parte do pé esquerdo insensível, como se estivesse
anestesiado. O inchaço desapareceu passado uns 4 dias o que fez com que
voltasse a correr apenas no domingo seguinte, dia 8 de Março. Depois voltei aos
treinos normais diários até que no final da semana passada a situação do
Covid-19 ter piorado em Portugal.
Nesta última semana tenho treinado todos os dias - tenho
feito alongamentos e reforço muscular em casa, mas também tenho ido fazer algumas
corridas ligeiras na rua ao fim do dia.
Quem segue os grupos de corrida nas redes sociais sabe
que o tema do correr ou não correr fora de casa tem sido uma discussão danada.
Eu deixei de ter paciência para acompanhar porque as fileiras estão extremadas,
os argumentos de parte a parte muitas vezes são estapafúrdios, apresentam-se
opiniões com base de opiniões de outros, a maior parte sem fundamentos
credíveis e pior de tudo, ofendem-se uns aos outros fazendo com que como disse,
não tenha paciência para isto.
O mesmo se passa com noticiários na TV, programas de
opinião, etc, etc, etc … não sabia que Portugal tinha tanta gente especializada
em virologia … não tenho pachorra … empolam-se as desgraças, só se falam nas
coisas más durante horas e horas … as redes sociais são inundadas por fake news
… chega … eu vejo notícias, tento ligar-me por volta do meio-dia para ver os
novos dados sobre a evolução do vírus em Portugal e no mundo e vou espreitando
durante o dia para ver se existem alterações nas medidas que o Governo nos
impõe para vencermos esta “guerra”.
E como não sou especialista nem em virologia, nem em política
e percebo pouco de economia decidi acreditar em quem nos governa e seguir as
medidas que nos foram impostas. Neste momento no meio de tantas restrições
é-nos permitido sair para fazer actividade física moderada e é isso que faço …
não todos os dias, mas quando posso e me apetece, naturalmente com os cuidados
que todos conhecemos.
Tenho a sorte de ter uma zona tranquila a 200m de casa … faço
corridas abaixo de 1h, a ritmos muito tranquilos. A ideia, além de me mexer, é
limpar a cabeça, espairecer … não é o “treinar”
… deixei de fazer series, rampas, treinos longos … a ideia é não me
cansar demais e reduzir a possibilidade de me lesionar ao mínimo por motivos
óbvios. Escolho horários muito fora das horas de ponta e a verdade é que me
cruzo com muito pouca gente. Não toco em nada durante o tempo em que estou fora
de casa e quando chego além de lavar as mãos tenho todas os cuidados de
higienização possíveis.
Acredito que o Governo toma medidas com base em pareceres
especializados de técnicos das diferentes áreas envolvidas. Quero acreditar que
quem decide por nós sabe o que está a fazer e se consideram a actividade física
fora de portas importante ao ponto que tenha honras de ser mencionada nessas medidas
é porque é mesmo importante e necessária – sou apenas eu que acho que seria
muito mais fácil não terem incluído a alínea da “actividade física” no decreto,
que seria mais fácil proibir de todo?. Quero acreditar que os portugueses na
sua grande maioria são responsáveis e saberão usar essa “benesse”, que
considero um voto de confiança.
E agradeço que não me julguem tal como eu não julgo ninguém
que tenha uma opinião diferente da minha, logo que cumpra as regras e as
medidas estabelecidas. Eu jogo pelas regras … passo 90% do meu tempo ou mais em
casa com a Pikinita. Sabiam que não estou com as minhas filhas vai para duas
semanas? Não é nada fácil mas estou tranquilo porque sei que estão bem, que tem
melhores condições do que se estivessem comigo e que seria um disparate andar
com elas de casa para casa. O mesmo se passa com os meus pais … valem-me as
tecnologias para manter os contactos e “inventar” formas de estar mais perto
deles e dos amigos como fizemos ontem … o primeiro jantar Perneta online que me
deixou de coração cheio.
Deixo-vos por hoje, desejando que tenham força para
aguentar esta guerra que havemos de ganhar. Adivinham-se tempos muito
complicados e tenho a esperança que possamos todos aprender algo de positivo com
isto para o futuro.
Mantenham-se saudáveis!
Só não te julgo pois isto não é o Facebooke, Instagrama, etc...se não, havias de ver!
ResponderExcluirEnfim, sabes que quando via as imagens da passeata de Domingo o mais que consegui fazer foi encolher os ombros?
E perceber que houve 7 detidos?
Enquanto povo não aprendemos, é a impreparação típica, o desenrascanço com um sorriso e ainda ufanos porque conseguimos fazer omeletes sem ovos.
E lá vem o sol e logo se esquecem que foram fazer 4 horas de fila para comprar 456 rolos de papel higiénico, 55 latas de atum e três grades de minis.
Também saímos, também vou correr.
O meu filho saiu de casa pela primeira vez numa semana ontem e encurtámos porque, embora nem se parecesse com a Promenade de Esposende havia gente a mais (embora tudo a distanciar uns dos outros, a mudar de lado do caminho, etc.), voltámos para uma zona sem ninguém, brincámos ao "Macaquinho do Chinês" durante 15 minutos (perdi sempre...) e é isto.
Estamos os 3 em casa, pelo menos isso.
Estar separado das meninas deve custar imenso, nem quero pensar nisso.
Bom, isto é um blogue de corrida ou cenas e já estou como tu, Covidatécáacima, por isso...
Viva a tecnologia que nos permite encurtar distâncias e matar saudades e fazer tudo para que esta situação se torne normal o mais rapidamente possível, seja lá o que quer dizer normal...
Abraços com os cotovelos, beijinhos digitais à Dora e mantenham-se saudáveis.
Bem … tá tudo dito … abraços e beijinhos virtuais aos 3. Mantenham-se saudáveis
ExcluirTambém tenho a sorte de poder trabalhar a partir de casa, e é um sufoco ver à minha quem não o possa fazer. Esses sim, são os heróis de tudo isto e merecem todo o nosso reconhecimento!
ResponderExcluirAcho que estamos todos a aprender a lidar com esta nova situação, completamente diferente de tudo o que já passámos. Por aqui, não há treinos no exterior (nem no interior, mas isso vai mudar em breve!).
Vivemos na cidade, é impossível ir à rua sem nos cruzarmos com alguém, e não temos nenhum sítio perto que seja suficientemente deserto... Custa-me. Custa-me muito, e sei que a ele também. Ele ainda se foi despedir de Monsanto, no outro fim-de-semana. Eu, nem isso! Para nós, e para a nossa realidade, achamos que temos mesmo de ficar em casa, por mais que nos custe.
Não critico quem faz diferente, em realidades diferentes. Cada caso, é um caso. Mas se todos os corredores que vivem no centro da cidade acharem que podem ir para a rua correr, o conceito de isolamento social perde-se... Espero que cada um tenho o bom senso de perceber se, no seu caso, pode ou não fazer determinadas coisas.
E também eu me tenho tentado resguardar de demasiadas notícias, demasiados artigos, demasiadas partilhas, para evitar correr o risco de entrar em pânico com isto tudo...
Força no vosso isolamento e que isto possa passar depressa!
Sim, tens razão … cada caso é um caso. Aqui em Santa Maria da Feira até estou admirado como as pessoas acataram as regras … há sempre uma ou outra excepção à regra mas de uma forma geral e pelo que tenho visto é excelente. Estando em casa existem 24h para poder sair de casa e acredita que se visse muita gente na rua eu não iria. Fico feliz por vos saber bem, espero que assim continue. Mantenham-se saudáveis!!!
ExcluirNada a acrescentar, disseste tudo e muito bem!
ExcluirGrande abraço e que tudo passe
Grande Abraço João. Mantenham-se saudáveis.
ExcluirTambém estou a trabalhar a partir de casa. Custou-me um pouco esta habituação e ainda me está a custar, mas tem de ser. Podia estar pior.
ResponderExcluirQto aos treinos, chamam-lhe os passeios higiénicos e concordo com eles, desde que se cumpram as regras (no sábado tbm fui dar uma corrida à Granja - sozinho, não toquei em nada nem estive com ninguém). O que vimos no domingo foram pessoas negligentes e irresponsáveis a não cumprirem.
Nas tvs, só acrescentaria o campeonato para ver quem tem mais livros no fundo do ecrã :)
Abraço
Sim, esse campeonato que o RAP venceu ontem ao ir para uma biblioteca :)
ExcluirAbraço e mantêm-te saudável
Concordo plenamente com tudo o que disseste.
ResponderExcluirEu até podia correr na rua porque há pouca gente onde moro, mas não o faço acima de tudo para dar o exemplo à minha filha. Não faria sentido dizer-lhe que não pode sair da casa e depois eu saía para correr. Vale-me o quintal para apanhar ar e para brincar com a minha filha. E tenho ainda a sorte de há coisa de um mês ter comprado uma passadeira e por agora é onde tenho corrido. Não vale a pena o risco em sair de casa.
Abraço e saúdinha :)
Filha, quintal, passadeira … um paraíso :D
ExcluirObrigado, aquele Abraço e mantenham-se saudáveis